terça-feira, 6 de maio de 2008

A DILMA E SEUS FÃS

O Painel RBS realizado em Joinville, ontem, é um evento à espera de uma classificação adequada. A princípio, parece apenas um esforço institucional da rede, para estabelecer canais com setores influentes da sociedade e posicionar-se diante dos formadores de opinião. E como estão com um jornal novo em Joinville, a escolha da cidade não surpreendeu.

A ministra Dilma não é uma autoridade qualquer. É provavelmente uma das poucas autoridades do governo que detém informações vitais e a quem Lula ouve e respeita. Mas soaram exagerados alguns comentários, do presidente da Fiesc e de jornalistas da RBS, colocando-a num pedestal normalmente reservado aos ídolos. Referiram-se a ela e seu “desempenho” como se fossem seus fãs.

Não acredito que a RBS tenha, com o evento, se engajado na campanha presidencial, tendo Dilma como candidata preferencial. É um risco muito grande, a esta altura do campeonato. E até onde pude perceber, a rede estava mais preocupada em agradar os líderes empresariais catarinenses, oferecendo-lhes uma oportunidade de falar ao governo sobre suas aflições.

Quanto ao “desempenho” da ministra, que tanto encantou seus fãs, não consegui ver nada extraordinário. Sim, ela conhece seu ofício, expressa-se corretamente, tem boa memória, é articulada. Ora, o fato dela ter colegas abaixo da média não a torna excepcional. Sobressai-se com maior facilidade, em terra de cegos, que tem um olho. Mas nem por isso deve ser incensado como o homem de visão do ano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quem planta, colhe.

Anônimo disse...

Cesar,

O que importa é o poder que ela exerce.

O Diretor não familiar mais importante da RBS - Pedro Parente, que ocupou o cargo da Dilma no Governo FHC por diversos anos, sabe muito bem disso.

E quem está no Governo, ainda mais vislumbrando um possibilidade política lá na frente, gosta muito que puxem seu saco, principalmente da midia de seu estado natal.

A RBS é muito craque nesse mister. Desde que se estabeleceu no Estado tem sido assim. De Konder Reis a Luiz Henrique. Talvez tenha sido um pouco áspero com Paulo Afonso. Também quem não seria?


Pedro de Souza