quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O JORNALISTA DO FUTURO

A Lauren Drablier comenta hoje, no The Editors Weblog, blogue do Forum Mundial de Editores, artigo publicado na (Examiner), sobre o futuro do emprego (ou do trabalho) em jornalismo.

A grande questão é como o jornalista vai se virar, num ambiente em que o jornalismo está em ebulição e crescimento e os jornais não.

Segundo o artigo (de John Kirch), os jornalistas precisam aprender não só a ouvir as fontes, mas também a escrever as notícias para diferentes plataformas de mídia e, além disso, entender os princípios básicos da economia e dos negócios, para poderem colocar-se no mercado. “Vender” sua força de trabalho. Os jornalistas vão precisar “vender-se” continuamente (continuously market themselves) para múltiplas organizações noticiosas, em vez de ficar trabalhando o tempo todo para uma única empresa.

Amar Bakshi, um repórter e cinegrafista do washingtonpost.com, diz que “o que é legal na web... é que você pode desenvolver uma marca própria, para que as pessoas o acompanhem”.

Kevin Blaickistone, um redator de esportes e professor na faculdade de jornalismo de Maryland acredita que “o jornalismo não está morto. O jornalismo está vivo e passa muito bem. Eu diria mesmo que o jornalismo está florescendo”.

Os originais, tanto do artigo quanto da nota estão em inglês, aqui e aqui.

E eu, cá do meu canto nesta ilha ventosa do Sul do mundo, acrescentaria que o jornalista de países cuja língua não é o inglês, além de ter que aprender a lidar com uma vida profissional cada vez mais “free” e saber contar suas histórias por diversos canais, terá que – obrigatoriamente – saber, no mínimo, ler inglês.

A internet, que nos permite acesso instantâneo a tudo o que esteja sendo publicado de importante no mundo, perde muito da sua amplitude se a gente não consegue saber do que estão falando. E, se for esperar por alguma tradução, perdeu o bonde da história.

Outra coisa: aquela história de economia globalizada não é um troço abstrato e distante. A economia globalizou-se mesmo. Inclusive no jornalismo. Não é raro aparecerem clientes estrangeiros pedindo matérias sobre o Brasil, ou sobre Florianópolis. Isso é uma oportunidade de trabalho para jornalistas que morem por aqui e que consigam expressar-se em inglês. No mínimo para trocar e-mails, conversar no skype, negociar preços e pautas. O texto final até pode ser entregue a um tradutor profissional para ficar bonitinho. Mas o dia-a-dia exige um traquejo que vai muito além da antiga habilidade de chegar numa empresa e perguntar: “tem vaga pra jornalista?”

2 comentários:

LesPaul disse...

Saudades da Remington

Cesar,
Algumas saudades do telex, nosso valoroso companheiro de viagem dos tempos em que uma boa Remington e uma lata de filme vazia pras baganas de cigarro bastavam (anos 70/80). A saudade é apenas da simplicidade daqueles tempos. Hoje nem pensar nos cigarros, proibidos peremptoriamente pelo médico ou pelos sinais dos pulmões maltratados. A facilidade de acesso à informação 'just in time' requer, ao contrário do que alguns malandros imaginam, muito mais cultura literária, musical, conhecimento de línguas e traquejo - que definem sua sensibilidade pra tratar a informação. A internet é uma grande latrina e a pena para os incautos que não sabem navegar (farejar, filtrar, escolher) é o afogamento sumário nesse imenso mar de trotolhões. Trotolho: fruto contemporâneo que ao contrário dos cajus e caquis brota abundante e farto dos teclados e se alimenta de letras e mais letras marteladas por dedos sequiosos. Da ‘solidão’ partilhada com a tela cega do PC, sua melhor ouvinte, a publicação é apenas a banalização do registro no cartório universal de mais um passageiro e sua passagem 'insignificante'. E é com isso que o jornalismo compete e o universo em que alguns jornalistas se perdem. Todos somos hoje jornalistas a dar pitacos sobre tudo. Inclusive sobre um post antigo e ultrapassado, pois, já completou 24 horas.

Anônimo disse...

Saber inglês e fazer cafezinho...pls.Também conta pontos no CV saber serviços gerais, não tem?
¬¬