O PTB do Parisotto conseguiu um prodígio de proporções bíblicas:
1. Apóia o candidato Amin concretamente, com a indicação até do vice-prefeito.
2. Apóia o candidato Dário (que, por falar nisso, começou sua carreira de apartidário militante no PTB) pragmaticamente, até, quem sabe, postulando algum carguinho.
Segundo o DC, “Parisotto disse que o acordo [com o PP] não foi selado com toda a sigla e, desta forma, declarou apoio para Dário”.
Não é espantoso que uma agremiação que se auto-intitula partido político (e que, portanto, deveria estar comprometida com algum fiapo de posição ideológica ou programática) consiga, com tamanha desfaçatez, agredir o bom senso e assumir publicamente que serve a dois senhores?
Esta é a coerência política destes novos tempos.
Em tempo – Antes que a turma do Dário que de vez em quando aparece por aqui fique achando que estou criticando os partidos porque resolveram apoiar o candidato deles, deixa esclarecer minha posição.
É legítimo e necessário que um partido político tome posições e declare apoios. Num mundo ideal, essas posições e apoios estariam ancoradas no que diz o programa do partido. Um partido com programa pró-parlamentarismo, por exemplo, estaria mais próximo de candidados, questões, propostas, projetos e quetais que encaminhassem o ordenamento político nesse sentido. Seria estranho se, de repente, abandonassem o ideário e resolvessem abraçar um candidato que defende o presidencialismo.
O que se tem visto, no entanto, é que não só os programas partidários foram jogados no lixo (há bastante tempo que ninguém mais liga pra isso e muda de partido como se fossem todos iguais – e, na verdade, são), como também o senso comum.
O eleitor está percebendo que é um pouco demais participar do primeiro turno com uma posição e, no segundo turno, por razões nunca suficientemente claras, rasgar o discurso e mudar da água pro vinho. Como pretendem manter a credibilidade se, em determinado momento, conforme as conveniências daquele instante, comportam-se como adversários e lançam-se acusações pretensamente sérias. No momento seguinte, novamente atendendo conveniências quase privadas, passam a agir como se nada tivesse acontecido, comprovando, aos olhos do público, que tudo não passou de um jogo de cena.
E, como em outras ocasiões, os palhaços somos nós, que ficamos na platéia, impotentes e inermes, a rir do que fazem conosco e com a nossa inteligência.
Dirão os partidos, em suas defesas, que este é o sentido da eleição em dois turnos. No primeiro, cada um lança seus candidatos e disputam os votos com todo empenho. Depois, os que não tiveram sucesso precisam decidir qual dois dois restantes deve apoiar. E aí não tem muita escolha e é provável que, no calor da campanha, tenham sido ditas coisas que agora precisam ser engolidas em nome de uma nova situação, criada pelo resultado da eleição.
É, em tese, razoável. Mas, na prática o que se viu foram coisas como essa espetacular ginástica do PTB, que mesmo participando de uma das duas chapas que passaram para o segundo turno, não se contenta em ainda estar na disputa: quer também apoiar o outro candidato.
O que eles estão fazendo equivale a ir ao estádio, em dia de clássico, com uma camiseta metade Figueira e metade Avaí. Colocam-se na arquibancada entre as duas torcidas e comemoram os gols dos dois times. No final, qualquer que seja o vencedor, sai comemorando e soltando foguetes.
Portanto, o problema não é que o apoio foi pra este ou aquele, que fulano tenha a preferência deste ou daquele. O problema é que, na ânsia de se colocar bem no jogo pelo Poder, os partidos políticos perderam a compostura e afirmam, com os gestos de seus dirigentes, que não devem ser levados a sério. E isto não é ruim só para o Esperidião ou para o Dário. É ruim para a democracia. Partidos desacreditados, fracos e negociáveis favorecem o surgimento de tiranetes que não os respeitam e que utilizam suas estruturas corruptas apenas para legitimar sua farsa ditatorial, como ocorre na Venezuela e pode ocorrer em outros lugares.
Agora vai: a candidatura do cronista Alberto Gonçalves à presidência de
Portugal!
-
Os governantes e os portugueses que elegem os governantes não querem
reformas: querem a reforma. Eu também. Vote em mim. Com os leitores, a
sarcástica cr...
Há 6 horas
7 comentários:
Morro e não vejo tudo...
Depois da vergonhosa posição do PDT do Manoel Dias, pensei que não teria mais nenhuma surpresa. Mas o Parisotto conseguiu superar.
A eleição deste ano entra para a história com dois fatos vergonhosos: - O PDT apóia Dário para manter no cargo a mulher do presidente (dono) da sigla. - O PTB criou a divisão do apoio, o concreto e o pragmático.
Que vergonha.
É por isso que chama PARTIDO, se não fosse assim, chamaria INTEIRO.
Pra uma situação infame dessas só um trocadilho mais infame ainda.
Tio César
Viu a brilhante declaração do Parisotto no Paulo Alceu?
“O deputado tem limitações, o pastor não tem limites”
Nada mais verdadeiro. Nada mais próprio pra esse tipo de gente.
Essa do Parisotto, não foi menos cachorra do que a presepada do DEM, também apoiando o Dário. Que partidinho escroto! Claro, claro, não querem enfraquecer a tríplice aliança... Mandaram o garoto prodígio pra Buenos Aires para tentar amenizar a vergonha que ficou por aqui. O Junior foi o que mais bateu no Dário, trouxe tantas coisas à tona, as propagandas do primeiro turno mais pareciam uma metralhadora giratória. Agora estão amiguinhos.
É por isso que esses evangélicos não enganam mais ninguem. Só o Amin. Na Câmara, de 3 representantes atualmente, ficaram com apenas 1.
Pensemos o seguinte: Você como dono de uma empresa, necessita de um administrador para tocar o negócio, enfim, ao fazer uma entrevista com o candidato e realizar uma pesquisa da vida pregressa do postulante, verifica que ele tem 5 processos por gestão fraudulenta ou improbidade administrativa que dá no mesmo, você como dono contrataria esse candidato? Muitos desses que têm nas costas processos invocam o princípio da inocência, que ao meu ver é bastante quastionável, para mim, deveriamos adotar o princípio da culpabilidade, ou seja, se estás sendo acusado é porque há indícios de culpa, e não de inocência, se ao final do processo for condenado, o princípio da culpabilidade transforma-se em efetiva culpa, caso contrário, a duvida que até então pairava sob o auspício da presunção de culpabilidade reverterá à efetiva inocência!
Vejo tudo e não morro. Quem não sabe que o ex-chefe de gabinete do Parizoto e atual vereador Jair Miotto está colado no saco do Dário? Apesar do PTB ser vice do Amin, os comissionados do Mioto continuam na prefeitura. O careca, sempre tão esperto, nessa foi feito de otário, tudo porque achou que a força do bispo Renato faria diferença. Doce ilusão...
Postar um comentário