Crescem as indicações que o Supremo Tribunal Federal atenderá aos reclamos das grandes empresas jornalísticas e extinguirá regulamentação da profissão de Jornalista.
O bombardeio contra a exigência de nível superior e de algumas condições para o exercício profissional é antigo e amplo. Não passa uma legislatura sem que apareçam vários projetos modificando, alterando ou extinguindo a profissão. No judiciário também são várias as iniciativas.
E o que pode significar isso, para o leitor, o telespectador? É provável que ninguém note a diferença. Há muito tempo as emissoras de rádio e de TV vêem driblando a exigência de curso de jornalismo para exercer funções reservadas a jornalistas: criaram outros nomes para as funções e colocam nelas radialistas ou outro tipo de não jornalistas.
Nos grandes jornais, a exigência do diploma é vista como uma interferência indevida no direito que as empresas têm, de empregar quem eles bem entenderem. Na verdade, ninguém está preocupado com o cerceamento da liberdade de expressão. Esta é uma bobagem que é dita aqui e ali, para sensibilizar os idiotas.
Mesmo com a legislação atual, qualquer pessoa pode escrever, remuneradamente ou não, nos jornais. Extinguir a regulamentação profissional não abrirá mercado de trabalho, não abrirá novos canais de expressão, não aliviará em nada a vida daqueles que acham que não têm voz.
Mas, é claro, dará um refresco para as empresas, que não precisarão mais pagar piso salarial, não terão obrigação de respeitar limite de horas trabalhadas (hoje são cinco horas, com acréscimo de no máximo duas horas). E deixarão de ter, em seus pés, alguns sindicatos pentelhos que ficam cobrando direitos trabalhistas que constam da regulamentação profissional.
Ah, o lado bom é que muita escola ruim de jornalismo vai fechar.
ATUALIZAÇÃO DO SÁBADO
Trago pra cá bilhete que o presidente da Fenaj deixou nos comentários:
“Valente César,
A matéria que causou tanta repercussão é um baita exercício de futurologia e guarda uma distância enorme do bom jornalismo. "Ministros manifestaram de alguma forma”. Alguma forma? Isso não existe. Traduz apenas o desejo e a torcida da repórter e do editor. As informações foram manipuladas para confirmar a pauta. Nada de novo. Ninguém, absolutamente ninguém, pode antecipar a decisão do Supremo. O jogo está sendo jogado. E nós estamos na luta.
Abraços do front,
Sérgio Murillo de Andrade
Presidente da FENAJ”
4 comentários:
Valente César,
A matéria que causou tanta repercussão é um baita exercício de futurologia e guarda uma distância enorme do bom jornalismo. "Ministros manifestaram de alguma forma”. Alguma forma? Isso não existe. Traduz apenas o desejo e a torcida da repórter e do editor. As informações foram manipuladas para confirmar a pauta. Nada de novo. Ninguém, absolutamente ninguém, pode antecipar a decisão do Supremo. O jogo está sendo jogado. E nós estamos na luta.
Abraços do front,
Sérgio Murillo de Andrade
Presidente da FENAJ
Esse César vive provocando...
O que vão fazer com o curso de Jornalismo da UFSC?Vão fechar e mandar os professores embora?Ou vão ficar ganhando sem trabalhar, como em certos cursos de línguas estrangeiras?
E, mais importante,os alunos que investiram anos de suas vidas cursando uma faculdade que agora não vale naaaaadaaaa?!Podem pedir indenização pelo tempo que perderam fazendo uma faculdade em vez de outra?e o tempo estudando pra passar no vestiba? e os gastos até agora?Os que estão cursando jornalismo podem pedir pra trocar de curso pra um que dê, pelo menos, um diploma?
Surigo que peçam mudança de curso urgente, pra direito, medicina, odonto,bioquímica,enfermagem.Estas coisas que sem 'diproma' nada feito...Ou vão arrumar a vida dos dentistas práticos, bons e baratos?
Ou vão entregar a barriga pra ser aberta por um médico sem diploma, sem residência e tal?Quem sabe na mesma balada não acabam com o exame da OAB?E também com a OAB...o que não seria má idéia...
O exame da OAB deveria ser aplicad em advogado que quer se tornar juiz pela janela.
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