quinta-feira, 9 de outubro de 2008

DELÍRIOS TECNOLÓGICOS

O presidente do Ciasc, Hugo Hoeschl, parece estar completamente fora da casinha. Dirige uma repartição pública (o Centro de Informática e Automação de Santa Catarina) do Poder Executivo, que tem problemas para cumprir suas tarefas básicas, como bem servir ao contribuinte e aos demais órgãos do estado.

São muitas as responsabilidades do Ciasc e é grande a expectativa que o governo do estado deposita em suas alquebradas (e, em alguns casos, obsoletas) costas. LHS, um entusiasta da modernidade, quer que Santa Catarina tenha sistemas eficientes que permitam fazer com que o tal e-gov (o governo eletrônico), saia dos projetos, prospectos e “cases” apresentados em congressos em busca de prêmios e passe a fazer parte da vida dos cidadãos.

Um estado que não tem sequer o seu Diário Oficial na internet permite que o presidente do Ciasc envolva a instituição e o governo num projeto absolutamente mirabolante: um sistema de votação por intermédio de telefones celulares!

O Ciasc escorrega na maionese ao dedicar tempo, pessoal e provavelmente dinheiro público, para reformular o sistema eleitoral brasileiro. Tarefa que, a menos que o maluco seja eu, não faz parte das obrigações daquele órgão.

Em tempo – Não precisa levar-me a sério. Veja (e leia) com seus próprios olhos: “Governo desenvolve sistema que permite votar pelo celular”

8 comentários:

Anônimo disse...

Então somos dois. Pensei que só eu estava louco ao tomar conhecimento desse absurdo.

Anônimo disse...

Isso aí tá cheirando a uso da máquina pública para fins privados. Pesquisas, sorteios e esse tipo de coisa. Sem entrar no mérito da utilidade (absurdo), depois de desenvolver tudo, ou até mesmo durante o desenvolvimento, alguém copia tudo em um pequenino pendrive e utiliza o que quiser para o que bem entender. E quem vai reclamar ou saber?

Anônimo disse...

Tio César,

Este cara é mais que maluco: é hiper, super, mega maluco.
Alguém poderia nos dizer como fica o sigilo do voto?
Que esta turma que anda por aí no poer gosta de comprar votos j´´a se sabe, mais querer recibo já é demais, não?

Anônimo disse...

Voto por celular é inviável. Como ficaria o sigilo do voto, que é obrigatório?

Anônimo disse...

Tio Cesar

Esclareça-me uma dúvida cruel:

celular com dois chips vota duas vezes?

Celular clonado, também?

Anônimo disse...

Em breve "alguém" venderá um sistema de votação por celular para o TSE. Aí já saberemos de onde veio, onde foi desenvolvido, com dinheiro de quem e etc...
O Diáro Oficial na internet, perigosa vitrine para as negociatas, é muito "complicado" para o pessoal da Ciasc. Voto por celular combina mais, pois é descentralizado.

Murillo Costa disse...

Não se esqueçam que o ex-ministro da tecnologia era conhecido pelo apelido de "RAINHA DA SUCATA", e foi responsável por um dos maiores atrasos tecnológico "destepaís".

Anônimo disse...

Deixa eu resgatar aqui alguns trechos da notícia, especialmente para quem não leu a reportagem lançada no site do governo estadual.

"as eleições municipais costumam custar ao Brasil cerca de R$ 1 bilhão. Segundo ele, com a nova tecnologia se gastaria 5% desse valor"

"A primeira coisa que vai mudar é a temporalidade das eleições. Uma eleição pode começar no primeiro dia do mês e ir até o dia 15. As pessoas podem votar de madrugada, de manhã, no domingo e no sábado. Não precisa parar o país para fazer uma eleição"

"Outro fator defendido por Hoeschl é que a urna digital permitiria que aproximadamente 20 milhões de pessoas, que estão fora de seu domicilio eleitoral, pudessem votar de qualquer localidade."

E para os desavisados... "É claro que precisamos estudar e construir modelos para que haja fiscalização, controle e acompanhamento."

Mesmo que o sistema desenvolvido pelo CIASC não emplaque, coisa que pode muito bem acontecer, o projeto deve ter gerado insumo para que o estado consiga prospectar parcerias estratégicas nessa questão, além das patentes dos componentes tecnológicos da solução para a posteridade. Alguém ai palpita sobre como será o sistema eleitoral daqui a 20 anos? Provavelmente não com urna eletrônica e disquete.

E vivem reclamando do eterno status de país em desenvolvimento que o Brasil carrega.