quarta-feira, 27 de agosto de 2008

CABOCLO TRANCA-RUA

Apropriei-me, no título desta nota, da expressão usada pelo Canga no Cangablog, porque é, de fato, a mais correta. Com a proximidade das eleições, baixou na prefeitura o caboclo tranca-rua. A pretexto de “revitalizar” as vias, inferniza-se a vida nada fácil dos que precisam ir e vir na capital. O caos instalado na beira-mar norte não é o único, não foi o primeiro nem será o último.

Hoje de manhã o secretário de obras da prefeitura explicava, para o Mário Mota, na CBN, por que as obras na beira-mar norte não podiam ser feitas à noite, quando trânsito é menor: “temos que respeitar a lei do silêncio, porque as máquinas fazem muito barulho e não podemos perturbar o descanso de uma zona residencial”. Sugiro que os moradores da beira-mar norte solicitem a gravação da entrevista à CBN e a utilizem quando a prefeitura, a qualquer pretexto, liberar trios-elétricos, shows e outros barulhos que, aí sím, infernizam a vida de todos, moradores e passantes.

Daí, quando o Motinha perguntou cadê a pintura da sinalização da rua do Córrego Grande, cuja “revitalização” (meia-sola seria o termo apropriado) está pronta há tempos, o secretário se enrolou todo. E entregou o jogo: como amontoaram o serviço num tempo curto, a turma não está dando conta de fazer direito um de cada vez.

E a principal informação: o caboclo tranca-rua vai continuar, no mínimo, até a eleição. O secretário falou que as “obras” na beira-mar devem durar até dezembro (e aí, digo eu, vai depender do resultado da eleição, porque se o Dário não levar, é possível que a “obra” seja abandonada assim que sair o resultado).

Ainda não descobri quais serão as “obras” que estão preparando para tocar no verão. Vocês sabem, né, que temporada em Florianópolis sempre tem que ter uma tranqueira. Ô vida...

Ah, e pra quem acha que o transtorno é inevitável porque, afinal, precisa mesmo fazer a manutenção do pavimento: o problema é a falta de planejamento integrado, de preparo de alternativas (e sinalização das alternativas) e a concentração de “obras” nos meses que antecedem a eleição. Sem falar que em ruas repavimentadas, como a Madre Benvenuta e a do Córrego Grande, na semana seguinte ao final do trabalho, foram abertas valas transversais no asfalto novinho, pra instalação de alguma coisa que os “planejadores” esqueceram de prever. Lentidão e engarrafamento por causa de obras necessárias é compreensível, mas quando a lentidão e o engarrafamento são cercados de incompetência por todos os lados, o saquinho estoura e a paciência desaparece.

3 comentários:

Anônimo disse...

Tio César,

Todo dia tem pagode no Coxixos e nem a PM, nem a GM proíbem!
EStou dizendo todo dia! Após às 22h, quando deveria estar imperando a lei do silêncio.
Acho que a eventualizade de um ruído para o bem geral pode-se aturar, mas aquele desrespeito já passou da conta há muito tempo.
Sem contar que saem todos bêbados na maior cara de pau!
Tenta-se ligar para o 190 e eles não dão a mínima!

Anônimo disse...

Você está chamando de repavimentação aquela "pintura" com lama asfáltica que passaram na Madre Benvenuta ? Acho que não aguenta até o 2º turno, vai toda para o ralo !

Lunar - Jorge Oliveira disse...

César.

Não sou contra obras durante as campanhas eleitorais, muito menos ainda se elas têm como objetivo a melhoria da qualidade de vida da população. Elas são necessárias, mas provocariam menos confusão ou protestos de toda a ordem se fossem executadas no período noturno, ou nos finais de semana.

O secretário de Obras diz que a prefeitura tem “que respeitar a lei do silêncio, porque as máquinas fazem muito barulho e não podemos perturbar o descanso de uma zona residencial”.

Até faz sentido não fosse a contradição do que esse mesmo secretário disse no programa do mesmo Mário Motta na última terça-feira (26) quando questionado sobre o mesmo assunto.

Na oportunidade o senhor secretário de Obras da PMF afirmou que a colocação de asfalto somente pode ser efetuada durante o dia uma vez de que o material empregado na sua composição assim o exige (coisas relacionadas com a temperatura ambiente, precipitação, etc.). Não convenceu, evidentemente.

Não sou engenheiro e tampouco conheço o tipo de material empregado na composição do asfalto que é colocado em nossas ruas. Imagino que não deva ser muito diferente do que é utilizado na pavimentação de estradas como a BR-101 ou em nossas SCs. O que sei é que não pode colocar esse tipo de asfalto em duas situações climáticas desfavoráveis: em condições de chuva e em temperaturas abaixo de 10°C.

Assim, como explicar o trabalho de pavimentação asfáltica que é realizado no período noturno na duplicação do trecho sul da BR-101 em algumas ocasiões? Viajo todos os finais de semana de Laguna para Florianópolis e garanto que já vi por diversas vezes todo o aparato de homens e máquinas colocando asfalto na rodovia durante a noite.

Resumindo, seria muito mais fácil e menos complicado se o nobre secretário dissesse que a prefeitura não realiza esses serviços em horário noturno para não ter que pagar horas extras aos seus trabalhadores. E se o trabalho é realizado por empresa contratada, que esclarecesse que o contrato firmado não estabelece o pagamento de valores adicionais para trabalhos realizados fora do horário comercial. Simples assim!

Quanto ao caso da Avenida Madre Benvenuta, sugiro que dê uma olhada em material postado no blog que mantenho, enviado por um amigo que mora no Jardim Santa Mônica (http://senaoquesdiz.blogspot.com/2008/07/avenida-madre-benvenuta-como-fcil-jogar.html). Algumas imagens foram utilizadas para ilustrar (no mesmo blog) o seu post “Caboclo Tranca-rua” que tomei a liberdade de publicar.

Jorge Oliveira