Existem algumas palavras que as pessoas acabam usando sem questionar sua utilidade ou mesmo a correção da sua aplicação. Geralmente são neologismos associados a alguma coisa “moderna” (no sentido de pouco conhecida ou pouco compreendida).
“Internauta” é uma dessas pragas que redatores preguiçosos dos mais diversos veículos (e de vários países) estão tratando de popularizar. Em vez de dizer que um leitor mandou uma foto ou uma denúncia, como o DIARINHO faz há décadas, os “modernosos” enchem a boca pra dizer que os “internautas” enviaram sua colaboração.
Só porque usaram, em algum momento da comunicação, a internet e alguma de suas ferramentas. Provavelmente o e-mail.
Bom, mas o uso de “internauta” deve fazer algum sentido para aqueles, e são muitos, que ainda acham um fenômeno especial, raro, “navegar” na internet. E que imaginam essa “navegação” como uma atividade de grande complexidade tecnológica. De fato, esses seres iluminados, capazes de dominar tão fascinante ambiente, precisam mesmo ser designados de forma especial.
A revista Time, quando colocou um espelho na capa da última edição de 2006, elegendo “você” como a pessoa do ano (foto ao lado), certamente ajudou a mitificar um pouco mais esse grupo de “cidadãos do mundo digital”. Como se fossem mesmo habitantes de um outro mundo aqueles que de alguma forma usufruem das comodidades da era da informação.
Não é importante ter um termo que me identifique quando estou falando com meus filhos pela internet (com alguma ferramenta voip, como o skype): importante é ouvir e ser ouvido claramente, pagando o mínimo possível. Não me transformo num “painauta” por causa disso. No máximo, num “pailhaço”, se continuar a usar palavras “da moda” sem pensar na sua inutilidade.
Quem resolve a pobreza é o capitalismo, não os burocratas do G20 com as
garras no Estado.
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O sistema capitalista se mostrou o mais eficiente na criação de riqueza,
desmistificando a ideia de que economia é um jogo de soma zero. Alan Ghani
para ...
Há 5 horas
Um comentário:
Caro César
Ainda bem que há pessoas preocupadas com esse maldito "internetês" que nos assola. A começar pelo "site", que é, de fato, apenas um SÍTIO. A palavrinha existe, é velha e tem o exato significado daquilo que nos metem guela abaixo.
E os coleguinhas, nas redações da vida, embarcam nessa. Você tem razão. Se enviar uma foto por carta serei então um "correionauta"? Se mandar uma nota por telex, seria um "telexnauta"? E, se em mãos, poderia ser "pessoalnauta" ou "aovivonauta"?
É bom lembrar que a Internet é apenas um simples instrumento, uma ferramenta para nos auxiliar. Jamais o contrário.
Um abraço
Schneider
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