(DA SÉRIE: DESGRAÇAS VERANIS)
A chegada das festas de final de ano e do verão parece que desperta alguns instintos assassinos em seres com pouco (ou nenhum) estofo cultural e escassa massa cinzenta.
São, basicamente, dois tipos de monstros que se revelam nesta época. O primeiro podemos chamar de Insano Fogueteiro. Gasta milhares de reais durante o ano, para montar um estoque de foguetes que permita azucrinar a vida terrestre e marítima de todos ao seu redor, por um longo período.
E não são apenas locais. Há casos documentados de fogueteiros migrantes. Ontem me mostraram um que é de Londrina, no Paraná. Mas todo ano traz de lá um caminhão (e não é força de expressão, é um caminhão baú mesmo) de foguetes para soltar no sul da Ilha, aqui em Florianóplis, onde o desinfeliz tem uma casona de praia. A tortura se estende praticamente por todo o mês de dezembro e boa parte de janeiro.
Cada praia catarinense tem uma história de Insano Fogueteiro. Ele se acha o máximo, porque é rico (em alguns casos, bicheiro), usa colares de ouro e relógios de grife, dá festas tão barulhentas quanto os foguetes, mas a vizinhança toda os odeia.
O outro é o Rabo Elétrico. Transforma a traseira de seu carro (ou camionete), num arremedo de trio elétrico. Centenas de watts de potência, cornetas de todos os tipos e música da pior qualidade. Candidato a algum troféu de estupidez, o Rabo Elétrico não se contenta em circular pela cidade às duas da manhã acordando todo mundo. Estaciona à beira mar e fica admirando a desgraça que produz.
Alguns pesquisadores encontraram pontos de contato entre os dois tipos de imbecis: o Rabo Elétrico, em muitos casos, é filho de um Insano Fogueteiro. Não é raro, portanto, encontrar um Rabo Elétrico a todo volume, nas proximidades de um Fogueteiro alucinado.
Prainhas aprazíveis, de águas tépidas, vizinhança agradável e areia branca, transformam-se de repente numa sucursal do inferno. O Fogueteiro consegue manter as explosões dias e noites inteiros, sem parar. Se, às cinco da manhã, ocorrer uma pausa, não se preocupem que é só o tempo de buscar mais algumas caixas no caminhão e a coisa recomeça.
E para que vocês não achem que estou exagerando, aí está um gráfico, produzido pelo Ministério Público Estadual, dentro do Programa Silêncio Padrão de Florianópolis, com dados da Polícia Militar.
No verão 2005/2006, por exemplo, a absurda maioria das ocorrências no norte da Ilha foi por perturbação do sossego. Coisa que inclui som alto, barulheira fora de hora, bagunças em geral. Parece ser menos perigoso ou ofensivo que roubos e assaltos, mas não é menos violento.
Tanto que boa parte das “vias de fato” deve ser de gente que foi lá reclamar e teve que partir para a ignorância com os baderneiros.
O som alto, o barulho, é uma das formas mais insidiosas de violência urbana, porque entra na tua casa, atrapalha teu lazer, te impede de ler um livro sossegado, de ver um filme ou mesmo de ouvir outro tipo de música. Quem pratica esse crime não só demonstra que não está preparado para viver em sociedade, mas também que é burro. Quanto mais próxima a pessoa está da fonte daquela barulheira, mais cedo ficará com problemas auditivos, dos quais a surdez é o mal menor.
Quem resolve a pobreza é o capitalismo, não os burocratas do G20 com as
garras no Estado.
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O sistema capitalista se mostrou o mais eficiente na criação de riqueza,
desmistificando a ideia de que economia é um jogo de soma zero. Alan Ghani
para ...
Há 5 horas
7 comentários:
Bom dia César Valente,
Primeiro, parabéns por seu criativo blog.
Segundo, aproveitando a temática de fogueteiros e rabos elétricos, cansamos de ler em jornais, vizinhanças querendo fechar casas noturnas por excesso de barulho! Nada contra se real! Mas o que faz o poder público no "coxixos"? Lá existe uma boate a céu aberto funcionando todos os dias de semana. Por acaso você conhece tratamento acústico paraq boates a céu aberto? Aquilo é um ultraje às autoridades, que nada fazem. Além do barulho, o excesso de bebida, que faz com que os 'rabos elétricos" saiam todos dirigindo em "perfeitas condições"!!!!
Abraços e sucesso,
Luiz Fernando
Cesar,
esse problema só terá fim quando for aplicada multa. É preciso criar com urgencia um tipo de multa para essse problema que está aumentando e se espalhando.
As regras de convívio em sociedade (conhecidas, mas não praticadas por todos) precisam estar melhor regulamentadas. Hoje em dia, um policial pouco pode fazer, pq não tem amparo legal. Está mais do que na hora de disciplinar (e punir) melhor esta baderna. Mas nossos vereadores preferem votar projetos de mudança de nomes de ruas...
As regras de convívio em sociedade (conhecidas, mas não praticadas por todos) precisam estar melhor regulamentadas. Hoje em dia, um policial pouco pode fazer, pq não tem amparo legal. Está mais do que na hora de disciplinar (e punir) melhor esta baderna. Mas nossos vereadores preferem votar projetos de mudança de nomes de ruas...
Caro César,
Florianópolis, que todos chamam de Ilha da Magia não passa de Ilha da Fantasia. Moro aqui há 30 anos, aqui criei meus filhos. Morei em Porto Alegre(onde nasci) e em Caxias do Sul(RS) antes de ser transferido prá cá. Muitos que fazem isso são os deslumbrados, alguns que não tem onde cair morto, mas tem que "salgar o rabo", se embriagar e depois dar um cheque sem fundo prá pagar a cerveja. Sempre ao passar pelo Mercado via os "famosos" colocar um bolinho de bacalhau e uma cerveja e passar a manhã no BOX 32.
Esse mesmo pessoal come uma coxinha e um caldo de cana na volta do Mercado e depois vai palitar o dente na frente da Macarronada ou do Lindacap. Podes esperar o que também de um povinho que corre atrás de um boi há 200 anos? Misturou isso tudo e deu no que deu nesta Floripa do Século XXI.
Abraços,
Adilson Minossi de Oliveira - Florianópolis
Moro no Rio Vermelho e tive um jovem vizinho que botava duas caixas de som na sacada do seu quarto, viradas para o lado de fora, e tocava répis de bandidos por horas a fio. Ele ficava dentro do quarto. A mãe trabalha fora. Vizinhos comentam que, às vezes, ele saía de casa e deixava o som tocando sozinho. Um dia, o vizinho dos fundos emparedou o som do cara: construiu as costas de uma edícula em meia-água de dois pisos exatamente na extrema do terreno, praticamente encostada nos limites da sacada. Faz uns dois meses, o tocador de répi dos bandidos apareceu morto a tiros na cabeça, no meio do mato, com um parceiro do tráfico. Os vizinhos comentam que ele pegava droga para revender e não pagava. Vai ver, usava a grana para comprar CD pirata de répis de bandidos...
César, teus vizinhos são uns malas! Falaí! Eu dei sorte de não ter nenhum desses num raio de 1 km da minha casa. O máximo que escuto é um tirinho quando chega droga no morro ou um sonzinho, bem longe, quando tem uma festinha;
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