quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

REFLEXÕES À BEIRA MAR...

Estava ontem almoçando com amigos na praia do Forte (foto acima), naquele restaurante ali da esquerda e, enquanto olhava para o mar... de carros, pensava na forma como o prefeito administrou aquela história das restrições que a Justiça impôs à bacia do Itacorubi. E como tem administrado várias outras questões, todas relacionadas ao fato desta ilha ter se transformado num poderoso atrativo turístico e sonho de consumo de milhões de brasileiros.

A prainha do Forte tem um acesso estreito, complicado, íngreme e centenas de veículos disputam uma vaguinha na areia, em qualquer canto. Mas não para de chegar gente. A Ilha é assim também: não para de chegar gente. Todos fascinados com o que vêem. E procurando vaga...

Aí, em vez de se antecipar a qualquer demanda de algum procurador mais ranheta e tratar o ambiente ilhéu com carinho e desvelo, a prefeitura vai empurrando com a barriga pra ver se consegue driblar as exigências legais. Às vezes cola, às vezes não.

Quando não cola, reclama que a ingerência é indevida. Como disse anteontem, por meio de seu secretário de comunicação: “a procuradora não vai pautar as ações da prefeitura”. Como que dizendo: “quem manda sou eu, ela que pare de encher o saco”.

Ora, há um ano ou mais, quando o juiz Bodnar decidiu algo que pareceu, para a prefeitura, injusto, o prefeito deveria ter subido nas tamancas e ido aos tribunais. E feito o que só ontem, passado o temporal, mandou seus auxiliares fazerem: “vamos limpar os córregos e enfrentar as conseqüências”.

Em resumo: quando Lula, LHS e Dário reclamam dos entraves ambientais às suas ações e tentam colocar a população contra o Ministério Público, demonstram que não estão preparados para gerenciar a ocupação de um dos países mais complexos, ambientalmente ricos e economicamente visados do mundo. E, neste campo, cada passo em falso tem repercussões importantes não só imediatas, mas também de médio e longo prazos.

A ilha, assim como a prainha do Forte, está tomada completamente por automóveis e largada à própria sorte. E a esperança está por um fio.

5 comentários:

Anônimo disse...

É verdade, as belezas naturais da ilha estão sendo usurpadas.
É uma pena que isso acontece à anos atrás, desde a época da prefeita angela amin...

Bonassoli disse...

Prá mim, o problema tem origem há bem mais tempo do que a fase Angela Amin na prefeitura. E, não importa quem ganhe as eleições deste ano, isso tudo é só o começo. Pior, creio que os sucessores do Dário (e do LHS e do Lula) vão insistir no mesmo comportamento.

Anônimo disse...

Na época da Prefeita Angela, a Policia Federal nao indiciou ONZE membros da administraçao por conduta imoral e ilegal, incluindo o próprio CHEFE. Tem é que voltar pra Sao José....

Anônimo disse...

Caro Cézar e demais leitores,
na minha modesta opinião, esse problema e tantos outros não devem ser vistos sob a ótica de quem era ou não prefeito e vereadores à época. Os problemas existem e qual vai ser a postura dos candidatos em relação a esses problemas. Valeu!
Julião Petruquio.

Anônimo disse...

Caro César,
também estava ontem à tarde na Praia do Forte e confesso a você que fiquei chocada com o cenário, pois havia anos que eu não ia no local, pra mim um dos mais bonitos de Florianópolis. O choque não se deve apenas aos carros que tomaram conta da praia, mas também aos restaurantes, que com suas mesas e cadeiras em plena faixa de areia, abarrotados, impedem a passagem das pessoas, que são obrigadas a entrarem na água para fazerem a travessia. Engraçado é que a situação com certeza é do conhecimento das autoridades, já que uma lancha da Marinha esteve no local para retirar os jet skis que estavam estacionados à beira-mar (e obrigou a todos a estacionarem os equipamentos a 200 metros da praia). Mas a esculhambação da Praia do Forte não lembra em nada o cenário bucólico de pouco tempo atrás. Hoje, tem buzinaço (por causa do acesso estreito e tumultuado pelas centenas de carros), engarrafamentos, garrafas pet dentro do mar, mais sujeira na areia, lanchas circulando livremente entre os banhistas...Um horror!
Abs,
Déborah Almada.