sábado, 9 de fevereiro de 2008

JORNALISTAS DA VELHA GUARDA ABREM SEUS CORAÇÕES

O veterano Laudelino José Sardá reuniu, num livro editado pela Unisul (com parceria da Fundação Certi), textos de jornalistas que, na década de 70, batucavam suas máquinas de escrever, principalmente nas redações de Santa Catarina.

O livro “Da Olivetti à Internet, Política e Técnicas da Notíca” tem textos de Acari Amorim, Adelor Lessa, Aldo Grangeiro, Apolinário Ternes, Celso Vicenzi, Elaine Borges, Elisabeth Karam, Gervásio Luz, Ildo Silva, Laudelino José Sardá, Laudelino Santos Neto, Lourenço Cazarré, Luciano Bitencourt, Marcos A. Bedin, Mário Medaglia, Mauro Meurer, Orestes Araújo, Orlando Tambosi, Raimundo C. Caruso, Raul Caldas Filho, Salim Miguel e Sérgio Lopes.

Sem uma pauta única, cada um escreveu o que achou que devia, o que resultou num livro interessante, com os mais diversos enfoques. Como fui contemporâneo deles, vivi experiências semelhantes e convivi com a maioria, li os relatos com especial prazer.

E, dentre todos, gostei mesmo foi de poder ler, novamente, o Sérgio Lopes. Um lendário repórter e elegante cronista de política, que deixou as redações há alguns anos.

É do texto dele (“Censura e jornalismo depois do golpe de 1964”) o trecho que transcrevo a seguir:
“Dessa época [década de 70] vem a fundação, aqui como em outros centros, do Clube de Repórteres Políticos, como o próprio nome diz, destinado a reunir o pessoal da cobertura política – editores, colunistas, correspondentes e repórteres que cobriam a área. Reunia-se periodicamente na presença de convidados, em geral políticos, mas também personalidades e lideranças do meio empresarial, religioso, etc., ampliando dessa forma o foco em que certas questões eram discutidas. O Clube, aliás, surgiu da necessidade de especialização, e, para facilitar o acesso a fontes exclusivas ou reservadas, daí não se permitir que as reuniões fossem gravadas ou filmadas. Transcorria tudo em off e sem a preocupação de produzir material de imprensa, salvo depois, numa parte final, destinada – esta sim, se o convidado permitisse – a extrair uma determinada declaração. Depois se passou a realizar entrevistas, e aí foi perdendo a motivação inicial. Uma pena, pois acredito que, mesmo hoje, seria uma fonte de inspiração, de informação e de intercâmbio de idéias e de reflexões sobre o que ocorre de importante na área.

Mantinha-se como princípio que o convidado não participava da divisão das despesas – em geral jantares – que eram bancadas pelos seus membros e, mais tarde, quando fosse o caso, reembolsadas pelos veículos a que pertenciam.”

2 comentários:

Anônimo disse...

Cesar


O Sérgio Lopes foi sem dúvida o melhor, o mais bem informado e com toda certeza o mais ELEGANTE cronista politico de Santa Catarina.

Pedro de Souza

Anônimo disse...

estou a procura de algum fato de pedro mesquita que trabalhou no estado de minas na decada de 60 e 70 se alguem souber m mande um e-mail no marcelondemorais@yahoo.com.br