sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

IN-SENSIBILIDADE

A forma como a prefeitura está tratando a comunidade da área da Ponta do Leal, no Estreito (Balneário) é reveladora da falta de sensibilidade (ou de interesse?) do município pelos problemas da população mais pobre.

Ali naquela área existe uma comunidade que foi formada há 43 anos e abriga 75 famílias. A maioria dos moradores sobrevive da pesca, dos serviços domésticos e da construção civil.

Bom, mas aí a Justiça determinou à prefeitura que resolva os problemas locais de ligações clandestinas de esgoto e contaminação da areia da praia, entre outros. E todos sabemos que o prefeito não gosta de decisões judiciais. Tem um problema qualquer com isso e sempre acha um jeito de inticar com o juiz. Ou com o Ministério Público Federal, que foi quem chamou a atenção do juiz para os problemas.

Como não é possível a ocupação residencial da Ponta do Leal, nem a execução de um projeto de saneamento, “já que muitas residências estão construídas sobre palafitas”, o jeito seria incluir aquelas pessoas num projeto de habitação popular.

Aí o que que a prefeitura fez? Apresentou uma proposta de transferência dos moradores para outros dois terrenos (um localizado no bairro Coloninha e o outro no bairro Monte Cristo). Além de provocar uma divisão física da comunidade, segundo o MPF “os apartamentos projetados são muito pequenos para algumas famílias que contam com nove ou dez membros.” Pode?

[Para ler o relato do MPF de onde tirei a nota acima, clique aqui.]

Update da manhã de sábado – olha só este comentário, que o presidente da Associação de Moradores da Coloninha deixou:
“Caro Cesár,

A respeito da matéria in-sensibilidade da PMF, no que diz tange a transferência da Comunidade da Ponta do Leal para a Coloninha, faz-se necessário registrar que naquela área também existem vários problemas, tão parecidos quanto os atuais vividos pela Ponta do Leal.

Na Rua Irmã Bonavita além de não existir rede de esgoto na área desapropriada para realização do projeto de assentamento da Ponta do Leal, no terreno ainda passa um pequeno riacho, sendo que muito próximo existem várias nascentes d'água.

A história da Coloninha, contada por seus vizinhos, conta que várias eram as pessoas que naquela baixada (terrendo desapropriado) buscavam água para sua subsistência e ainda várias eram as senhoras que ali lavavam roupa.

No terreno vizinho ao mencionado, (na parte alta da rua), foi construída uma creche da prefeitura e, com uma breve visita é fácil constatar as rachaduras do imóvel, situação esta certamente ocorrida devido a existência, conhecida por todos da região, de um lençol freático naquela área.

Por fim, faz-se necessário registrar, que a respeito da transferência da Ponta do Leal para aquela área com a comunidade da Coloninha, não houve qualquer discussão com os moradores vizinhos do local onde serão realizadas as obras.

Abraços
Rodrigo Cunha
Presidente da Associação dos Moradores do Bairro da Coloninha”

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Cesár,
A respeito da matéria in-sensibilidade da PMF, no que diz tange a transferência da Comunidade da Ponta do Leal para a Coloninha, faz-se necessário registrar que naquela área também existem vários problemas, tão parecidos quanto os atuais vividos pela Ponta do Leal.
Na Rua Irmã Bonavita além de não existir rede de esgoto na área desapropriada para realização do projeto de assentamento da Ponta do Leal, no terreno ainda passa um pequeno riacho, sendo que muito próximo existem várias nascentes d'água.
A história da Coloninha, contada por seus vizinhos, conta que várias eram as pessoas que naquela baixada (terrendo desapropriado) buscavam água para sua subsistência e ainda várias eram as senhoras que ali lavavam roupa.
No terreno vizinho ao mencionado, (na parte alta da rua), foi construída uma creche da prefeitura e, com uma breve visita é fácil constatar as rachaduras do imóvel, situação esta certamente ocorrida devido a existência, conhecida por todos da região, de um lençol freático naquela área.
Por fim, faz-se necessário registrar, que a respeito da transferência da Ponta do Leal para aquela área com a comunidade da Coloninha, não houve qualquer discussão com os moradores vizinhos do local onde serão realizadas as obras.
Abraços
Rodrigo Cunha
Presidente da Associação dos Moradores do Bairro da Coloninha

Bonassoli disse...

Há ainda que se lembrar que, acionada pelos moradores da Coloninha, a Câmara de Vereadores determinou a realização de uma saudável audiência pública para debater o assunto antes de qualquer obra. A Prefeitura, no entanto, em pleno SÁBADO de Carnaval, iniciou a limpeza do terreno. A empreiteira contratada sequer tinha uma ordem de serviço. A Prefeitura alega que já fez a audiência pública. Claro, fez no bairro Jardim Atlântico, vizinho à Coloninha. Ou desconhecem a parte continental de Florianópolis ou estão de brincadeira.

Anônimo disse...

Estranho...Tenho dois alunos que são da Ponta do Leal e a mãe, muito simpática e participativa,me disse que vão ser indenizados e cada um vai procurar seu canto.

Ademais,que perdoem a sinceridade,apartamento pequeno é?


Pois eu bem que gostaria de ter um, mesmo que fosse do Pombal do Abrão, da tia
Angela,ou das casinhas com manssardas do Monte Cristo, desde que fosse assim de mão beijada, de graça ou quase, dentro de uma cidade caríssima de viver, com o custo da moradia digno de uma Malibu, na Flórida.

Conheço a Coloninha desde a primeira igreja que foi construída na Rua Rita de Cássia, de madeira.Foi-se o tempo que era lugar pra pobre,basta ver os casarões e palacetes que tem por ali. Quem tem grana pra comprar um lote de 200m2 na região? só marajá.
Fala sériooo.