terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

DÁRIO DIZ QUE TEM

A grande polêmica carnavalesca da capital não é nem qual a escola que se saiu melhor (a Copa Lord, é claro). Mas o debate entre o prefeitODário (foto ao lado, sem gravata) e a procuradora da República Analúcia Hartmann (tem uma foto num dos posts mais abaixo). Ele disse que deixou os moradores do Santa Mônica debaixo dágua porque a Justiça Federal o impediu, a pedido do MPF, de limpar os córregos. A procuradora então pediu cópia da decisão judicial que diz isso.

O jornalista Paulo Aranhart, secretário de comunicação da prefeitura, mandou-me uma cartinha cujos principais trechos transcrevo:
“No ano passado o Juiz Zenildo Bodnnar impediu a Comcap e a Floram de fazerem limpeza nos canais da bacia do Itacorubi e no Rio Sangradouro (Campeche). Existe um ação civil pública que impede o município de mexer nestes locais sem um Relatório de impacto ambiental, mesmo se for para limpar.

Inclusive foram colocadas placas nestes locais informando que ninguém pode mexer nos córregos.

Está em processo de licitação o projeto em questão, que faz um Rima para a prefeitura mexer na área. Parece que já está em fase de abertura dos envelopes, te confirmo amanhã.”
O “amanhã” do bilhete foi ontem. E ontem o Paulo disse que a abertura dos envelopes será agora, no dia oito. Mas o principal é que, segundo a prefeitura, existe, por escrito, uma ordem do juiz Zenildo Bodnar, ameaçando o presidente da Comcap de prisão, se não parasse de limpar córregos em áreas de preservação.

Como é feriado e o procurador oficial da prefeitura está de folga, eles ainda não acharam esses papéis. Mas, segundo o prefeito, a procuradoria do município responderá à procuradora Hartmann, no prazo.

Pelo que entendi, da explicação que o secretário deu e do que o prefeito tem falado, tem muita areia e vários pedregulhos na relação entre os múltiplos órgãos que têm ingerência e responsabilidade sobre a mesma área.

A prefeitura reclama que a procuradora Analúcia e o juiz da vara ambiental ficam pegando no pé e dificultando as coisas. “Cada vez que dá uma chuva e o córrego enche de lixo, precisa fazer um novo estudo de impacto ambiental, pra poder limpar”, diz Arenhart. E lembra que além dos estudos serem caros (“deve custar cerca de R$ 400 mil”), dependem de licitação, “que é uma coisa demorada”, diz.

Esse processo que dia 8 chega a uma das fases finais, levou quase um ano. E o secretário garante que, durante este tempo, “várias vezes a prefeitura foi impedida de limpar os córregos”. Ontem a limpeza do rio do Campeche, que estava entupido de lixo e provocou inundação de várias residências, teria sido feita “na marra”, sem autorização judicial, “porque, em primeiro lugar, está a vida das pessoas”.

Hum... esta novela vai render.

Um comentário:

Anônimo disse...

O problema reside no fato de que o "limpar os rios" do Dário, não é o "limpar os rios" da Ana Lúcia.
Limpar com certeza não é dragar, não é aterrar, não é lançar esgoto mesmo que tratado, não é desaparecer com o rio, canalizar, mudar sua denominação, transformar em vala para escoamento de água da chuva.
Ainda bem que temos Ana Lúcia.