O colega Moacir Pereira, ao discursar em nome dos homenageados com o troféu do Sapesc (Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de Santa Catarina), falou sobre a valorização do setor em Santa Catarina. Criticou empresas sediadas aqui que usam agências de outros estados. E foi duro com os bancos, essas dragas:
“A crítica merece ser mais contundente em relação ao sistema bancário e financeiro, esta draga a sugar a economia de nosso povo, sem qualquer contrapartida social, cultural ou comunitária.”
Mas sobrou também para o LHS e sua mania de achar que tudo que vem de fora é melhor, mais bonito e mais chique. E usou, para definir esse vezo, um palavrão: “
xenofilia”. Vejam só:
“Respeito os que querem trazer produtores americanos para fazer filmes de faroeste em São Joaquim. Julgo mais importante, contudo, incentivar nossos cineastas a desvendarem os mistérios do grandioso episodio do Contestado, da epopéia garibaldina e o Seival na proclamação da República Juliana, da colossal experiência do carijó Iça-Mirim e sua descendência na nobreza francesa.
Corremos o risco da perda da identidade cultural e com elas da própria cidadania.
Nas livrarias de Florianópolis e de Santa Catarina as vitrines mais vistosas exibem os livros mais vendidos em Londres, Paris e Nova Iorque. Mas as obras de autores catarinenses não se encontram nas prateleiras.
A xenofilia que contamina algumas lideranças de nosso Estado merece reavaliação. Se de um lado é impossível dar as costas para as maravilhas artísticas produzidas lá fora, impõe-se maior atenção aos grupos que enriquecem a cultura regional catarinense, em todas suas manifestações.”
A íntegra do discurso e outras informações sobre a festa podem ser lidas no site
www.acontecendoaqui.com.br.
2 comentários:
Se ele diz que corremos o risco de perder identidade cultural, por que o governo faz quase nada pela cultura?
Conheço vários artistas ótimos penando para poder fazer o que sabem de melhor. E incentivo do governo nada, nem pra produção, nem na educação (sim, porque as pessoas precisam ser educadas a consumir cultura).
Deplorável.
Cesar,
Fui certa vez comprar na Livraria Siciliano um livro do Joel Ventura para dar de presente, quando fui informado pelo vendedor que eles não vendem livros de autores catarinense.
Esse é o respeito que essa gente tem por nós.
Tem toda razão o Moacir. Os Bancos não tem respeito por ninguem no país. Os lucros e a falta de apoio nas comunidades achacadas por eles, faz com que esse setor seja um dos mais detestado do Brasil.
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