quinta-feira, 15 de novembro de 2007

A REPÚBLICA SOBREVIVE, APESAR DOS PESARES

Imagino que todos saibam por que hoje é feriado. Relembro, para os mais distraídos: há 118 anos, no dia 15 de novembro, a monarquia brasileira foi extinta e criou-se uma república presidencialista. O Marechal Deodoro da Fonseca assumiu, provisoriamente, a presidência. Neste país de paz e boa conversa, o Imperador D. Pedro II e sua família, destituídos do trono, viajaram sem grandes incidentes para Portugal, no dia 17 de novembro.

Claro, se a gente for examinar direito, vai ver que Deodoro não queria se meter nessa história, mas aceitou, a contragosto, e marcaram o golpe militar para o dia 20. No dia 14 surgiu o boato que o governo mandaria prender os líderes do movimento (que devia ser tão secreto que todo mundo sabia quem eram). E o golpe foi antecipado para o dia 15 (ainda bem, porque senão hoje não estaríamos de folga).

No dia 19 o governo provisório lançou a nova bandeira da nova república, que é esta, que nós conhecemos e que nos identifica, até hoje, como nação. Adaptada (acho que às pressas) da bandeira anterior, manteve as cores da família imperial: o verde, o amarelo, o azul e o branco. Com o passar dos anos adotou-se, popularmente, a interpretação de que o verde seria das matas, o amarelo das riquezas, o azul do céu e o branco da paz.

Pois bem, depois de uma monarquia que durou 67 anos, embarcamos numa república que, 118 anos depois, ainda está na adolescência. Temos tido algumas crises, recaídas, febres, ataques de melancolia e uma danada de uma corrupção que não sara. Coça aqui, coça ali, quando a gente acha que cicatrizou uma pústula, abre outra, ainda mais fedorenta.

Mas a gente vai levando.

Aos poucos, estamos aprendendo. Já conseguimos fazer eleições periódicas, sem sobressaltos e sem golpes militares. O próximo passo é aprender como escolher os candidatos sem levar gato por lebre.

Para comemorar este dia, além do Brasão e da Bandeira da República, trouxe alguns versos do Hino à Proclamação da República:
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!

Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder

Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Pena que esta página não tenha som*, senão mostraria também algumas frases musicais desse Hino, que são muito bonitas. O início e o estribilho, por exemplo, são bem legais. No conjunto, é claro, tem aquela formalidade dos hinos militares e a letra usa uma porção de palavras eruditas e pedantes, o que atrapalha a compreensão. Ah, a letra é do Joaquim de Medeiros e Albuquerque e a música do Leopoldo Miguez.

[* essa limitação só vale para o jornal de papel, aqui na internet a coisa é outra: para ouvir o hino, em mp3, é só clicar aqui]

Texto publicado originalmente aqui no dia 15 de novembro de 2005

Um comentário:

Anônimo disse...

FICA MAIS UMA VEZ A PERGUNTA, ONDE ESTA OS PROFESSORES, TAO APLICADOS COM SEUS INTERESES PESSOAIS, FAZENDO GREVE, ENTONANDO O HINO NACIONAL EM SUAS PASSEATAS GUANDO FAZEM GREVE. QUNADO E QUE VAO ACORDAR E ENSINAR NAS ESCOLAS O SIGNIFICADO DOS FERIADOS PARA OS ALUNOS EM? OLHA, EU SO VEJO PROFESSOR ENTERESADO EM ENMENDAR O FERIADO E DIZER PARA A PATOTA DE ALUNOS QUE AMANHA NEM DEPOIS VAI TER AULA, SO NA SEGUNDA, JA VIROU ROTINA ISTO.
NO MEU TEMPO DE GURI, SE APRENDIA NEM QUE FOSSE NA MARRA, O PROFESSOR JA IA DIZENDO, O PESSOAL EU QUERO QUE TRAGAM NA PROXIMA AULA UMA REDAÇAO DO QUE VOCES SABEM DO TAL FERIADO, O QUE SE COMEMORA NESTE DIA E TAL E ETCTERA. HOJE O NEGOCIO QUE SE VE E FAZER GREVE ENMENDAR FERIADO E AINDA NO FINAL TER UMAS FERIAS PROLONGADAS. OU SERA QUE ESTOU ENGANADO. A EDUCAÇAO NESTE ESTADO JA E CHEIA DE ESPARADRAPO POR CAUSA DO DESCASO DO GOVERNO, AGORA OS PROFESSORES ESTAO CADA DIA DANDO UMA AJUDINHA PRA FICAR PIORRRRRRRR................
E QUEM PODE MAIS.