sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O FATOR CHAVES
Sempre que a gente fala no ditador venezuelano Chavez, tem uma turma, no Brasil, que fica muito ouriçada. Primeiro, tentam, com agressividade, provar que Chavez não é ditador. Depois, tentam quebrar a tua cara e calar a tua boca.

A defesa canhestra que o presidente brasileiro Lula da Silva fez de seu colega venezuelano, deveria encher-nos de preocupação. Afinal, o ex-petista demonstra não saber direito o que é democracia. Isto, para um presidente de um país que aspira ser democrático, é grave.

CURRICULUM VITAE
A Míriam Leitão, que naturalmente os lulistas e chavistas brasileiros deverão tachar de “jornalista a serviço da direita golpista”, explicou bem didaticamente por que a defesa que Lula fez do Chavez (“não se pode dizer que na Venezuela não tem democracia”) não tem pé nem cabeça:
“1-Ele [Chavez] entrou na vida pública tentando um golpe de estado;

2-Ao ser eleito anos depois aproveitou o momento em que estava ainda forte, destituiu o Congresso, fez eleições para uma Constituinte, mudou a Constituinte em seu favor, dando-se mais um mandato;

3-Aproveitando o momento de popularidade se elegeu de novo e considerou que esse era o primeiro mandato da nova Constituição;

4-Mudou a composição do Supremo, aposentando os adversários e nomeando os amigos;

5-Mudou a composição do Conselho Nacional Eleitoral para ter apenas ministros que o apóiam lá;

6-Formou, incentivou e armou grupos de militantes que intimidam qualquer oposição ao seu governo, que atacam jornais e emissoras de televisão;

7-Fechou uma TV por não estar alinhada ao seu governo;

8-Ameaça jornais e jornalistas, instigando seus grupos armados contra eles;

9-Mesmo depois de reeleito para um novo mandato, que fará com que fique 13 anos ao todo no poder, ele quer o direito a reeleição perpétua e propôs isso a um Congresso subserviente e para uma população manipulada pelo controle da imprensa e pela distribuição do dinheiro do petróleo.”
QUEM PODERÁ...
Lula diz que Chavez é democrático porque lá tem eleições a toda hora. Ora, durante a ditadura militar brasileira também, o que não faltou foi eleição.

E a Lúcia Hippolito lembra quais são alguns dos indícios de democracia que realmente devem ser levados em conta:
“Sinais de democracia são, além evidentemente, de eleições livres e limpas; instituições sólidas; justiça ao alcance de todos; poderes harmoniosos e independentes; imprensa livre; ética no trato da coisa pública; impessoalidade na administração pública; meritocracia; respeito às posições da oposição; alternância no poder – entre outros atributos de um regime democrático.”
A defesa que Lula faz do falastrão aprendiz de Fidel é compreensível, no contexto sul-americano, mas é preocupante. Em algum momento, Lula terá que romper com Chavez e deixar claro que o caminho da democracia brasileira é outro. Se não fizer isso, meus amigos, o jeito será mesmo o êxodo. Porque não sobrará pedra sobre pedra.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi. Não são nenhuma Miriam Leitão, mas em 28/05/2007 escrevi algo muito parecido no meu blog: "Chávez: construindo, democraticamente, uma Ditadura". Um abraço.

Anônimo disse...

A Linha de Lula não deixa dúvidas e a defesa que faz agora a Chavez é apenas a continuidade.
Ao demitir do IPEA-Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas quatro respeitados economistas, pelo simples fato de de citicarem o excessivo crescimento dos gastos públicos federais, Lula mantém a linha Chavista que iniciou com o "pedido" à Rede Record para afastar o jornalista Bóris Casói !

Orlando Tambosi disse...

"Tem uma turma que fica ouriçada"...
Desculpe o trocadilho infame, não não seria "ouriqueada"?