O governador Cláudio Lembo foi o personagem da sexta. Afirmou, com todas as letras, que tanto o Geraldo quanto o Alckmin estão derrotados e que Lula leva no primeiro turno. Lembo era vice de Alckmin no governo de SP e continua sendo do PFL, partido que teoricamente deveria apoiar a candidatura do tucano.
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LEMBO LAMBE LULA(Clique sobre a foto para abrir uma ampliação)
O Cláudio Lembo, aquele senhor com sobrancelhas enormes e assustadoras (fotos acima), que era vice governador quando o Geraldo Alckmin era governador de São Paulo, continua desafiando a lógica e distilando ingratidão: numa entrevista ao site Terra Magazine, disse que a eleição está resolvida e que Lula ganha no primeiro turno. E que seu ex-companheiro Alckmin só leva “se acontecer um fenômeno muito especial”.
Levando-se em conta que Lembo é do PFL, partido aliado ao PSDB de Alcmkmin, vocês podem imaginar como foi o dia no arraial tucano. Teve de tudo, de gente que arrancou os cabelos e xingou a mãe do Lembo, até quem tentasse levar na esportiva. O senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, disse que “Lembo costuma errar previsões... errará mais uma”.
Como bem lembrou o jornalista Ricardo Noblat, ao comentar este fato, todo mundo sabe que a vitória de Alckmin será difícil, mas ao enfraquecer ainda mais sua candidatura, começam a ficar prejudicados os partidos em torno dele e ameaçadas as votações das bancadas de senadores e deputados. “Um candidato a presidente da República derrotado de véspera prejudica quem o apóia e disputa as eleições estaduais”, disse Noblat.
PLURALIDADE AMEAÇADA
O Procurador da República Celso Três está pesquisando, junto à rede nacional de procuradores, iniciativas e sugestões do Ministério Público Federal sobre a atitude que deverá tomar a respeito da compra, pela RBS, do último grande jornal de circulação estadual de Santa Catarina.
Três entende que “além da questão social (desemprego, concentração de poder econômico), a compra viola a cidadania, o direito da sociedade à informação e à expressão”. Diz o procurador que “sem pluralidade a democracia é uma falácia”.
Naturalmente, a preocupação do Procurador é compartilhada por muita gente. Pela ótica do mercado é absolutamente normal que as empresas líderes ampliem crescentemente sua participação e presença. Mas os jornais, embora sejam, sob vários aspectos, iguais a fábricas de sardinhas ou de sabonetes, não são fábricas de sardinhas nem de sabonetes.
Em alguns países, as empresas que possuem canais de TV não podem ter jornais, em outros, há limites para a quantidade de veículos de comunicação que uma mesma empresa pode ter em determinado território. Aqui, porém, não existem essas limitações e chora menos quem pode mais.
CORONEL SARNEY
O grande amigo e aliado do Lula tem feito uma campanha, no Amapá (sim, o ex-presidente é maranhense mas, por conveniência familiar, se elege senador pelo Amapá), típica de republiquetas bananeiras. Manda censurar, por qualquer coisa, jornais, sites e o que mais aparecer. E o Tribunal Regional Eleitoral, com grande sabedoria, acata as reclamações do letrado Sarney.
E os motivos das censuras, ameaças e proibições soam, para nós, aqui do Sul maravilha, absurdas. Ontem o TRE-AP mandou tirar do ar, atendendo representação do Sarney, conselheiro e guru do Lula, uma foto no modesto blog da jornalista Alcinéia Cavalcanti, o “Repiquete no Meio do Mundo”.
A foto proibida era de um muro pichado pelo pessoal do Sarney, para apagar e prejudicar a propaganda de seus concorrentes. Se não tirasse a foto, teria uma multa de R$ 2 mil por dia.
Alcinéia já teve outras ameaças de censura, porque ela disse que Sarney “deve achar que o Amapá é uma fazenda de burros, porque mesmo sendo um homem rico e que ocupa mandato do povo do Amapá há 16 anos, aqui não fez nenhum investimento”.
E também saiu no blog da Alcinéia o adesivo perfeito. “Como a moda é adesivar carros, mande fazer um adesivo com a frase ‘O carro que mais combina comigo é o camburão da polícia’ e cole no vidro traseiro da pick-up daquele candidato”. O endereço do blog é alcilene.zip.net.
ESSE PLUTÃO...
Esta foi, sem dúvida, a notícia mais espetacular da semana: o planeta que perdeu seu posto. Foi despedido e rebaixado depois de alguns anos na função, lá nos cafundós do Sistema Solar.
A GiNiki, blogueira niteroiense do Novesfora (www.blogbrasil.com/noves) resumiu bem o drama:
“Se Plutão é anão,VOTO NULO NÃO ADIANTA
então não é plutão,
é Plutinho.”
Tem leitores e leitoras que volta e meia me pedem para que eu recomende o voto nulo. E sempre surge aquela história que se o voto nulo vencer “os candidatos ficam inelegíveis” e outras hipóteses, todas sem base real.
Não existe isso do voto nulo “vencer”, porque só contam os votos válidos. Assim, se tiver um milhão de votos nulos e trezentos votos válidos, a eleição será decidida por estes. Voto nulo só interessa aos corruptos.
E A FESPORTE SE FERROU
O clima na Fesporte mudou para muito melhor depois que os amadores do PCdoB saíram e assumiu uma equipe que entende do que faz. Mas antes de sair a turminha capitaneada pelo João Ghizoni (agora um leal servidor do governo Lula) tratou de se arrumar com o nosso rico dinheirinho.
O projeto Segundo Tempo era uma parceria da Fesporte com o Ministério do Esporte, que atende o aluno carente no contraturno da escola, praticando esporte, com reforço escolar, material e alimentação, Em SC são 70 núcleos, com perspectiva de ampliação.A verba, claro, é federal e o projeto era tocado pela Fesporte.
A nova direção, tendo à frente o joaçabense, ex-atleta e diretor do curso de educação física da Unoesc, Edmar de Oliveira Pinto, descobriu que o contrato do Segundo Tempo com a Fesporte não foi renovado porque agora quem toca o projeto é uma ONG. Por coincidência a ONG que ficou com esse filé é controlada pelo ex-oficial de gabinete de Ghizoni, marido da ex-diretora administrativa e financeira da Fesporte.
E o mais grave: o valor do novo contrato chega a R$ 5 milhões, ainda com uma contrapartida de R$ 600 mil da Fesporte. Um verdadeiro assalto ao dinheiro público, uma pouca vergonha, um escândalo sem tamanho.
A nova direção se recusa a fazer o repasse dos R$ 600 mil, até porque falta dinheiro em caixa. O esperto ex-diretor geral, João Ghizoni, já foi chamado para se explicar, mas até agora não deu muita bola, porque a turma do PCdoB, bem mais rica, agora está ao abrigo do Ministério do Esporte de Lula.
O pessoal que trabalha sério com o esporte amador está com os cabelos em pé: enquanto o PCdoB estava na Fesporte, foi um desastre. E, quando saíram, abriram um rombo ainda maior. Acham que a gente é tudo otário.
A ANJ NÃO QUER O DIARINHO
Como muitos leitores deste blog não tem acesso ao DIARINHO impresso, reproduzo aqui o editorial publicado na edição de sexta-feira, sobre a recusa da Associação Nacional de Jornais em aceitar o DIARINHO como sócio.
A inexplicável e insustentável posição da atual diretoria da Associação Nacional de Jornais, de negar ao DIARINHO o direito de associar-se a seus semelhantes, demonstra apenas visão estreita, preconceito e, por incrível que pareça, amadorismo.
Enquanto tantos jornais, no Brasil e no mundo, vêm sistematicamente perdendo leitores e fontes de sustentação econômica, o DIARINHO, administrado por uma empresa enxuta, cumpridora das leis, boa pagadora de impostos, emprega mais de uma centena de pessoas e ainda cresce, ano a ano, na preferência dos leitores e dos anunciantes.
Poucos jornais, em Santa Catarina e no Brasil, podem apresentar os números que o DIARINHO apresenta e ainda orgulhar-se de informar com independência e coragem, falando a linguagem que o povo fala, dizendo o que é preciso ser dito da forma como deve ser dito.
Mas este jornal não é bom o suficiente para a Associação de Jornais presidida, coincidentemente, pelo presidente do Grupo RBS, Nelson Sirotsky. E o mais intrigante é que não se sabe, na verdade, por que a ANJ não aceitou a filiação do DIARINHO. E na ausência de informação, surgem as conjeturas: por que a ANJ permitira a filiação de um jornal popular justamente no estado onde a RBS está lançando um jornal popular? por que a ANJ permitira a filiação de um jornal líder de vendas em sua região, se a RBS está aplicando alguns milhões de dólares para neutralizar seus concorrentes?
Claro que estas hipóteses soam como teorias conspiratórias fantasiosas e é possível que uma instituição com a respeitabilidade da ANJ não permita que os negócios do seu presidente contaminem as posições da Associação. Mas... será mesmo tão improvável esse zelo de algum funcionário da ANJ, que sugeriu a não aceitação baseado nos interesses das empresas do presidente e num difuso preconceito que muitos ainda têm contra jornais populares e contra o DIARINHO em especial?
A atitude demonstra que a Associação Nacional de Jornais teme abordagens inovadoras do negócio jornal, se assusta com o sucesso, e se recusa a conviver com linguagens e técnicas plurais. A ANJ, finalmente, demonstrou ser uma entidade preoconceituosa, mesquinha e amadora ao negar, sem maiores explicações ou cuidados, o pedido de filiação do DIARINHO.
Porque a ANJ, como Associação Nacional dos Jornais, deveria ter enxergado que, por trás da linguagem solta e coloquial que tanto abespinha os diretores da ANJ, existe uma empresa moderna, que tem compromissos muito mais sérios e profundos com a ética e com a verdade da informação que alguns tantos que posam de gravata para as fotografias mas que não passam de sepulcros caiados, em quem o leitor, razão primeira e última da existência de um jornal, não pode confiar e, em geral, não confia.
Assim, não é o DIARINHO que perde por não ter sido aceito na ANJ. É a ANJ que perde a oportunidade de conhecer melhor a experiência vitoriosa e ímpar do único jornal catarinense realmente independente que cresce continuamente e já incomoda muita gente.
2 comentários:
Tem razão o procurador. Pobre estado de Santa Catarina onde impera o vale-tudo, em qualquer área que se olhe. O poder economico ilimitado, nessa época sombria, parece ser o único que conta.
Ouvi alguém falando aqui, "foi só um brasileiro ir pro espaço que some um planeta!"
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