sexta-feira, 18 de agosto de 2006

SEXTA

O ESCÂNDALO DO DIA
Na noite de quarta e comecinho da madrugada de ontem, o debate entre candidatos ao governo promovido pela Câmara de Vereadores de Florianópolis virou um festival de baixarias onde, por pouco, o candidato do PP, Esperidião Amin, não foi agredido por um segurança do prefeito Dário Berger.

É claro que, do outro lado, afirmam que Esperidião estava fora de si, ofendendo o presidente da Câmara, a quem teria chamado de “empregado do governador”, desacatando o prefeito Dário, a quem acusou de “vendido” e que o motorista do prefeito, o tal segurança, é uma flor de pessoa.

Na foto acima, o ex-governador Amin parece ser um leiloeiro que aceita o lance final e declara que o bem foi vendido. Só parece. Pena que este jornal não tenha som e movimento, pra vocês sentirem o clima. Ah, mantive o vereador Aurélio Valente (PP) na foto, só porque tem o mesmo sobrenome que eu.

Esperidião chamou a Polícia Militar para registrar os fatos, porque se sentiu ameaçado pelo guarda-costas/motorista do prefeito Dário Berger (que, por coincidência, é um PM da ativa fazendo um biquinho municipal).

Ontem no almoço com o Felipe Massa e outros corredores que vieram propor um evento de kart para Florianópolis, o prefeito Dário ainda parecia com ressaca cívica, do bate-boca noturno na Câmara.

Depois desse cumprimento afetuoso do LHS, o presidente da Câmara, Marcílio Ávila ficou meio sem jeito e é compreensível que não tivesse conseguido agir com mão firme quando o pau quebrou entre Amin e Dário.
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Depois de ouvir relatos dos dois lados, consegui reunir alguns fatos incontestáveis:

a) Foi mesmo um barraco;

b) Apesar de não estar participando do debate, não ser vereador nem candidato a governador, o prefeito de Florianópolis, que foi indevidamente colocado na mesa dos debatedores, meteu-se na discussão. Coisa que, evidentemente, não podia fazer;

c) O presidente da Câmara, vereador Marcílio Ávila, não conseguiu segurar os ânimos nem impor sua autoridade.

Fora isso há, da parte da Coligação Salve Santa Catarina, uma denúncia ao Procurador Regional Eleitoral, por “crime de descumprimento de instrução da Justiça Eleitoral sobre as regras do debate”. A coligação afirma que o que tinha sido combinado com as assessorias dos candidatos não foi cumprido e cita o caso da presença do prefeito em lugar que deveria ser ocupado apenas pelos vereadores e pelos cinco jornalistas convidados para fazerem perguntas.

A denúncia pede que sejam tomadas providências contra a atitude omissa do presidente da Câmara.

O candidato Luiz Henrique ficou de fora do inacreditável bate-boca de Amin com o prefeito e o vereador Juarez Silveira e, esperto, assim que terminou tratou de sair fora.

Eu sei que vocês não gostam de saber dos detalhes sórdidos, mas eu vou contar assim mesmo: um jornalista perguntou a Amin se ele era dono da Transol, uma empresa de ônibus urbanos. E Amin disse que nunca teve vínculos com esta ou outra empresa, ao contrário do prefeito Dário Berger, cuja família é proprietária da empresa Imperatriz, de ônibus intermunicipais e da Casvig, empresa de vigilância e o ex-governador insinuou que a mudança de partido dos irmãos Berger (o deputado estadual Djalma Berger e do prefeito) teria facilitado às empresas da família obter vultosos contratos com o governo estadual.

A partir daí o prefeito (que em tese não poderia se manifestar e nem deveria estar entre os vereadores), subiu nas tamancas, Amin colocou o dedo em riste, o vereador Juarez Silveira se meteu e foi aquele auê. O motorista-segurança do prefeito apareceu no final e Amin se sentiu ameaçado. Só saiu da Câmara sob escolta policial, enviada pelo Comandante Geral da Polícia Militar.

É isso. Como dá pra ver, foi só começar o horário eleitoral obrigatório pra campanha esquentar bastante. O que não tem faltado é notícia. Vamos ver qual será a boa de hoje...

Um comentário:

Anônimo disse...

Cesar,

O que nos parece é que o Prefeito não estava alí defendendo o interesse da Administração Pública, e sim da privada.
Desse jeito a administração da nossa Capital também vai acabar na (adm) privada.