terça-feira, 13 de dezembro de 2005

TERÇA

MONSTROS DESTROEM AS FLORESTAS DA ILHA
Começa assim: nasce um, dali a pouco outro e dentro de pouco tempo são dezenas, milhares, sufocando a paisagem, atrapalhando a aragem, espantando os passarinhos, deixando os bichos sem lugar pra morar, dando aos humanos uma falsa sensação de conforto. Não sou contra construções modernas, prédios ou progresso. Só acho que pra tudo tem que ter um limite e um cuidado. Esses dois prédios aí até que não parecem ser tão agressivos, mas o problema é que a porteira está aberta, vão entrar muitos mais. E aqui pra direita e ali pra esquerda já tá tudo dominado. E o pior é que o apelo de venda é justamente “fique em contato com a natureza”. E depois que o cara compra pra ficar olhando para a natureza, vem outro e faz um prédio do lado, coladinho. O idiota fica olhando pro vasinho de planta que tem na janela que ficou de frente pra dele.

CV NO PAULO ALCEU
Desde ontem os leitores da coluna do Paulo Alceu na internet (www.jornaldacapital.com.br) estão sendo surpreendidos com as fotos de dois velhos jornalistas feiosos: eu próprio e o Nei Manique. É que o Paulo Alceu colocou links para nossos blogues e quem clicar na foto é transportado para lá.

O meu blogue nada mais é que a transcrição, ipsis literis, desta coluna, para os pobres coitados que não têm um real pra comprar o produto verdadeiro. O do Nei Manique (www.nei.jor.br) é especializado em notícias do Sul de Santa Catarina, com Criciúma em destaque.

Vocês já sabem, mas caso alguém ainda não tenha prestado atenção, esta coluna pode ser lida em três lugares: no jornal impresso, no site do jornal (www.diarinho.com.br) e no deolhonacapital.blogspot.com (que é este lugar em que vocês estão agora).

NOBLAT PROCESSADO
E por falar em blogs (que nada mais são do que páginas pessoais na internet), o notório deputado Valdemar da Costa Neto, ex-presidente do PL, que renunciou o mandato para escapar do processo de cassação, entrou com uma queixa crime contra o jornalista Ricardo Noblat, um dos mais lidos do País (www.noblat.com.br).

Como forma de protestar contra a ação e prestar solidariedade ao colega ameaçado, transcrevo, abaixo, na íntegra, a nota que irritou o ex-deputado (e que, de qualquer forma, também está transcrita na queixa-crime):

O DIARISTA
O tesoureiro Delúbio Soares, que há pouco se licenciou do cargo de tesoureiro do PT, ofereceu à Justiça e à CPI dos Correios a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. O oferecimento é só para impressionar os trouxas. Justiça e CPI poderão quebrá-los na hora que quiser e à revelia dele.

O senador Romeu Tuma (PFL-SP) estava ontem à tarde na sala Vip do aeroporto de Congonhas quando o deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PL, começou a discursar na Câmara. Tuma acompanhou o discurso em um aparelho de televisão da sala.
Costa Neto foi acusado pelo colega Roberto Jefferson (PTB-RJ)de ser um dos operadores do mensalão - propina paga a deputados para que votassem de acordo com o governo.

Na hora em que Costa Neto disse que oferecia a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, o experiente Tuma, no passado delegado de polícia, comentou com um amigo sentado ao seu lado:

– Alguém é capaz de acreditar que ele iria movimentar dinheiro na sua própria conta?

– Mas esse aí não é mensalão não, é diarista – respondeu o amigo.

Tuma riu muito. Depois levantou e foi beber água.


ELEIÇÃO COMPLICADA
Parece que terminou a novela da eleição do presidente do CREA-SC (o Conselho dos Engenheiros, Arquitetos e Agônomos). O resultado acabou sendo definido pela fotografia da chegada e Zucatto ganhou por um nariz (31 votos) do Fialkoski. O Conselho Federal é que deu a palavra final.

Quer dizer... final no âmbito da entidade. Pros descontentes ainda resta a Justiça comum como forma de colocar água no chopp do Zucatto e sua turma.

E O DEINFRA?
O governador LHS publicou, aqui no Diarinho, no final de semana, um artigo parebenizando os engenheiros pelo seu dia (11/12). Chama-os de “construtores do mundo” e faz uma porção de elogios. Ontem, os engenheiros do Deinfra, que estão com o projeto de cargos engavetado, tentaram pagar as contas com o artigo do LHS, mas os comerciantes não aceitaram. Só elogio não basta, tem que dar um aumentozinho básico.

ENROLAÇÃO

Quer um conselho? Desiste de ler o noticiário político por uns dias. Ninguém tá falando coisa com coisa. Tá todo mundo deixando o tempo passar pra ver como é que as coisas vão ficar.

E, no meio tempo, uns plantam informações, outros colhem lorotas. Os mais espertos tentam criar uma nuvem de fumaça, os mais tolos vão com tudo e certamente darão com o nariz no muro.

CASAMENTOS DESCENTRALIZADOS
Essa foto aí em cima foi tirada no sábado, em Saltinho, um município do Oeste, na região de Maravilha. Tirante o pessoal de uniforme do governo e, acho, as agachadas na frente, mostra os 40 casais que oficializaram suas uniões durante mais uma das tais “força-tarefa”.

Quando vi a foto, com o balão de propaganda da “Descentralização”, fiquei curioso pra saber o que o governo do estado tinha a ver com isso. Afinal, o desconto no preço do casamento quem deu foi o cartório da cidade (avulso cobrava R$ 200,00 e assim, no atacado, ainda cobrou R$ 90,00 de cada pobre casal, pelo documento).

Os marqueteiros da força-tarefa acharam que seria muito legal aproveitar aquele dia e reunir todo mundo que estava precisando casar mas não tinha dinheiro pra pagar a pequena fortuna que o cartório cobra (e continua cobrando, mesmo com o desconto).

Essas forças-tarefas pegam uma necessidade importante da população pobre (neste caso, a exigência do governo federal de uma união estável ou casamento civil para poder ter acesso a alguns benefícios como produtor rural) e em vez de simplesmente dar um jeito de resolver o problema, transformam a coisa num evento de marqueting.

Era importante ajudar esse pessoal a casar? Era. Era importante ajudar esse pessoal a vir até onde o cartorário pudesse fazer a papelada? Era. Então por que não colocar isso como mais uma realização da “Descentralização”?

Pelo simples fato que isso aí não aconteceu por causa da descentralização. A prefeitura já tinha planejado fazer isso. Sem balão.

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