terça-feira, 6 de dezembro de 2005

TERÇA

AREJANDO OS PÉ
Isso é que é “lavanderia ecológica”: põe os pés pra secar ao ar livre. O código de trânsito proíbe colocar os braços pra fora dos veículos em movimento, mas decerto não fala nada sobre os pés. O motoqueiro, esperto, ficou bem longe, pra não pegar a “arage” do xulé. Isso aí é na Beira-Mar Norte, em frente à Polícia Federal.

OS CATARINENSES DO NORTE
O governador LHS, vocês sabem, está nos Estados Unidos. Da costa oeste ele já pulou para a costa leste e teve um encontro com alguns dos brasileiros que moram em Boston. A maioria é de Criciúma. Se duvidar, daqui a pouco vai ter mais criciumense lá do que aqui no sul. Hoje se estima que vivam naquela região cerca de 25 mil catarinenses (no total são uns 200 mil brasileiros).

Na entrevista coletiva que o governador deu, apareceram cinco jornais diários e três rádios. O que é muita coisa. Mostra que a colônia é articulada e influente.
E os políticos estão muito preocupados com essa gente toda. Mas o governador levou uma má notícia: a tal “Casa de Santa Catarina” não poderá ser feita lá.

É que voto é voto. E o sujeito que está lá, mesmo que não vote pra deputado ou governador, tem parentes aqui. E já tem projetos de lei propondo que esse pessoal também possa votar (atualmente só votam para presidente).
O deputado Duduco (o mais elegante na foto acima), que de sonso não tem nada, encontrou alguns florianopolitanos, bateu um papo e internacionalizou sua base eleitoral.

Ao encontro, além da comitiva do LHS, também esteve presente o cônsul brasileiro em Boston, Jório Salgado.

SAI UMA AJUDINHA AÍ?

Em maio o vice Pinho Moreira esteve em Boston, no “Encontro Nacional dos Catarinenses”. Levou um consultor da Secretaria de Articulação Internacional para estudar “mecanismos de apoio à comunidade emigrante”. Na época chegaram a pensar numa “Casa de Santa Catarina” que pudesse atender às reivindicações daquela comunidade.

Eu, que não tenho nada com isso, fico pensando, cá com os meus botões: vai sair também uma ajudinha para os catarinenses que ficaram aqui, pagando impostos e mais impostos, ganhando pouco e que não têm a quem recorrer?

CHEGOU O BARULHENTO
A história do Arione Diniz (na foto menor, com a esposa Vera) até que é interessante, como exemplo de empreendedorismo. Só não precisava achar que a cidade da gente é a casa da mãe Joana e infernizar a vida dos vizinhos com o som alto demais.

Parece praga: foi só a Floram e o Ministério Público anunciarem medidas para transformar Florianópolis numa cidade que respeita o silêncio coletivo e combate os exageros sonoros, para o seu Diniz inaugurar duas lojas justamente com música ao vivo, com o som a todo volume.

Ontem, os comerciantes e moradores dos prédios próximos às lojas estavam desesperados. Impossível trabalhar com a barulheira. Pra completar, o Arione Diniz oferece armações de graça para quem comprar as lentes e o povo foi lá ver como é que era (na faixa que promete “2000 armação de graça por dia”, o esquecimento do plural faz parte do estilo). De tempos em tempos distribuiam picolés e outras coisas, fazendo aumentar a aglomeração na frente da loja. Aí, ao volume absurdo da música, somavam-se as buzinas do trânsito engarrafado. Um inferno.

Por falar nisso, o telefone para denunciar barulho excessivo em Florianópolis é 3234-8483.

SUCESSO NORDESTINO
Como disse, se não fosse o barulho, até valeria a pena conhecer a história desse sujeito que nasceu na Paraíba, fez-se por si mesmo e hoje é dono da maior rede de óticas do país. A partir do Maranhão (tem 15 lojas em São Luís), espalhou-se Brasil afora, aplicando sua receita de ótica popular. E sempre fazendo barulho: para fazer “propaganda” de suas lojas, no Nordeste, Arione contrata trios elétricos e coloca forrozeiros na frente das lojas, a todo volume.

O Arione bem que poderia encontrar outra forma menos irritante de dizer “cheguei”.

A NOVELA DA MADRE BENVENUTA
Mostrei esse mesmo buraco ontem, aqui na coluna. A água começou a vazar na terça-feira da semana passada. A Casan esteve lá, dois dias depois, mexeu, virou e foi embora. Depois voltou a vazar. Ontem, a Casan esteve lá de novo, cavou ainda mais fundo e disse que consertou o vazamento. E o buraco? “Ah isso é com outra equipe”, que virá qualquer dia desses. A vizinhança tá toda achando que vai levar outra semana...

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