sábado, 10 de dezembro de 2005

SÁBADO E DOMINGO

LHS ACREDITA QUE SC LEVA JEITO DE FAROESTE
Ontem, mais uma vez, o governador LHS e comitiva foram se explicar na Associação Catarinense de Imprensa, como fazem a cada nova viagem internacional. Já foram lá trocentas vezes.

A viagem de agora, cobrindo os Estados Unidos de costa a costa, serviu para que oito grande operadoras de turismo norte-americanas colocassem Santa Catarina nos seus roteiros.

E para que fossem inicadas as conversações com os grandes estudios de cinema, para que analisem a possibilidade de usar alguma das regiões de Santa Catarina como cenário. LHS estava todo animado com a possibilidade dos primeiros filmes serem faroestes (que eu nem sabia que Hollywood ainda estava produzindo).

Ah, também estão contando como certa a vinda da Sun Microsystems para o Sapiens Parque e no Banco Mundial viram que os recursos para o Microbacias estão assegurados para 2007 e 2008, além de grana para rodovias.

Na projeção, para mostrar a viagem, nessa foto aí em cima, a gente lê “Turismo Los Angeles São Francisco e Nova York”. Se eu fosse maldoso, podia sugerir que eles estavam admitindo que foram fazer turismo. Mas como eu não sou, acredito que isso aí deve ter sido na parte em que explicavam os acordos com as operadoras para trazer turistas de lá pra cá.

ROUPA ÍNTIMA
LHS estava na Ilhota ontem à tarde, com o sociólogo italiano Domenico Di Masi. A alturas tantas, as autoridades locais resolveram dar um presentinho para a visita ilustre e entregaram, com toda a cerimônia, uma caixinha.

Claro que informaram que se tratava de um mimo representativo da “Capital da Moda Íntima”. O italianão ficou todo vermelho, não sabia como fazer, os assessores do governador também ficaram meio constrangidos, ninguém queria fazer desfeita, mas todo mundo morrendo de medo que fosse uma calcinha, uma tanguinha, um sutiã, coisas assim, íntimas.

Mas aí os bombeiros de plantão entraram em cena e acalmaram os ânimos. O presente era, sim, uma peça de “moda íntima”, só que “de praia”: nada mais que um simples e másculo calção de banho. Todos respiraram aliviados e viveram felizes para sempre.

ENDEREÇO CHIQUE
Faz tempo que não falo do Secretário Knaesel e da Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte. Mas, embalado pelo espírito natalino, resolvi voltar a falar (e bem). Soube ontem que o Knaesel vai finalmente mudar sua Secretaria, que ainda está no centro da cidade, para o Centro Administrativo.

Quer dizer, não é bem no espaço onde estão alguns dos principais órgãos do governo estadual: eles vão para o segundo andar do Village Decor, um luxuoso shopping de decoração, do outro lado da SC-401. Pertinho, mas sem se misturar.

Claro que o pessoal que lida com coisas tão importantes como a cultura, o esporte, o turismo e o lazer catarinenses merece mesmo um prédio chique pra trabalhar. Bem mais chique do que aqueles onde estão o governador, o vice, as secretarias da fazenda, do planejamento e da administração.

Nem perguntei quanto seria o aluguel, porque a notícia, que devia ser boa, podia começar a ficar meio azeda. No ano que vem a gente fala sobre isso.

MEIA SOLA
E por falar em SC 401, que meia sola sem vergonha essa que fizeram, né não? Coisinha feita às pressas, só pra tapar uma parte dos buracos. A turma tava com esperança que tanto transtorno fosse pra resolver de uma vez boa parte dos problemas, mas agora viu que logo logo vai ter que mexer de novo.

E o viaduto de Jurerê, que está sem a mureta de proteção desde que um caminhão despencou dali, continua defeituoso. Tem gente apostando se o primeiro a se esborrachar viaduto abaixo vai ser um argentino, um paulista, gaúcho ou paranaense. Já que foram mexer, não custava dar uma geral na estrada e deixar ela melhorzinha.

TV CULTURA
Florianópolis tem uma emissora pública (ou que pelo menos deveria ser), a TV Cultura, canal 2. Mas desde a sua criação, a partir de uma fundação formada por professores e servidores da UFSC e da Udesc, só tem tido problemas.

Ontem fizeram na Assembléia Legislativa uma audiência pública para conhecer os problemas (em resumo: falta grana e falta um jeito de arranjar grana) e ouvir os principais envolvidos.

Cá com os meus botões, acho que pra fazer qualquer coisa andar, é preciso colocar à frente alguém que seja profissional da área, tenha experiência e conhecimento específico. Não basta colocar uma pessoa esforçada, dedicada, generosa, que tenha sido competente em outras áreas. O esforço nem sempre compensa a falta de conhecimento profissional.

Mas todo mundo acha que não foi o amadorismo da administração que causou problemas e sim a falta e uma entidade jurídica que pudesse gerir uma televisão pública. E estão trabalhando num novo estatuto da entidade mantenedora da TV. E eu, quieto no meu canto, continuo achando que a nova entidade só vai funcionar se tiver uma gestão profissional.

“EU TAMBÉM QUERO”
Um momento engraçado da audiência pública foi quando o deputado Paulo Eccel (PT) resolveu formar uma “comissão de acompanhamento” das negociações e procedimentos que foram definidos.

Apareceu tanta entidade querendo fazer parte (ONGs ambientais, a onipresente Cinemateca Catarinense, a Acaert, o diabo), que até o proponente começou a achar demais: “uma comissão com excesso de membros fica difícil de caminhar, de se reunir”. Mas ficou tudo como estava: uma mega-comissão de acompanhamento, que certamente será mais uma pedra no sapato da TV Cultura.

Pra trabalhar não aparece ninguém, mas pra fazer “o acompanhamento” sempre tem uns vinte.

A “INDÚSTRIA” DAS MULTAS
São José (PSDB) queria pagar uma empresa que iria cuidar do trânsito do município, com “valor proprorcional à arrecadação das multas de trânsito”. Ou seja, quanto mais multa, mais recebe. Um escândalo, uma imoralidade.

Sorte que o povo no Tribunal de Contas do Estado estava acordado e pegou o Fernando Elias e sua turma no pulo.

O TCE mandou parar a licitação para que sejam corrigidas seis irregularidades. Essa das multas “contraria os dispositivos legais e os princípios da legalidade e da moralidade”.

E as outras são irregularidades tão primárias que chegam a espantar. Por exemplo: “ausência de previsão de dotação orçamentária para suportar as despesas decorrentes do contrato”.

DE NOVO OS VIADUTOS
A prefeitura de Florianópolis (PSDB) tinha cancelado os editais para construção de dois viadutos por causa da crítica do TCE e agora voltou a lançar novos editais, que ainda não estão cem por cento.

O TCE aprovou os editais “condicionalmente” à correção de cinco correções “nestas e em futuras licitações”.

Acho que a gente está assistindo a uma queda de braço. Uma luta entre poderes e correntes políticas. De um lado, o prefeito e seu irmão, que querem porque querem encher a cidade de obras. De outro, o Tribunal, que insiste em que a lei das licitações seja cumprida. No meio, está o nosso rico dinheirinho (“só” uns R$ 11,8 milhões).

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