DIÁRIO DE CAMPANHA
Em Ouro, ontem à tarde, o candidato do PMDB ao governo do estado, LHS, cumpriu a promessa que fez a ele mesmo, de percorrer todos os 293 municípios catarinenses antes de 2006.
Em quase três anos de governo, LHS já fez 1.304 viagens ao interior. Não está claro se a ida dele para Joinville toda sexta-feira e o retorno para Florianópolis toda segunda estão contabilizados nesse total. Em todo caso, vou resistir mais uma vez à tentação de somar quantas viagens LHS já fez ao exterior e para fora de SC.
A oposição, que ainda não esquentou os motores, tem facilitado a vida do candidato do governo: fala, fala, mas não leva adiante suas próprias denúncias. Enquanto isso LHS vai reforçando sua cobertura de teflon.
CACAU SE DECLARA
O colunista Cacau Menezes, do Diário Catarinense, ao registrar o lançamento, na Casa d’Agronômica, do vinho produzido pela vinícola dos Freitas, declarou-se fã do LHS com a frase com que encerra o comentário. Vejam só:
“... porque estar com o governador, ainda mais chegando de viagem internacional, cheio de coisas boas para contar, é sempre um prazer inenarrável.”
“Prazer inenarrável”? Uau! Eu sabia que o pessoal gostava dos discursos do LHS, mas não tanto.
CONFISSÃO
O caso do folheto utilizado pela catequese de Iomerê, que agora se sabe que veio do Paraná, está sendo tratado como escândalo porque tem todos os elementos para isso.
Inábil, o bisbo de Videira tratou de acrescentar mais lenha à fogueira, ao pretender defender suas ovelhas contra “a má fé” daqueles que “tentam criar polêmica”.
Antigamente, quando não se conhecia nenhuma história oficial de padres homossexuais, de padres condenados por assédio sexual, de religiosos de todos os sexos envolvidos nos mais diversos problemas materiais, talvez até desse para atribuir a repercussão do caso de Iomerê apenas à “má-fé”. Sem suspeitar que as crianças estivessem sendo iludidas justamente na sua boa fé.
No silêncio dos confessionários, tentando estimular adolescentes e adultos a contar seus pecados, muitas perguntas iguais ou piores àquelas do folheto foram e têm sido feitas. Mas uma coisa é uma conversa a dois, em segredo, tentando (no caso de estarem ambos de boa fé) limpar a alma. E outra é imprimir sugestões que podem despertar a curiosidade e acordar o demo.
A maioria de vocês já foi criança e sabe que a gente, nessa idade, tá sempre querendo novidade. E a listinha de “pecados” ali impressa, mais do que estimular o arrependimento, deve ter feito borbulhar a imaginação da gurizada bem do jeito que o diabo gosta.
EMERGÊNCIA HOSPITALAR
Em Florianópolis não é só a população que está precisando de atendimento médico de urgência: os próprios hospitais estão à beira de um colapso. As ações têm sido todas de emergência, para tapar buracos, resolver casos graves, evitar o pior, como agora, no Hospital Regional.
Reformas aqui e ali não resolvem a superlotação dos hospitais. A capital precisa, pra ontem, de um novo e maior hospital.
MAIS AUTO ESTIMA
Depois de ter feito um festival para “levantar a auto estima” do pessoal do Continente, agora a prefeitura anuncia a criação do Parque Urbano do Morro da Cruz como “um projeto fundamental para a recuperação da auto estima de toda aquela comunidade”.
Mas, tirando esse jeito tucanês de falar (tá certo, Dário Berger é tucano, tem que falar como eles), as ações da prefeitura no tal “maciço” do Morro da Cruz são urgentes e necessárias.
Não tem outro jeito para evitar que os traficantes e a bandidagem tome conta de uma comunidade, a não ser oferecer opções ao pessoal honesto que mora lá. E isso é o que os programas anunciados pretendem. Coisa muito mais importante para todos nós do que lambuzar de asfalto as ruas.
CENSURA
A Justiça federal de São Paulo censurou a Folha de São Paulo on line: proibiu-a de reproduzir matéria que a FSP impressa publicou, sobre a lama que rola por perto do Daniel Dantas (aquele da Brasil Telecom, que espionava a Telecom Itália usando a empresa Kroll).
E no Espírito Santo, o sistema de monitoramento telefônico do governo estadual estava sendo utilizado para escutar conversas de jornalistas e funcionários da Rede Gazeta de Comunicação, a maior do ES. Isso é um enorme desrespeito aos direitos constitucionais e atinge inclusive aquele direito de preservar a fonte, que tantos querem derrubar.
Esses episódios mostram que mesmo terminada a ditadura e com o tal Estado de Direito funcionando bem direitinho, a gente precisa estar sempre alerta. Se bobear aparece alguém que acha “normal”, “justo” ou “adequado” esconder informações ou constranger quem trabalha contando pra todo mundo o que está acontencendo debaixo dos panos.
2 comentários:
humm, a lista do padre foi feita por gente "especializada". muito sugestiva, tem pecado pra todos os gostos!
pois então, o bispo entornou o caldo mesmo. disse no sábado, entre outras coisas, que "não via nada demais".
Acabam de me informar que o sujeito agarrado no braço do LHS não é prefeito: é o secretário de Desenvolvimento Regional de Joaçaba, Jorge Dresch(PSDB). Chi, piorô!
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