segunda-feira, 3 de abril de 2006

SEGUNDA

Uma procissão de 241 anos não é coisa de desprezar. Ainda mais em ano eleitoral. O ânimo do Arcebispo mostra bem a responsabilidade de estar cercado por prefeito (Dário), presidente da Câmara (Marcílio), Secretário da SDR (Galina), vereador (Gean), deputado estadual (Vânio) e governador (LHS). Os sem-mandato (casal Amin) carregaram o andor.

ERA 1° DE ABRIL!
Achei que ninguém ia cair, afinal as coisas eram tão absurdas que parecia evidente que se tratava de uma brincadeira de primeiro de abril. Além do quê, com toda essa mentirada que rola por aí, a data ficou meio sem graça. Mas para quem ficou se perguntando se era mesmo verdade que o Lula foi fazer plástica na Venezuela devo informar, oficialmente, que na coluna da edição do final de semana era tudo mentira (ou quase tudo). É bom deixar as coisas claras porque, do jeito que o pessoal acredita em qualquer coisa, nunca se sabe...

ARGUMENTO ENVIESADO
Alguns defensores ou simpatizantes da farra do boi estão divulgando informações, fotos e vídeos de rodeios pra mostrar que lá a coisa é muito violenta também. Concordo, só não gosto desse tipo de argumentação (muito usado pelos petistas na história do mensalão): “tem gente que faz pior” ou “tem mais gente fazendo”. O crime do outro não reduz o nosso delito.

“CASEIRO DEDO DURO”
E por falar em desvios, recebi e-mail de um sujeito (anônimo, pra variar) indignado com o caseiro, que “dedurou o Palocci”. Como se a culpa de ministro tão competente ter caído fosse alguma coisa que o Francenildo tivesse dito ou deixado de dizer.

Palocci foi vítima de um ferimento clássico, que em política geralmente é fatal, causado por “tiro no pé”. Custa crer que um sujeito (ou uma equipe) tão incompetente para lidar com um evento político como o depoimento do caseiro tenha conseguido lidar com uma economia do tamanho da brasileira, sem causar maiores danos do que apenas um crescimento irrisório do PIB.

GOLPE É GOLPE
O comandante do Exército comemorou discretamente o golpe de 64 em nota distribuída em todas as unidades militares. Se a gente tivesse um presidente mais à vontade no cargo, o general teria que ter sido chamado às falas. Não se comemora golpe militar depois de restaurar a democracia.

PIZZA COM BORDA
Ontem, domingo, a tropa de choque do PT estava toda em Brasília, preparando o recheio da borda, picando o pimentão, ralando o queijo, sovando a massa e redigindo um “relatório paralelo” para a CPMI dos Correios.

Amanhã, vai tudo ao forno, digo, à votação. Se houver impasse (e pelo jeito haverá), a votação pode ser adiada. Como o prazo final é 10 de abril, semana de santos feriados, falta pouco para que tudo acabe sem relatório, sem conclusão, mas com uma bela pizza.

PAU NA UNIMED
A Unimed tem o monopólio virtual dos planos de saúde em Santa Catarina e segundo a decisão da 1ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça, nem sempre age corretamente: a empresa foi condenada a pagar um tratamento que negara a um cliente de 76 anos e ainda por cima multada por “litigância de má fé” (usar todo tipo de recurso pra empurrar com a barriga e ganhar tempo). O beneficiado com a ação, é claro, já morreu. A viúva receberá a graninha.

A Catedral de Florianópolis continua fechada, em obras de restauração. Aí, o governo do estado, que deu a maior parte da grana, colocou uma placa “mais uma obra da descentralização”. Acho esquisito que, na capital do estado, as obras também sejam por causa da “descentralização”, mas vá lá. Agora é importante explicar que, apesar de terem colocado a pobre da Verônica a chorar a morte de Jesus na frente da placa, parece que o governo não tem nada a ver com isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Me falaram que a saída da procissão da Catedral pro Caridade sofreu um atraso. O padre Pedro teve que rezar um pouquinho mais porque o governador quis dar uma olhadinha nas obras de restauração numa hora pouco apropriada.