quarta-feira, 26 de abril de 2006

QUARTA

A foto acima foi tirada pouco antes do almoço que reuniu ontem as bancadas do PP e do PFL na Assembléia Legislativa, em torno do ex-governador Esperidião Amin (o que está apontando o dedo) e do ex-prefeito Raimundo Colombo (o que está com cara de quem sabe o final da piada). Foi, como dá pra ver, uma reunião tensa, com todos muito preocupados com as enormes divergências que unem os dois partidos em Santa Catarina. Pra quem não conhece, à esquerda está o presidente da Assembléia, Júlio Garcia (PFL) e à direita o ex-chefe de gabinete do Colombo, deputado Onofre Santo Agostini (PFL).

[Neste blogue, sempre que clicar sobre uma foto, abre-se uma ampliação]

O VÔO DE COLOMBO

O ex-prefeito de Lages, Raimundo Colombo, jogou-se de uma ribanceira, apoiado unicamente numa asa delta e confiando nos ventos ascendentes que o meteorogista-mor, Jorge Bornhausen, garantiu que iriam soprar.

A saída da prefeitura para disputar alguma coisa que até hoje ainda não está bem definida, foi um salto no escuro. Ontem Raimundo Colombo foi sabatinado pela viadagem do Diarinho que, no final de semana, publica um entrevistão com tudo o que ele falou.

Colombo disse que durante esse tempo de vai-não-vai a idéia de ser candidato a governador foi sendo amadurecida. Hoje ele não se contentaria em ser vice. Está trabalhando para ser candidato a governador. Ponto final.

Os ventos fortes (ainda tem muitas rajadas de Pavan pela frente) não parecem desanimar o aeronauta, que ontem, em Florianópolis, almoçou com Esperidião Amin (PP) e a bancada do PFL, em mais uma escala dessa aventura nos ares.

O entrevistão com tudo o que ele disse nas linhas, entrelinhas e nos intervalos, vocês lêem sábado. Se eu fosse o Pavan (ou o LHS), já encomendaria o DIARINHO hoje, pra não ficar sem.

RUIM COM ELES, PIOR...
De tempos em tempos volta aquele assunto das “mordomias” e dos “benefícios” dos deputados. É mais que justo dar uns cascudos no Legislativo e pressionar para que eles comecem a tomar jeito e parar com os exageros.

Isso de um deputado dono de posto de gasolina consumir um montão de reais do nosso rico dinheirinho a pretexto de pagar a gasolina que ele usou sabe-se lá pra quê, pega muito mal.

Mas a gente não pode se deixar levar pelo vai-da-valsa: se o Legislativo tem defeitos, maracutaias ou equívocos, é preciso consertar e melhorar. Não podemos é achar que é preferível “fechar de uma vez essa pouca vergonha”.

A gente, que é cinqüentão, sabe como é quando o Legislativo está fraco ou praticamente fechado. Nada melhora, nada fica mais “ético”, nada fica mais “honesto”. As sujeiras não aparecerem, porque ficam escondidas debaixo do tapete autoritário, que se estende sempre que as casas legislativas são amordaçadas.

Por falar nisso, a maioria dos “benefícios” que hoje nos escandalizam, começaram a ser concedidos durante a ditadura, como uma forma de calaboca, de cooptar esse povo que gosta muito de fazer discurso.

OUVIDORES ELEITOS
Os parlamentos, se a gente prestar atenção, cumprem muitas funções relevantes. Ontem dei uma passada na Assembléia Legislativa e vi que estavam lá funcionários do Tribunal de Contas do Estado (em greve), que foram levar aos deputados suas queixas.

Vários deputados de vários partidos sentaram-se para ouvir o que esse pessoal (na foto acima) tinha a dizer. Eles pediam que os deputados ajudassem a fazer com que o presidente do Tribunal de Contas, o irredutível e irritadiço Otávio Gilson se acalmasse e voltasse a conversar com os servidores.

Nos parlamentos, as diversas vozes das cidades, dos estados e do País encontram eco. Nem sempre as soluções são as melhores, mas tem sempre muitos setores representados.

E o fato de ainda termos um longo caminho a percorrer até que nossos parlamentos sejam desinfetados de algumas ratazanas infiltradas, não significa que a gente não deva insistir e confiar que as coisas vão melhorar.

...MUITO PIOR SEM ELES

A gente presta muita atenção no Executivo (prefeito, governador, presidente) e deixa meio de lado o Legislativo (vereadores, deputados e senadores). Só que, para que o Executivo funcione direito e se mantenha nos eixos, é muito importante que a gente cobre todo dia que o Legislativo esteja atento, vivo, aceso e atuante.

O TUCANÊS NÃO MORRE
As indústrias de produtos de higiene e limpeza, que colocam nas nossas casas uma montoeira de embalagens plásticas, assinaram convênio com algumas prefeituras catarinenses, para incentivar um programa de recolhimento e reciclagem do lixo (devem ter ficado com medo de algum processo dos ambientalistas). Adivinha que nome eles deram para o programa? “Coleta de embalagens pós-consumo”. Como se não fosse óbvio que só tem sentido recolher as embalagens depois que elas foram usadas. Bom, mas agora o lixeiro também pode ser chamado de “coletor de embalagens pós-consumo”. Chique, né?

TODOS FELIZES

Ontem foi um dia muito proveitoso: foi tirado o bode da sala do BESC e servidores públicos de várias entidades que não tinham a GAF (a gratificação que mata de inveja quem não tem), ganharam suas próprias gratificações. É verdade que vem a prazo (15% agora e o resto a perder de vista), mas um dia (em 2007, se tudo der certo) chegará.

No caso do BESC (uma espécie de chute na canela para acordar o governo federal), corria uma fofoca nos desvãos do plenário e nos cantinhos da Assembléia, que o governo do estado será de alguma forma socorrido nas suas agruras financeiras e que não precisará mais leiloar as contas para fazer caixa de emergência.

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