Quando li, no DIARINHO de ontem, aquela história dos bandidos que quiseram tocar fogo na casa e matar a senhora que achou ruim que eles invadiram a propriedade dela, fiquei, como todo mundo, de boca aberta. Ainda mais quando vi que o crime compensa: os desgraçados foram liberados, decerto para poder azucrinar a vida da vizinhança mais uma vez.
Parece que tem razão quem diz que a Polícia anda meio sem rumo: liberar sem mais nem menos os sujeitos que desafiaram a própria polícia, que riram na cara da lei, que anunciaram que iriam cometer crimes é aceitar o deboche. É expor a população de bem ao perigo e estimular a bandidagem.
BANDIDO É BANDIDO
Depois a gente fica irritado quando o povo dos outros estados fica falando mal da farra do boi e dos catarinenses. Desse jeito tem mesmo que falar mal. O que aconteceu em Penha é um dos mais graves incidentes que pode ocorrer numa cidade que queira ser decente.
Primeiro, atravessaram um terreno particular e a dona do terreno, com toda a razão e direito, reclamou. Queria ver eles atravessando, sem pedir licença, os terrenos da família Eredes dos Navegantes, que parece que é bem situada na política local.
Depois, os marmanjos mimados e sem noção resolvem partir para a agressão. E chegam à tentativa de homicídio, que por pouco não resultou em morte.
Aconteceu coisa parecida no Rio de Janeiro: um traficante quis um saco de pipoca de graça, o pipoqueiro negou. O bandido juntou uma turma e veio dar “uma lição” no pipoqueiro, queimando-o e destruindo seu ganha-pão.
É a mesma cabeça doente e criminosa nos dois casos. Não dá pra Polícia ficar achando que em Penha não tem bandido perigoso ou que só porque o sujeito tem parentes conhecidos, pode deixar ir embora.
Essa gente que fez isso com a casa da dona Ivanilde não tem condições de ficar por aí, como se nada tivesse acontecido, sem se explicar para a Justiça. É bom o pessoal da Penha anotar os nomes e prestar atenção, porque quem faz o que eles fizeram é capaz de qualquer coisa.
PAPELÃO
A história da agressão à dona Ivanilde mostra também uma face burocrática e acomodada da Polícia. Quando ainda estava em tempo de evitar a agressão, nada foi feito. Quem já precisou da Polícia deve ter passado por isso: ou falta viatura, ou a viatura não tem combustível, ou precisa saber o nome de quem fez a ameaça (o cidadão tem que fazer o trabalho do investigador)...
Depois, saem correndo atrás do prejuízo. Mas mesmo quando conseguem prender os autores da covardia, ainda podem escorregar na falta de respeito ao bem estar dos cidadãos: liberam as criaturas, sabe-se lá a qual pretexto, sabe-se lá a pedido de quem.
Coloquem-se no lugar da dona Ivanilde, que foi destratada, ameaçada, agredida, teve alguns de seus bens destruídos, sua casa e terreno invadidos por esse bandidos, ao ver que, algumas horas depois, eles estão livres, leves e soltos, prontos para fazer tudo de novo. Isto é o que o governo catarinense entende por segurança pública?
DEINFRA INCONFORMADO
Servidores do DEINFRA estão indignados com o valor das gratificações que receberam. Um grupo deles me mandou um e-mail detalhando as razões do protesto:
“Os funcionários do DEINFRA (ex - DER), sempre tiveram orgulho do órgão em que trabalham e foi com competência, responsabilidade e afinco que dotaram Santa Catarina do segundo melhor sistema rodoviário estadual do país. E o reconhecimento e a contrapartida do governo LHS foi dada na semana passada com deboche, escárnio e desprezo”.E para comprovar eles mostram uma tabela comparando as gratificações que o governo LHS deu ao pessoal de nível superior em diversas entidades do governo:
- Secretaria da Saúde: R$ 1.838,00;
- Sec. da Administração: R$ 1.800,00;
- DETER: R$ 1.400,00;
- FATMA: R$ 1.200,00;
- DEINFRA; R$ 360,00.
INVESTINDO NO FUTURO
Richard Nixon, nos anos 50, quando teve seus primeiros problemas com a Justiça, disse uma frase que ficou famosa, rodou mundo e pode ser utilizada por qualquer político: “A memória do povo é fraca e seu coração complacente”. Ou seja, a gente esquece rápido e não guarda rancor.
Pois é apostando nisso que Marcos Valério e Delúbio Soares têm aguentado tudo no osso do peito, calados e quietos. Confiam que serão, mais tarde, quando a poeira tiver baixado, recompensados.
Ontem o jornalista Ricardo Noblat contou a história de um recado que Valério mandou para o Okamotto (o banco 24 horas do Lula) por um senador, no segundo semestre do ano passado: “estou duro de dinheiro”. O recado foi dado e o Okamotto respondeu: “não está fácil, verei o que é possível fazer”.
Dias depois, o mesmo senador contou essa história ao Presidente da República. Lula perguntou: “o que o Okamotto disse?” e depois da resposta mudou de assunto.
Embora as trapalhadas da dupla dinâmica tenham ajudado o circo a pegar fogo, a discrição dos dois (Valério e Delúbio) salvou, até agora, o pescoço e o cargo do presidente. Não é pouca coisa.
LAMA DE CAMPANHA
O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL) publicou ontem no seu boletim que é enviado por e-mail, uma informação potencialmente explosiva.
Segundo o prefeito, um repórter distraído deixou seu gravador ligado e, quando foi ouvir, estava lá a voz do Okamotto (presidente do Sebrae e banco 24 horas do Lula), falando para alguém os números das contas que teria usado para “dar presentes” à família do Lula.
E seguem as contas: Banespa, agência 0147, cc 01051149-7, BESC, agência 003, cc 121.827-0 e Banco do Brasil, agência 0427-8cc (com ruído)7255-9.
É bom lembrar que o PFL está em campanha contra Lula e sua turma.
FALTAS OPORTUNAS
O site Congresso em Foco fez um levantamento das presenças e ausências de deputados nas sessões onde estava em jogo o mandato de algum dos mensaleiros.
Quase metade dos deputados federais faltou a pelo menos uma das 11 votações realizadas até agora no plenário da Câmara para julgar perdas de mandato.
Dos 218 ausentes, 153 (70%) são da base governista (PMDB à frente, é claro). Mas teve faltosos em praticamente todos os partidos. Só o Prona não faltou a nenhuma sessão.
E entre os catarinenses?
Mauro Passos (PT-SC): seis faltas, quatro delas justificadas como missão oficial. O deputado não deu explicações sobre as duas ausências.
Gervásio Silva (PFL-SC): das quatro faltas, uma foi justificada como missão oficial. A assessoria do parlamentar não deu explicações sobre as três ausências.
Luci Choinacki (PT-SC): faltou três vezes, não justificou nenhuma ausência.
Adelor Vieira (PMDB-SC): faltou a duas sessões e não justificou a ausência. Segundo a assessoria, estava em compromissos partidários.
João Pizzolatti (PP-SC): faltou a duas votações e não justificou a ausência.
Ivan Ranzolin (PFL-SC): faltou a uma votação. Segundo a página da Câmara na internet, ele estava em missão oficial no dia.
Para ler a informação completa é só ir ao congressoemfoco.com.br.
TURISMO DE EVENTOS
Tanto o governador 2 (o Dr. Moreira) quanto o prefeito da capital afirmaram ontem, num fórum sobre turismo promovido pela IstoÉ Dinheiro em Florianópolis, que um dia ainda seremos gratos por esses mega-super-hiper centros de eventos que estão sendo plantados no estado e em Florianópolis.
Dário disse que o turismo de eventos (congressos, feiras, seminários, etc) é uma das duas prioridades para investimentos em Florianópolis (a outra são as empresas de software).
Taí, quando feito com competência e livre concorrência (não fica só uma panelina de hotéis e restaurantes centralizando tudo), o turismo de eventos oxigena a economia. É um pessoal que geralmente vêm à cidade com as principais despesas pagas por suas empresas e acaba sempre gastando um pouquinho mais em passeios, compras e outras atividades turísticas.
SUBTERFÚGIO INCLUSO
O governo do estado distribuiu ontem uma informação sobre a reunião que acontece amanhã em Imbituba, para preparar a cidade para ser escala de navios de turismo. O texto merece ser colocado numa moldura.
Começa chamando os navios (que fazem trajetos geralmente entre Santos e Buenos Aires) de “transatlânticos”, mas o melhor vem quase no final (grifo meu):
“Tanto Luiz Henrique da Silveira, quanto Eduardo Pinho Moreira, vinham insistindo para que a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte encontrasse subterfúgios para intensificar o turismo no Sul do Estado. Depois de várias participações do Secretário João M. de Borba Neto em eventos (...) o Estado foi incluso na rota dos Cruzeiros.”
Um comentário:
Sem rumo é pouco para definir o estado em que se encontra a Polícia Militar. Deixa bandidos soltos, mas adora bater em jornalistas? Primeiro foi o repórter fotográfico (ex-DC), Cláudio 'Sarará' Silva, depois o professor Nilson Lage, e agora o repórter fotográfico Luis Prates, do Notícias do Dia...
Tô ficando com medo da polícia!!!!
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