terça-feira, 7 de março de 2006

TERÇA

A MELANCIA NA ARQUITETURA
Não sei quem é o guru do governador LHS para assuntos de arquitetura, e, cá entre nós, não faço questão de saber. Desde que ele resolveu pintar de bem verde e bem vermelho o prédio principal do Centro Administrativo, marcando solenemente o desprezo por centenas de anos de aprimoramento do uso da cor na arquitetura, parei de me espantar com as “inovações” que as obras do governo apresentam.

Certamente alguém já terá começado a estudar esse padrão de linhas retas, caixotes e caixotões, com o verde bem verde sempre contornado por linhas de vermelho bem vermelho: representará isso um avanço, um mergulho futurista ainda incompreendido ou um retrocesso?

Os mais conformados dirão: “é melhor ter uma escola feia e um ginásio de esportes horroroso do que não tê-los”. Sim, mas os rebeldes e insatisfeitos de sempre poderão retrucar: “fazer com bom gosto, bonito e agradável não sai o mesmo preço”?

LÍNGUA NÃO TEM OSSO
O nosso governador LHS às vezes parece movido apenas pelo entusiasmo. Fala algumas coisas em público que ainda não tinham sido decididas nas instâncias adequadas e depois sai todo mundo na correria pra apagar o incêndio e tornar verdade aquilo que já foi dito como coisa feita.

Gostaria que alguém me disesse que não é este o caso do metrô de superfície da capital. No mês passado, quando esteve com o embaixador japonês, LHS repetiu a história que Florianópolis terá metrô de superfície, com uma das linhas passando sobre a ponte Hercílio Luz. Os japoneses, de olho na possibilidade de vender vagões, locomotivas ou o que seja, arregalaram os olhos.

E o embaixador japonês prometeu vir aqui, agora em março, para conhecer o projeto do tal metrô. Como não se faz um projeto desses do dia pra noite, o anúncio da visita já foi suavizado: “o embaixador vem conhecer detalhes do pré-projeto”. E dá-lhe montar, às pressas, um pré-projeto, pra ter alguma coisa pra apresentar quando o Takahico, o Taketoshi e o Shigeru chegarem.

O COLORADO ARENHART
O Paulo Arenhart, que vai dirigir a redação do novo jornal que os Petrelli vão lançar em Florianópolis, escreve para dizer que minha insinuação sobre a ligação dele com o PMDB não é correta. Fala, Arenhart:
“Meu único partido chama-se Sport Clube Internacional, deste eu não abro mão. Já prestei serviços profissionais ao longo dos meus 24 anos de jornalismo ao PFL, ao PMDB, ao PT, PDT, e, acredite, até ao PP. Desde 1998, quando terminou o governo Paulo Afonso minhas atividades estavam voltadas para a Cachaçaria da Ilha, bar que criei e comandei por 4 anos e para a Revista Cartaz, que também já está há 4 anos no mercado. Hoje estou assumindo a editoria de um novo veículo por reconhecimento profissional e com a tranquilidade e a consciência de poder desenvolver um trabalho ético e profissional ao lado de jornalistas e empresários respeitados no mercado da comunicação”.
AGENTE POLÍTICO
Mil perdões, mas não posso deixar passar essa réplica sem fazer uma tréplica: ser Secretário de Estado e dirigir uma fundação pública não podem ser considerados como simples e rotineiras prestações de “serviços profissionais”. Um Secretário é um agente político. E um Secretário de Comunicação tem responsabilidades que vão muito acima e além das que eventualmente terá um assessor de comunicação.

Portanto, continuo achando que o partido que teve o Arenhart como Secretário de Comunicação e como Superintentende da Fundação de Cultura não pode estar assustado com o lançamento desse novo jornal às vésperas da eleição.

Mesmo que, no mercado, a fofoca seja que os Petrelli, grandes amigos do Bornhausen, estejam lançando o jornal para apoiar as candidaturas liberais.

AINDA O KAFTA
O Orlando Tambosi, que é filósofo atilado e perspicaz saiu-se com esta, a propósito da aula de kafta do Esperidião, que contei na coluna de ontem:
“Quer dizer que o povão comeu o kafta que o Amin amassou?”
A CRISE REAQUECE
Chegou a vez do PMDB entrar na dança do mensalão. Ao se aproximar do PT e de Lula, deu aos adversários todos os motivos para abrir mais uma sacolinha de maldades.

A história contada pela Veja, do fanfarrão que convidava amigos para ver a montanha de dinheiro que ele tinha para distribuir, seria muito engraçada, se não fosse trágica pelo seu conteúdo implícito de impunidade.

O PT, por falar nisso, começa o ano (o ano está começando agora, pois não?) tendo que se defender, na justiça, a sério, da cobrança que Marcos Valério está fazendo do dinheiro que ele “forneceu” ao caixa 2 do Partido. Ele está acionando também o Visanet, braço do Banco do Brasil.

E o Palocci, que já está de saída do Ministério da Fazenda, continua na mira do Buratti, que voltou a envolvê-lo naquelas histórias nebulosas de Ribeirão Preto. Que coisa!

E também não querem deixar em paz o “caixa 24 horas” do Lula, o Paulo Okamotto. Só porque ele, além de pagar dívidas pessoais do presidente, deu uma mãozinha com as dívidas de campanha da Lurian, o pessoal fica pegando no pé do coitado.

Ah, e os parentes do ex-prefeito de Santo André estão fugindo do País, com medo que se cumpram as ameaças de morte que têm recebido desde que foram ao Congresso acusar pessoas do círculo mais próximo de Lula. A quantidade de testemunhas que já morreu justifica plenamente o temor.

A CPMI dos Correios deve encerrar ali pelo dia 20 e até lá, pelo jeito, a temperatura só vai subir.

OS PRAÇAS NA PRAÇA
Hoje o presidente da Associação de Praças de Santa Catarina (Aprasc). sargento Amauri Soares, terá julgada, no Tribunal de Justiça, sua apelação contra a pena de 8 meses de detenção por ter “difamado” um superior.

Ele denunciou, no jornal da Aprasc, o sumiço de equipamentos de veículos da polícia. E em vez da corporação ir atrás dos responsáveis pelo sumiço, preferiram o caminho mais curto: pau no cara que denunciou.

Desde o começo a ação contra o praça sofre de indigência política e de cegueira administrativa. O resultado é que o sargento, transformado em vítima e quase mártir, está se lançando candidato a deputado. Participa das prévias da Aprasc que, por estranha coincidência, também começam hoje.

Claro, hoje pela manhã os praças vão fazer manifestações, para pressionar o Judiciário e mostrar união. Querem colocar 2 mil pessoas na Praça Tancredo Neves e adjacências.

A NOVELA CONTINUA
Quem achou que a decisão do TSE tinha encerrado a questão da derrubada ou manutenção da verticalização certamente não contava com esta: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que vai promulgar amanhã de manhã a emenda que acaba com a verticalização.

É isso mesmo. O TSE, na sexta-feira, decidiu que a verticalização está valendo. E amanhã o Senado promulga uma emenda à Constituição que acaba com essa regra.
Para Renan, a decisão do Congresso prevalece sobre o TSE. Que rolo!

Um comentário:

Anônimo disse...

CAIXA VERMELHA E VERDE.
Me pergunto, será que toda esta pintura Vermelha e Verde esta sendo objeto de LICITAÇÃO?
Ou será que o fornecedor da "CAIXA VERMELHA E VERDE" é o mesmo para o estado inteiro.
Tão dizndo que tem "amigo" do "amigo" na parada.
Então tá......