SEGUNDA

KAFTA PRO POVO

O ex-governador e pré-candidato do PP, Esperidião Amin, ofereceu na sexta à noite uma aula de kafta pro povo do DIARINHO no salão de festas da família Bellini, em Itajaí. Kafta, como vocês talvez saibam, é uma comida de origem árabe que, em resumo, trata-se de carne moída no espeto.

O Esperidião (até seus adversários reconhecem), é bom de papo. Boa memória, culto, articulado, consegue entreter uma conversa por horas. Tanto conta histórias divertidas da época em que foi Senador, quando lembra episódios e nomes perdidos do passado.

Antes que alguém pense alguma bobagem: é normal, em época de eleição, os candidatos visitarem as redações dos jornais. Jandir Bellini (no alto, à esquerda) e Esperidião Amin (de óculos), em vez de irem à redação do mais lido do litoral, convidaram para um jantar onde o destaque era o kafta. Pra não dizer que a gente foi lá comer e beber de graça, o DIARINHO levou a sobremesa.

A RECEITA
O kafta do Amin não tem mistério: carne moída (patinho, passada duas vezes na máquina), cebolinha picada, salsinha, hortelã e sal. Mistura tudo bem misturadinho, com as mãos.

Em muitos lugares, em vez de carne de rês, usam de carneiro.

Depois é preciso alguma ciência pra poder fazer a carne ficar agarrada no espeto. Amin garante que se a carne estiver bem fria (com gelo embaixo da gamela) e se molhar de vez em quando a mão em água gelada, consegue fazer dezenas de espetos sem dificuldade.

Fica na churrasqueira pouco tempo e quando tira do espeto é só comer. Pra entusiasmar a garotada é só dizer que é hamburguer árabe. E tem gente mais animada que também come a carne crua, só com os temperos e um pouco de azeite de oliva.

JOGO POLÍTICO
Todo candidato que visita um jornal ou convida para um encontro social como esse, espera melhorar seus canais de comunicação, aproximar-se de quem está todo dia falando com o povo, mostrar que tem bons projetos e que está bem intencionado. E quando o candidato é inteligente, fica só nisso.

Um jornal independente como este DIARINHO usa esses encontros para conhecer um pouco melhor os candidatos, ver como é a conversa deles fora do palanque e formar sua própria opinião. E continua, depois de conversar com quem quer que seja, onde sempre esteve: do lado dos leitores e de olho no que os governantes fazem.

ESSA CELESC...
Cada vez que falta luz aqui em casa (e isso acontece com relativa freqüencia) fico me perguntando quem dá à Celesc aqueles prêmios todos que ela anuncia que recebe por causa do seu “excelente atendimento”. Provavelmente são daqueles prêmios criados pelas próprias distribuidoras de energia, para premiarem-se entre si. E são avaliadas com base em informações dadas por elas mesmas.

Claro, se chegar numa casa que tem luz e perguntar o que está achando de ter luz, todo mundo vai dizer “ótimo”. Mas eu quero ver é o meu amigo Miguel Ximenes tentar ligar para os 0800 da Celesc com a rua dele às escuras.

Fiz isso, pela enésima vez, no último sábado. E depois de muito sinal de ocupado e muita espera, ainda tive que ouvir o seguinte: “tem gente que está sem luz desde às 16h e só quando resolverem o problema lá é que vai liberar uma viatura para verificar o problema de vocês”. Eram umas 20:30 e eles não tinham nem idéia do problema e nem podiam fazer uma previsão de retorno da luz, porque a viatura (então só tem uma equipe de plantão na capital do estado no final de semana?) estava ocupada com outro caso que, segundo deu-me a entender o desinformado atendente, era mais grave e urgente que o meu.

Com isso, fechei o laptop onde registrava esta dúvida metafísica (quem teve a coragem de dar prêmios de bom atendimento à Celesc?), enchi os isopores com os peixes do freezer e me mandei pra casa do vizinho, numa rua iluminada, na outra quadra.

Assim que cheguei lá, a luz voltou. Aí não entendi mais nada, porque, no serviço de atendimento da empresa premiada, dez minutos antes da luz voltar, ninguém sabia de nada e garantiam que nem tinham equipe pra verificar o problema.

SUPER-PODERES
O jornalista Elio Gaspari contou ontem, em O Globo, a história do Comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, que na quarta-feira de cinzas fez com que um avião da TAM lotado voltasse ao portão de embarque e que um casal fosse sacado de dentro para que ele e sua esposa pudessem embarcar tranqüilamente.

O general tinha chegado 15 minutos antes do vôo decolar e, se fosse um mortal comum, teria perdido a vez. Mas ele provou que alguns generais continuam tendo super-poderes.

Update: leia aqui o noticiário de O Globo de hoje sobre este assunto.

DIARINHO TEM PODER
E por falar em super-poderes: falei aqui, na edição de sexta-feira, da farra dos carros alugados e sem identificação na secretaria do Cezar Cim. Pois ele na sexta mesmo anunciou que vai mandar botar o adesivo que diz que o carro é do serviço público, para tentar acabar com a farra. É ver pra crer.

AMERICANOS INEPTOS
Também falei aqui, na sexta, da bobagem que o Pavan está fazendo, ao apoiar o final da exigência de visto para os norte-americanos. Pois o Elio Gaspari, em O Globo, ontem, deu um pau, pelo mesmo motivo, no ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia.

E faço ao nosso senador a mesma sugestão que o Gaspari fez ao ministro: “percorra a trilha dos brasileiros que solicitam um visto de turista aos consulados americanos. São submetidos a uma rapina inepta e prepotente”. Começa com o roubo: R$ 38,00 para ter informações por telefone e marcar hora. E R$ 210,00 para ter direito a pedir o visto. Se for negado eles não devolvem o dinheiro.

Tanto Pavan quanto o ministro deveriam ter que explicar por que acham que a gente deve continuar a penar na mão desses consules incompetentes.