segunda-feira, 27 de março de 2006

SEGUNDA

OLHA O CAPACETE!
O povo que constrói a Vila Germanica, em Blumenau, fez uma grande sacanagem com o boa praça Renato Viana quando ele foi, com o governador, visitar as obras do Centro de Eventos, ontem. Distribuíram capacete pra todo mundo (foto ao lado) e quando chegou na vez dele, um engraçadinho disse: “tu não precisa”. E ele ficou sem.

É preciso acabar com essas brincadeiras preconceituosas com os carecas ou pelo menos tratar todos de forma igual. Afinal, se o critério para distribuir os capacetes foi mesmo esse, o governador LHS (de óculos escuros) também não precisaria, assim como mais alguns outros que aparecem nessa mesma foto.

Mas tudo acabou bem, ninguém foi atingido por nenhum tijolo e o Renato, que já tá acostumado, disse que “careca não precisa de capacete mesmo”.

QUESTÃO DE HORAS
Ontem à tarde todos os oráculos da República diziam que esta será uma semana decisiva para o governo. Hoje o presidente da Caixa, o petista Jorge Mattoso tem depoimento marcado na Polícia Federal. Ele tem confidenciado a amigos que já está conformado com seu destino: levará um pé na bunda ainda esta semana.

A reforma ministerial que estava marcada para o final da semana (por causa da desincompatibilização dos candidatos), poderá ser antecipada. Na bolsa de apostas já tem gente jogando que Palocci cai hoje.

A PRIMEIRA FATIA
No aniversário do Zé Dirceu, semana passada, a primeira fatia do bolo foi servida para a deputada-dançarina, Ângela Guadagnin. Aos que torcem para que ela dance nas urnas, devo alertar que ela está se candidatando a herdar o meio milhão e votos do seu chefe supremo e adorado (o Zé) e mais os do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha. Portanto, não será desta vez que ela ficará de fora e conseguiremos eleger, por exemplo Carla Peres, que em matéria de dancinha de sacanagem é melhor dotada.

NILDO E O RIOCENTRO
O senador Jorge Bornhausen compara o episódio da quebra de sigilo do caseiro Nildo, com a bomba do Riocentro, aquela que explodiu no colo do sargento. Não em termos de teor explosivo, mas como parâmetro para avaliar a resposta do governo e a forma como as investigações oficiais chegarão, ou não, a algum lugar.

Está em jogo a capacidade que o governo deveria ter, de fazer cumprir a lei, mesmo que isso signifique prejudicar amigos e correligionários.

À MERDA OS ESCRÚPULOS
Quando li esse título no blog do Noblat achei que ele se referia a alguma matéria do DIARINHO. Mas não, ele, como a maioria dos brasileiros, está tão indignado com o festival de absurdos dos últimos dias, que resolveu usar a palavra mais exata.

Ele vê, no torniquete que o governo aplica no Francenildo (o caseiro que está sendo investigado), duas intenções. Uma é desmoralizá-lo. Outra, oculta, é dar um recado a quaisquer outras testemunhas que estejam pensando em falar o que quer que seja contra o governo e suas impolutas figuras.

Diz Noblat:
“Francenildo foi escolhido para servir de exemplo do tratamento reservado pelo governo a quem ameace sua estabilidade e seu futuro. À merda todos os escrúpulos, quando o que está em jogo é a permanência no poder a qualquer preço.”

VEM PRA CAIXA, VEM!
O gerente Jeter disse que agiu a mando da Sueli, que obededeceu a Diva, que atendeu Carlos Cota. Acima de Cota está Mattoso, o presidente. Jeter e Sueli são militantes petistas. Cota é do PTB governista. Estão sendo chamados de “Os Trapalhões”.

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O DIARINHO É FENOMENAL!

Lembram que eu falei aqui que a jornalista Cora Rónai, editora do Caderno de Informática e colunista de O Globo, minha amiga e dona de um dos blogs mais visitados e respeitados do País (www.cora.blogspot.com), pediu-me um palpite sobre a Farra do Boi e eu escrevi aquilo que vocês leram aqui na edição da sexta-feira?

Pois na própria sexta, à noite, como ela estava ilhada no Costão do Santinho (que fica no norte da Ilha, longe de quase tudo), cansada de vários dias de muitas palestras e trabalho, levei-a para jantar uns camarões honestos num dos bons restaurantes de frutos do mar que a Ilha ainda tem.

A Cora é fã antiga da nossa capital e sempre que vem aqui faz questão de convidar alguns camarões para jantar. Já a levei para provar os camarões do Gugu (no Sambaqui), do Zé do Cacupé e, agora, da Toca do Jurerê (foto ao lado). Na conversa ela contou que, embora sua área não seja futebol, fará parte da equipe que o jornal O Globo levará para a Copa da Alemanha e terá que enviar crônicas diárias sobre as coisas que acontecem fora do gramado (mas não só).

Bom, mas para que ela visse o que escrevi e onde estou trabalhando agora, apresentei a ela este nosso querido e valoroso DIARINHO (que ela não conhecia porque, por enquanto, o DIARINHO ainda não é muito vendido no Rio de Janeiro).

No dia seguinte ela publicou, no blog, o texto abaixo, que nos encheu a todos de justificado orgulho. Bobo e exibido como sou, reproduzo aqui com destaque, pra que vocês vejam que não é à toa que este é o jornal mais lido do sul do mundo. E assim como o povo que lê o DIARINHO sabe o que faz, a viadagem também sabe como fazer.
“Cesar Valente escreveu sobre o assunto (a farra do boi) num fenomenal jornalzinho local chamado ‘DIARINHO – Diário do Litoral’. É um tablóide que trata assuntos graves com a maior irreverência, não tem filiação política alguma e é o que eu já vi de mais parecido com o falecido Pasquim dos anos 70. As manchetes são o que a gente comentaria na mesa do boteco. Exemplo: ‘Tiroteio deixa os manezinhos cagados de medo’. A notícia, apesar da linguagem, é tratada com uma seriedade de deixar muito jornal ‘sério’ encabulado.

Resultado: sucesso total. São tirados 10 mil exemplares que chegam às ruas às 7hs. Às 8hs estão esgotados. Já viu que se eu morasse aqui tava frita (ela trabalha até de madrugada e não acorda cedo)...

Cesar, Valente que é (taí um trocadilho que ele não deve mais agüentar ouvir, mas é tão bom que é inevitável) pegou o touro à unha – ao contrário dos covardes que se ‘divertem’ por aqui – e abordou a questão de forma ampla e, embora muitos defensores de animais radicais possam discordar – humana.

Leiam, é talvez o que de mais equilibrado e sensato já se escreveu sobre a Farra do Boi e o papel no estado nessa história toda.”
Cora Rónai, 25/3/2006 (em www.cora.blogspot.com)

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