Esperidião Amin estava feliz e contente porque vai ganhar a eleição e está cheio de amigos. Não sei se disse exatamente isso, mas deu a entender que vai ganhar a eleição porque está cheio de amigos, novos e antigos.
As fotos acima são bem interessantes, primeiro porque mostram que estão todos bem alegres, o que é bom. O sorriso é sempre alguma coisa importante, civilizada e melhor que as caras fechadas e brabas. E depois porque mostram a troca de posições. No segundo turno de 2002 vocês lembram, era LHS e Fritsch de um lado e Bornhausen e Amin do outro.
EU E O MURO
Teve leitor que não entendeu, teve quem não achou graça e teve quem me xingasse, por causa das duas notas que publiquei ontem, uma sobre Amin e outra sobre LHS. Usei, de propósito, os mesmos dois parágrafos para encerrar as duas notas, porque acho que, naqueles aspectos, os dois candidatos são iguais e por isso não seria necessário escrever a mesma coisa de duas formas.
E, principalmente, não critiquei nenhum dos dois. Não dei pistas da minha eventual preferência. Pela simples razão que não desejo sair de cima do muro. Mas não estou aqui pelos motivos que vocês podem imaginar, para agradar aos dois ou para não desagradá-los. Estou aqui porque essa tarefa, de escolher, é de vocês, dos eleitores.
Ao comentarista, ao crítico, que durante todo o tempo fala o que pensa e acha, nestas horas finais cabe apenas esperar que o povo se manifeste. Não é minha tarefa fazer campanha ou participar da campanha. Mas é minha tarefa manter-me em condições de, qualquer que seja o eleito, poder criticá-lo sem dificuldade ou constrangimento.
Acho, sinceramente, que tanto Amin quanto LHS têm qualidades. E defeitos. E que tanto na turma de puxa-sacos de um quanto de outro tem gente de quem eu não compraria um carro usado. Ou venderia. E a quem não confiaria a guarda nem de lugar na fila do INSS. Pra mim, portanto, rigorosamente tanto faz quem vocês escolherem. Continuarei onde sempre estive, fazendo o que sempre fiz aqui na coluna.
EMPRESÁRIO FALADOR
O presidente da república (ou teria sido o candidato Lula?) deu ontem, numa entrevista à RBS, uma informação que, para mim, era nova: a Rússia parou de comprar carne de Santa Catarina, segundo Lula,
“porque o irresponsável de um empresário de Santa Catarina quis aparecer e fez uma manchete publicada no jornal Estado de São Paulo dizendo que não tinha problemas em exportar para a Rússia porque subornava funcionários do governo russo”.Lá, como cá, só encrespa quando a coisa sai no jornal.
A OKTOBERFEST SECRETA
O jornalista Carlos Tonet publicou, no site de notícias de economia Noticenter (www.noticenter.com.br), “a história secreta da Oktoberfest”, que ele qualifica como “um sucesso de marketing que sobreviveua pressões e tragédias”. Ele foi buscar os detalhes esquecidos da história com um personagem igualmente esquecido, mas que foi fundamental na criação da festa: o ex-prefeito Dalto dos Reis.
Na entrevista, além dos detalhes pouco conhecidos ou ainda não divulgados da história da festa, informações inéditas como o número de mortes na enchente de 1983. E o dilema sobre a realização ou não da festa, depois da tragédia.
O NORTE DOS CORONÉIS
Depois que passar as eleições seria bom que os cidadãos de bem deste País dessem uma olhada cuidadosa no que aconteceu e continua acontecendo no Amapá, no Pará e no Maranhão, onde José Sarney e Jader Barbalho resolveram mostrar, sem pudor, que continuam sendo os manda-chuvas do pedaço. Uma pouca vergonha.
HAJA DINHEIRO
Lula pediu e o TSE autorizou o aumento da previsão de gastos da sua campanha, de R$ 89 milhões para R$ 115 milhões. Alckmin também pediu ao TSE para aumentar sua previsão, de R$ 85 milhões para R$ 95 milhões e o Tribunal negou, mas depois liberou.
A questão principal nem é o fato de um candidato poder mexer na previsão de gastos já quase no final da campanha. É, como contabilizou uma reportagem da BBC Brasil, o volume da grana que se gasta na campanha:
“Na Grã-Bretanha, onde Tony Blair foi reconduzido ao cargo de primeiro-ministro no ano passado, o partido Trabalhista e o Conservador gastaram, cada um, R$ 72 milhões (ou 17,9 milhões de libras esterlinas) nas suas campanhas. A população da Grã-Bretanha é de 59 milhões de pessoas, menos de um terço da população brasileira, mas a economia britânica é cerca de três vezes e meia maior que a brasileira. O ex-primeiro-ministro alemão Gerhard Schröder, que perdeu a chance de se reeleger no ano passado, gastou cerca de R$ 70 milhões (ou 25 milhões de euros). A conservadora Angela Merkel venceu a eleição, mesmo gastando menos – R$ 64 milhões (23 milhões de euros). A população da Alemanha é menor do que metade da brasileira; mas o PIB, quatro vezes maior”.ENTÃO TÁ...
Ontem o Ministro da Justiça saiu-se com uma pérola, mais uma, daquelas de fazer a gente ter vontade de ganhar na mega-sena para ir morar bem longe daqui. Disse o douto jurista que não foi o PT que tentou comprar o dossiê contra Serra. “Claro que não foi. É evidente que não foi o PT. Foram pessoas que montaram um grupo de inteligência entre aspas e que fizeram isso (a negociação). É isto que está nos autos (inquérito)”, disse o ministro a jornalistas.
O fato dessas “pessoas” serem petistas, filiadas ao PT, ocuparem funções de destaque no comitê de campanha do Presidente da República, não tem a menor importância. O “idealizador” da negociação era velho amigo de Lula, seu churrasqueiro preferido? “Nada a ver, são só uns aloprados”. Então tá.
3 comentários:
Conheci o Dão (Espiridião Amin Helou Filho) quando trabalhamos na Telesc, lá por 1972/1973. Não deixa de ser constrangedor vê-lo de braços dados com Lula. Em todos os casos, a política é a arte de engolir sapos, inclusive os barbudos. Um abraço.
César, parabéns pela sua neutralidade...são poucos jornalistas que tem a coragem de ficar em cima do muro, que aliás, deveria ser obirgação de todos. De todos os colunistas políticos de SC, você é o mais isento.
Cordialmente,
Thiago Duwe - estudante.
Acesse www.cooperfil.com.br e comprove pela pesquisa.
Amin está virando pra cima do Luiz XV.
Pelo bem de Santa Catarina, é 11 !!!!!!
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