sexta-feira, 6 de outubro de 2006

SEXTA

LHS ACUSOU O GOLPE
O candidato a governador Luiz Henrique da Silveira citou ontem, aqui em Florianópolis, um conhecido verso do cancioneiro popular para demonstra seu estado de ânimo. Disse o ex-governador: “pode vir quente que eu estou fervendo”.

Tudo indica que Luiz Henrique ficou muito mordido com as declarações de Esperidião Amin. O careca sem bigode disse que iria trazer, para a campanha do segundo turno, a questão da dinheirama encontrada na casa do Aldo Hey Neto, que era funcionário de confiança da secretaria da fazenda, naquele episódio que derrubou o secretário Max Bonholdt.

LHS não poupou adjetivos. Disse que seu adversário tem “uma vida pública problemática”. E que “um político que tenta contaminar oponentes com mentiras não é sério”.

TELHADOS ENVIDRAÇADOS
E aí o candidato da múltipla aliança (chamar de tríplice é ofensivo para os outros 6 partidos) começou a citar os casos que utilizará na campanha, se Amin vier mesmo pra cima. São eles, segundo o material distribuído pela assessoria do candidato, sem tirar nem por: o caso do “cheque do Porto de SFS para uma empreiteira, das estatais quebradas entregues a Pedro Ivo, folhas de pagamento atrasadas, 25% dos municípios sonegados, superfaturamento da BR-282 que imploraram para que não viesse à tona; do envolvimento na Festa da Tainha, como ficam os servidores com o dinheiro da aposentadoria que virou pó nas aplicações do Banco Santos, que quebrou, o caso dos fiscais da Fazenda que não foram demitidos, o cala-boca aos oficiais esquecendo dos praças, quebradeira do BESC duas vezes, dobrando a divida pública”.

Repetiu, como advertência, o ditado que já usou anteontem: “Devagar com o andor, que o santo é de barro”. Embalado, Luiz Henrique disse ainda que “este é o tipo de campanha de um cidadão desesperado que vai ter de engolir mais uma derrota”.

E mandou um recado que, cá entre nós, dá bem a medida do temor que a ameaça de Amin criou. Disse Luiz Henrique:
“Quero dizer para este cidadão que tenho uma caixa de ferramenta para usar se ele vier com campanha suja. Sou filho da democracia e ele é filhote parido na ditadura. Não tem ética nem moral para falar de Luiz Henrique. Aqui não tem candidato que nasceu em noite de tempestade para ter medo”.
E AÍ, VAI PRO DEBATE?
Uau! Ou, como diria Paulo Francis, “Waal!” Agora, pra campanha esquentar de vez, só falta o Luiz Henrique aceitar comparecer aos debates. Senão, vai ficar parecendo aqueles meninos muito valentes, que jogam pedra e se escondem atrás do muro.

Se começar a “pipocar”, a não querer debater, LHS pode passar uma mensagem diferente da que sua coordenação de campanha gostaria. Pode parecer que teme alguma coisa, apesar de toda a munição que diz ter.

O FILHOTE RESPONDE
Em toda campanha política, quem está em segundo lugar, nas pesquisas, bate no líder. E recomendam os manuais que o que está à frente ignore as provocações. Como LHS não só aceitou todas as provocações mas também fez das suas e chamou pra briga, tou achando que estamos diante de uma campanha inovadora.

Esperidião ao ver que mexeu com os brios do concorrente, aproveitou para dar uma alfinetada irônica nos aliados de LHS: “Sobre essa declaração de que sou um filhote da ditadura concedo o direito de resposta à cúpula do PFL”. Sacou? Disse que LHS, ao tentar bater nele, estava dando caneladas em seus mais recentes aliados. A começar por Jorge Bornhausen.

E aí Amin lembrou que Luiz Henrique não gosta de contar que foi, durante nove anos, funcionário do DOPS, a Delegacia de Ordem Política e Social, órgão de nefasta memória nos anos da ditadura. Diz Amin: “Se eu tivesse servido no DOPS seria chamado não de filhote, mas de pai da ditadura”.

Tá de bom tamanho? Então tá, vamos ver como serão os debates.

GUERRA INTERNA
Hoje o PT vai sangrar. A reunião da executiva tem a tarefa de tirar da sala o cadáver dos trapalhões e do dossiê. Zé Dirceu acha um absurdo essa reunião. Mas Lula não tem saída. Ou resolve isso ou o sangue vai ficar escorrendo por cima das urnas e direcionando a visão do eleitor.

3 comentários:

Wladimir disse...

César Valente, em relação ao que Amin diz de LHS e LHS de Amin, eu diria apenas uma frase: ambos estão com razão!

um abraço!

Wladimir Crippa

Anônimo disse...

Caro Cesar,

Com relacao ao Besc, Esperidiao Amin qdo assumiu o Governo encontrou o Besc quebrado por conta de uma administracao vil do Paulo Afonso que culminou na venda do Banco ao Jorginho Mello por conta daqule malfadado voto - "eu sei fazer conta" do deputado.
Ai entao salvou o Banco no processo de federalizacao com um PDI justo e o importante saldamento de debito atuarial da Fusesc.
Esse processo teve o apoio no Senado do Jorge Bornahausen, principalmente na Comissao de Assuntos Economico -CAE.
Mudar isso eh distorcer os fatos e a verdade.

Anônimo disse...

Alguém no PMDB andou assistindo um filme no telecine chamado "Em boa companhia" (In good company, com Dennis Quaid) onde um megaempresário faz a mesma pose de "sinergia" com as mãos. E vou contar o fim: esse megaempresário vende a empresa e deixa os militantes da "sinergia" a ver navios. Hollywood fazendo escola na política catarinense! Vai passar de novo nos dias 23/10 (16h20) e 27/10 (05h55). Antes das eleições, pelo menos dá tempo de gozar da cara de algum militante incauto.