segunda-feira, 9 de outubro de 2006

SEGUNDA

UM DEBATE, AFINAL
Custou, mas finalmente tivemos alguma coisa parecida com um debate. Um confronto que talvez tenha assustado quem não sabia mais o que era um debate. Lula escondeu-se, no seu tempo de governo, no abrigo confortável do monólogo. E como neste nosso presidencialismo capenga ninguém precisa prestar contas periodicamente nem ouvir os adversários, a gente acabou esquecendo como é que era.

Acusações, questionamentos duros, alegações, não deveriam nos assustar. Temos que parar com essa história de ficar com pena de quem se mete a ser candidato a presidente e não sabe se livrar de alguma armadilha retórica, não consegue sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Portanto, enfrentar debates duros faz parte (ou deveria fazer) da prática política de qualquer candidato. E nós deveríamos votar em quem se sai melhor. Sem ficar com pena do “coitadinho” que levou um cacete verbal e ficou jururu (vejam bem que escrevo isto antes do debate terminar e que por isso falo em tese, sem saber se de fato houve “perdedor”).

MENOS, LULA, MENOS
Aí, quando o Lula disse que se o Bush tivesse lhe dado ouvidos não teria invadido o Iraque, resolvi atender os apelos da minha consciência e encerrar esta coluna, para não atrasar o jornal nem sacrificar os companheiros que estão na redação e na gráfica.

Fez bem e fez mal o companheiro Lula em não ir aos debates anteriores. Bem porque, com a falta de prática demonstrada, passa a sensação que sentiu os golpes aplicados e não revidou com a agilidade esperada. E mal, porque a prática permite que se atinja a perfeição. Vai dando traquejo.

Isso de dizer que o Bush deveria ter ouvido seus conselhos, é pura falta de prática. Nos próximos ele melhora. Porque eu acho que terão outros, não?

DIARINHO NO MURAL
Ontem a viagadam do DARINHO estava fazendo a ronda normal quando, ao passar pela Central de Polícia, na capital, notou que alguém tinha pregado uma página do jornal, naquele mural da recepção, onde ficam avisos e outros recados que todo mundo vê. E eles escolheram justamente aquela matéria que falava da decisão do desembargador que, ao negar o habeas corpus para o Aldo Hey Neto, soltou umas cacacas no ventilador, fazendo com que a decisão ganhasse repercussão política. Ninguém sabe quem foi que pregou o jornal lá, mas a verdade é que ninguém tirou.

“UM GRANDE FILÃO”
O pessoal que faz assessoria de imprensa para a construtora Fontana está muito animado com os negócios que a empresa está fazendo na capital. Tanto que avisa, sem o menor pudor, já no começo do material de divulgação, que a construtora é “empresa do Secretário de Planejamento Olvacir Bez Fontana”. E anuncia que a empresa “descobriu em Florianópolis um grande filão dentro do mercado”.

Exemplar sintoma de mistura do público e do privado, o press-release deixa no ar a suspeita: afinal, o secretário continua dirigindo sua empresa? E usa o cargo para ampliar negócios aqui?

AS BRIGAS DO DIA
Esperidião certamente vai aproveitar os ecos do debate presidencial para alfinetar um pouco mais o LHS, que disse que já foi a debate que chega e agora só vai ao último, da RBS e isso se não ficar muito cansado. Não falta quem puxe pela memória pra dizer que na eleição passada, o Esperidião fugiu dos debates. E é, de fato, uma triste tradição: quem tá na frente não quer se arriscar nos debates.

DÁRIO BATE NA ÂNGELA
Cumprindo seu papel de tropa de choque auxiliar da campanha LHS, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, mandou distribuir à imprensa uma gravação onde faz acusações à ex-prefeita Ângela Amin. Injuriado porque mexeram com a família Berger, Dário diz pra imprensa ir atrás de uma relatório que o Tribunal de Contas fez sobre a Floram, que estaria “cheio de cheques desviados”. E relembra a transferência de R$ 20 milhões da prefeitura para o Banco Santos, a três dias das eleições. E o banco quebrou.

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