quinta-feira, 19 de outubro de 2006

QUINTA

DE VENTO EM POPA
Ao contrário da turma do Alckmin, que está tendo que fazer das tripas, coração, para tentar fazer o eleitor acreditar que pesquisa não é eleição, a turma do LHS continua tocando o barco na confortável liderança da pesquisa (só teve uma, até agora).

Hoje de manhã, LHS faz campanha no campus da UFSC, dentro do esforço de ganhar votinhos na capital, que no primeiro turno foi uma das pedras no sapato da penca: aqui Amin ganhou.

E depois de lançar uma caravana com as esposas dos candidatos pedindo votos, agora a penca vai promover uma caravana dos filhos dos candidatos. Faz sentido. Afinal, tanto as mulheres quanto os filhos (e as noras e genros), usufruem das mordomias dos eleitos. Então, é natural que também trabalhem para manter os empreguinhos dos chefes das famílias.

A caravana dos filhos se intitula “Onda 15”. Participam Cláudio da Silveira (filho de Luiz Henrique), Leonel Júnior Pavan (o Pavan Júnior) e Edson Colombo (filho do Raimundo Colombo) se encontrarão, principalmente, com estudantes universitários nestes últimos dias de campanha, em caminhadas como a que acontece hoje na UFSC.

MOREIRA NA RETA
A coligação do LHS colocou o governador Eduardo Moreira em pessoa para responder às insinuações e acusações que Amin e Ideli têm feito sobre a grana que foi encontrada com o Aldo Hey Neto pela Polícia Federal.

Moreira recapitulou as medidas que seu governo tomou sobre o caso. E acredita ter colocado “um ponto final” na exploração eleitoral do assunto.

DISCRETO RETORNO
Não sei se sou muito distraído, mas só ontem percebi que o Secretário Alfredo Felipe da Luz, da Fazenda, estava de volta ao seu posto. Ele reassumiu no último dia 9, sem alarde, depois de uma licença para fazer uma cirurgia cardíaca. Pelas fotos (esta aqui do lado foi tirada na terça-feira, 17/10) ele parece saudável e disposto. A assessoria informa que ele recomeçou devagarinho, mas agora já está cumprindo expediente normal.

DESCENTRALIZAÇÃO
O pessoal não é fácil. Assim que saiu a notícia da tentativa de assalto à casa do governador Eduardo Moreira em Criciúma (seu filho chegou a ficar sob a mira dos revóveres dos três assaltantes, mas nada sofreu), um gaiato, provavelmente aqui de Florianópolis, já distribuía e-mail colocando, após a informação, a frase “Mais uma obra da descentralização”.

Maldade pura, porque todos sabemos que faz tempo que a criminalidade age, nas demais cidades-polo de Santa Catarina, com a mesma desenvoltura que na capital. A interiorização da bandidagem não parece ter sido obra deste governo em especial e muito menos dos governos estaduais em particular.

TRANQUE BEM A PORTA
Recomenda-se ao governador tomar as mesmas providências a que são obrigados os demais contribuintes do estado: colocar grades, contratar segurança particular, evitar sair à rua e tomar cuidado ao abrir portas e portões.

Quanto à polícia... bem, com cinco litros de gasolina no máximo ela pode dar uma busca rápida pelas redondezas. E, se tiverem a casa arrombada, nem inventem de perguntar aos policiais se “vem alguém tirar impressões digitais?” A resposta, do outro lado, pode ser uma risada e o comentário que a gente anda assistindo muito filme policial norte-americano. Aqui não tem disso. Quando não falta material, falta gente, quando não falta computador, falta uma base de dados onde comparar as impressões digitais.

Por enquanto, o único recurso de polícia “científica” que muitos municípios possuem é mesmo o telefone... no pé do ouvido.

DESESPERO?
Circulam dois boatos sobre a origem do dinheiro do dossiê, ambos envolvendo filhos de Lula. Os dois, segundo quem os espalha, estão sendo “investigados”, ora pelas revistas semanais, ora pela PF ou até pelo “serviço secreto dos Estados Unidos”.

Até o mercado financeiro, ontem, se agitou com a informação que os jornais e revistas trarão reportagem espetaculares sobre isso. Os repórteres que tra balham em grandes veículos, contudo, não sabem de nada e ninguém está trabalhando nessas matérias (perguntei a alguns conhecidos e vi que o Ricardo Noblat também falou com amigos dele).

A história que o dinheiro teria saído da Telemar, passado pela empresa de Lulinha e daí chegado ao PT é tão fantasiosa e improvável quanto a outra, que diz que o dinheiro saiu de uma conta no exterior que a ONG da Lurian manteria. Nenhuma das duas resiste ao menor exame da lógica (até porque existem formas muito mais fáceis, rápidas e simples de obter o dinheiro). Mas parece que a diferença apontada pelo Datafolha mexeu com os ânimos dos tucanos, que resolveram sair atrás de algum “fato novo”, mesmo que não seja “fato” e nem exatamente “novo”.

As moitas de onde pode sair algum cachorro são as que aparecerão com a quebra do sigilo do Freud Godoy, faz-tudo do Lula. Mas, para complicar, provavelmente Freud era usuário dos tais cartões corporativos da Presidência, que têm se mostrado impenetráveis a qualquer exame ou investigação. Dificilmente aparecerá algo este mês.

FÓSSEIS PODEROSOS
PTB e PL, mesmo rejeitados nas urnas, se preparam para mandar como nunca no ano que vem, lembra o jornalista Fernando Rodrigues, na Folha. A cláusula de barreira será driblada com incorporação de outros nanicos. E o poder virá naturalmente, se Lula, seu aliado preferencial, for reeleito. Mas se Alckmin ganhar, eles também estarão bem posicionados para mamar.

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