segunda-feira, 30 de outubro de 2006

SEGUNDA


PRONTO, ACABOU.
A agonia terminou e agora já sei em quem devo “bater” ou a quem devemos fiscalizar com maior atenção. O fato dos dois eleitos serem nossos velhos conhecidos, facilita o trabalho. Já sabemos do que eles são capazes e, de certa forma, sabemos o que esperar.

Campanha política é bom, oxigena a democracia, mas cansa. Enche o saco. Com todo o respeito, eu não agüentava mais ver o esforço de todos eles para mostrar que são boa gente, que sabem resolver todos os problemas do mundo.

Mas agora, acabou. Dez segundos, ou quinze, na urna e depois quatro anos de arrependimento ou de alegrias. E em poucas horas já sabíamos quem tinha levado o grande prêmio dos votos brasileiros. Tudo muito rápido. Espero que tenha sido rápido e limpo. Sem maracutaia.

CARO LULA
Pro Lula gostaria de dizer pouca coisa. Na verdade, apenas uma coisa: por favor não tome o voto generoso e abundante dos brasileiros como uma espécie de anistia, de perdão. Não acredito que a maioria dos eleitores de Lula tenha votado nele para dizer que não se importa com as práticas desonestas que o PT e os auxiliares mais próximos de Lula importaram e adaptaram dos partidos que eles criticam.

CARO LHS
Pro LHS também tenho coisa pouca a dizer. Assim como no primeiro governo, os maiores inimigos do seu bom nome estarão mesmo dentro de casa. Um secretário incompetente numa secretaria de desenvolvimento social, por exemplo, é um presente para os adversários. E uma desgraça para os contribuintes.

Uma turma gananciosa e incompetente numa Fesporte, por exemplo, joga lama sobre todo o colegiado. Um governo que não vê ou faz que não enxerga esses absurdos, passa atestado de conivência, diz para o tolo do eleitor que concorda com o desmando.

Esse loteamento de áreas e cargos, que transforma secretarias e outras entidades em troféus, em capitanias hereditárias, é a face frágil e perversa do governo. Porque o serviço público vira servir-se da coisa pública. E nem adianta o LHS dizer que é honesto e bem intencionado. É preciso que os demais membros do colegiado também sejam. E, no primeiro governo, todos sabemos que vários estavam ali só para aproveitar a oportunidade, para resolver seus problemas e turbinar seus projetos pessoais.

E QUEM PERDEU?
O Esperidião, a bordo de um partido com evidentes dificuldades, enfrentou aquilo que sua campanha chamava de Golias: os maiores partidos do estado, estruturados em todos os municípios, sustentados pela máquina administrativa governamental, animados por uma maciça utilização dos meios de comunicação, tiveram que suar a camisa para vencer, no segundo turno, por uma diferença menor do que a prevista, um cavaleiro quase solitário. Amin mostrou que está vivo. E talvez não seja um grande articulador, mas é um osso duro de roer.

PUXA, QUE RÁPIDO...
O governo do estado anunciou, na sexta-feira, que “a recuperação da estrutura do viaduto de acesso insular da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, deve estar pronta em 75 dias”. Claro que o anúncio, aparentemente caído do céu, sem razão ou motivo, tinha uma função eleitoral, de tentar vencer o chato do Amin na capital (coisa que não deu certo, porque a derrota aqui foi ainda maior).

Gosto de ver a precisão dessas previsões: 75 dias. Às vezes a gente faz uma reforminha de nada em casa e não consegue saber se a coisa levará uma semana ou duas. Mas eles sabem exatamente.

Só que a informação mais importante está no final da nota do governo: esses dias que eles anunciaram com tanta alegria, completam um terço da primeira etapa. E a gente só poderá usar de novo a ponte depois da terceira etapa. Falta coisa pra chuchu.

Naturamente, a tal terceira etapa está prevista para terminar, por coincidência, claro, coincidência, em 2010, ano eleitoral, em que a reabertura da ponte terá novo papel importante. E voltará à campanha o bonde (“metrô de superfície” nada mais é que um bonde moderno), como complemento e parte da promessa.

Portanto, se a ponte não cair até lá, na campanha de 2010 ela estará de volta, como cabo eleitoral.

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