sexta-feira, 28 de julho de 2006

SEXTA

NATUREZA ESTRESSADA
A foto acima foi tirada ontem de manhã aqui perto de casa. A coitada da árvore estava achando que já era primavera ou verão e se floriu toda. Mas aí olhou no calendário, viu que era julho e as flores começaram a cair. Provavelmente na semana que vem ela frutifica. Ou caem as folhas. Tem uma amendoeira que só esta semana ficou com as folhas vermelhas (como deveria ter ficado no outono) e agora vão começar a cair. Se a gente fosse capaz de conversar com as plantas e as árvores notaria que as pobres estão completamente estressadas com esse tempo maluco, sem saber direito o que devem fazer. E nós, que criamos essa situação com nossa gasolina, nossas queimadas e outras sandices, fazemos de conta que não temos nada com isso.

ATO IMPENSADO
Comentei, há alguns dias, sobre um repórter que, quando teve sua matéria vetada pelo editor, enviou e-mail para uma porção de gente acusando o jornal de censura comercial.

Eu disse, naquele dia: “A divulgação não autorizada de texto redigido por um funcionário ou funcionária, numa redação de jornal, configura grave quebra de confiança e dependendo do contrato de trabalho, justifica demissão imediata”.

Ontem me contaram que o autor do “protesto” foi demitido pelo jornal. Mas quem me deu a notícia estava achando que a pena foi muito severa. “Afinal ele é muito jovem, não pensou direito, não mediu as conseqüências”, argumentou minha amiga, morta de pena da criatura demitida. É claro, ficar sem emprego num país como o nosso não é pouca coisa.

No jornalismo, como em tantas outras profissões, é saudável que jovens inexperientes convivam com os veteranos. Mas a forma como as empresas têm se organizado faz com que as redações fiquem com excesso de jovens jornalistas inexperientes (são mais baratos) e muito poucos sujeitos mais vividos (são mais caros).

Se o jovem deste caso aí tivesse um colega de cabelos brancos com quem pudesse trocar uma idéia, talvez ouvisse as palavra mágicas (“vai dar merda!”) e até algumas histórias sobre como agiram em outras situações semelhantes. E o desfecho poderia ter sido outro.

ATO PENSADO
[E por falar em jornalismo peço licença para transcrever aqui o comentário que fiz ontem na rádio Som Maior Antena 1 de Criciúma e na Rádio Clube de Lages.]

Hoje não vou falar sobre política. Pelo menos não sobre política partidária. falarei sobre esta nossa nobre, incompreendida e sempre admirada profissão de jornalistas. Os jornalistas ocupam, na sociedade, lugar de destaque. Sempre foi assim, desde o tempo em que, nas pequenas vilas medievais, o arauto vinha de longe e reunia o povo para contar as novidades.

Todos nós gostamos de saber o que acontece à nossa volta. Informar-se é uma necessidade vital, tão importante como matar a sede e alimentar o corpo. O ser humano não consegue se isolar completamente. Sempre quer saber o que ocorre ao seu redor. E cabe aos jornalistas manter abertas as janelas por onde podemos todos espiar para fora. Por ali conseguimos ver o buraco das ruas, os engarrafamentos mais adiante, saber da guerra acolá e das últimas do Lula.

Pois a última do Lula foi o veto integral de um projeto, aprovado no Congresso, que complementava a regulamentação da profissão de jornalista. Não sei por que, ou sei mas prefiro fazer que não sei, as empresas jornalísticas, que vivem do que os jornalistas fazem, odeiam qualquer tentativa de organização dos jornalistas. É sacrilégio falar em dotar os jornalistas de uma carreira. É pecado mortal tentar estabelecer regras mínimas para o exercício profissional.

A artilharia contra quem quer que pretenda defender a qualificação da profissão e do profissional é tamanha, que muitos colegas têm até medo e vergonha de dizer que têm diploma de jornalista. Muitos ficam quietos e acuados em momentos como este, em que o presidente-candidato, atendendo a seus marqueteiros, toma uma decisão demagógica e eleitoreira. Tão demagógica quanto a redução da multa por excesso de velocidade.

Não que se tenha muito o que fazer ou dizer. Mas, pelo menos, não se deveria deixar de dizer: senhor presidente-candidato, sinto muito, mas na minha opinião esse veto foi uma enorme, monstruosa e agressiva idiotice.

NOSSOS COMERCIAIS
Na Som Maior Antena 1, a FM líder de audiência em Criciúma, faço comentários no programa do Adelor Lessa, de manhã cedo, por volta das 8h e no programa Última Edição, no final da tarde, por volta das 18:30. Na rádio Clube de Lages, a AM que é líder há 60 anos, o comentário é por volta das 12:30. E na Rede TV Sul (aquela que tem o Festival de Dança e o Pânico na TV) o comentário é dentro do jornal Notícias do Sul, que começa às 12:30.

Para ver e ouvir pela internet: www.antena1criciuma.com.br e www.tvip.tv.br (neste endereço dá pra ouvir a rádio Clube e ver a Rede TV Sul).

TEFLON NA CARECA
O primeiro pedido de resposta da atual campanha eleitoral foi do ex-secretário de segurança do governo LHS, Ronaldo Benedet, que se sentiu ofendido pelo que disse Esperidião Amin numa entrevista à rádio Som Maior Antena 1 de Criciúma no dia 21. Mas não colou, porque o TRE negou o pedido.

O juiz não viu ofensa no que o careca falou:
“O que desfavorece isso é a politicagem, é nomear deputado, suplente de deputado, para secretário de Segurança. É ter delegado da maior cidade de Santa Catarina, Joinville, delegados que têm mandato, e mandato de partido da base do governo, preso e condenado”.
ANOS EM FESTA
Com atraso uno-me a todos os leitores e leitoras do DIARINHO nos parabéns ao colega JC, aqui da página 2, que há dois anos cumpre a espinhosa tarefa de comentar a política local. E ainda nos ilustra com as fotos das ambulâncias superfaturadas. Parabéns, amigo, e sucesso crescente. Como disse, o JC merece todas as homenagens, porque é muito mais difícil falar do político municipal do que do estadual. Sempre se corre o risco de encontrar o cara na padaria.

4 comentários:

Anônimo disse...

Cesar,

Não me faça lembrar que esse Benedet foi Secretário de Segurança, pois não fez nada para melhorar a Segurança em nosso Estado.
Aliás, só fez politicagens.
Nós policiais, queremos esquecer que um dia esse cidadão foi nosso secretário. Tomara que não volte mais.

Anônimo disse...

É verdade, sabe que na primeira reunião que ele fez conosco, onde esperávamos que ele apresentasse seus projetos para a Segurança Pública. Pasmen, nessa reunião ele pediu votos, dizendo que politicos precisam de votos.
É seus projetos eram somente eleitorais.

Cesar Valente disse...

Bom dia: aconselhado por velhas raposas do direito bloguístico, tomei, a partir de agora, a antipática medida de só liberar para publicação os comentários que eu tenha lido. Assim, quando vocês postarem um texto, ele ficará no limbo por um tempo, até que eu o aceite ou rejeite (o sistema me avisa, por e-mail, quando alguém comenta). Como sou comentarista em outros blogs, sei que isso é uma amolação, um verdadeiro pé no saco. Mas em ano eleitoral mais vale prevenir, ainda que causando certos desconfortos, do que depois, diante do Sr. Juiz, tentar remediar.

Anônimo disse...

Cesar:

Dia desses postei uma matéria no meu bloguinho a respeito de pesquisa submarina dando conta das bolhas de metano que explodem no fundo do mar e ganham o espaço. Há muito metano no fundo do mar que os cientistas já pensaram em usar como energia (Ver o site do Departamento de Química da UFSC). Indo para o espaço esse metano promove também o efeito estufa. Não é apenas o homem que está causando tudo isso. Imagine: a Terra é uma bolotinha solta no espaço girando sem parar. Quem pode garantir que terá vida longa ou curta? Quem pode garantir que não será atingida por um cisco gigante do espaço? Essa história sobre o efeito estufa causado pelas ações do homem trata-se de meia verdade que tem servido para enriquecer um monte de gente. Quando houve a catástrofe em Tubarão, nem se falava em efeito estufa. O diabo é que ninguém sabe até hoje por que a água (a água que tem no planeta é a mesma sempre) que sobe e desce resolve mudar de lugar, caindo mais sobre determinado espaço. Catástrofes sempre se abateram sobre a Terra, até mesmo no tempo do boi e do arado. Todavia, os ecochatos fecham os olhos para esta realidade, porque não lhes interessa e acabaria com as suas bem remuneradas consultorias e ONGs.

Aluízio Amorim