sexta-feira, 21 de julho de 2006

SEXTA

DE MÃOS DADAS – O candidato a governador da coligação “A turma toda contra o Amin”, Luiz Henrique, assistiu emocionado ao espetáculo de abertura do Festival de Dança de Joinville, de mãos dadas com a D. Ivete (d) e com o seu candidato a vice, Leonel Pavan (e). O Festival é uma espécie de filho do LHS.

PFL CONTRA-ATACA
O recado duro que o PFL estadual mandou aos vereadores que estavam ensaiando apoiar Amin já deu resultado. O vereador Jacinto Bet, de Lages, pediu sua desfiliação e vai mudar para um partido onde apoiar Esperidião não seja proibido.

E o vereador de Camboriú (Alcione teixeira) puxou o freio de mão e pediu pra conversar com a chefia do PFL.

DESCAMINHO
Faz tempo que falo, aqui, sobre a absurda impunidade daqueles vendedores de DVDs piratas no centro de Florianópolis. Agressivos e donos do campinho, acostumaram-se com a boa vida e anteontem, quando a fiscalização resolveu dar uma dura, eles não se intimidaram, reagiram agredindo os Guardas Municipais, ferindo um deles com um paralelepípedo.

PETISTA ILUSTRE

Transcrevo trecho de uma nota do blog do Noblat:
“Sabe o que é um sujeito folgado, espaçoso e que não está nem aí para nada que não lhe seja conveniente? Esse é o Bruno Maranhão, líder do MLST. Ainda no aeroporto de Brasília, ele furou a fila de passageiros para embarcar no vôo 1810 da GOL com destino ao Recife. (...)

A bordo do avião, atrapalhou mais de uma vez o trabalho das comissárias por se levantar com freqüência para conversar com amigos durante o vôo.
Nos últimos 20 minutos de viagem, plantou-se com um amigo perto da cabine do comandante de vôo e, só de meias, jogou conversa fora até a hora de voltar ao seu assento.”

E O MANUAL DO ELEITOR,
NÃO VAI TER?


Pois então, esta época é comum encontrar manuais para candidatos, manuais para partidos, manuais de propaganda eleitoral, etc e tal. Mas não é fácil, nunca foi, encontrar um mapa, um roteiro, um manual que nos ensine a ser os eleitores exemplares que todos gostaríamos de ser.

Votar todo mundo sabe: é só apertar uns botões, conferir se o que aparece na tela é mesmo o que a gente escolheu e pronto. Mas todo o processo anterior é muito complicado.

Nem sei se todos vocês têm as mesmas preocupações que eu, mas no momento o que me aflige é o fato que tem tanto deputado envolvido com tanta coisa que acho que não posso ter certeza se o meu candidato também não tem, no seu passado e no seu currículo secreto, uma corrupçãozinha qualquer. Ou se planeja, nos próximos anos, enfiar o pé na jaca.

SEM FRONTEIRAS

Embora eu seja brasileiro e tenha vivido praticamente toda a minha vida no Brasil, meu primeiro contato direto e pessoal com a corrupção aconteceu no México, no final da década de 70.

Amigos mexicanos foram me levar ao centro da cidade do México, de carro e explicaram que sempre levavam, separado, algum dinheiro para a propina do guarda de trânsito. Um suborno básico e tabelado que permitia estacionar em fila dupla ou em locais proibidos.

Quando o guarda se aproximou, imponente com seus óculos rayban e jaqueta de couro com gola de pele, imaginei que meus amigos se dariam mal, porque ele tinha toda pinta de ser incorruptível. Pois ele nem conversou: passou a mão na mão estendida do meu amigo e ficou com a graninha. E ficamos em fila dupla, em frente à loja da Varig, em pleno centro da cidade, sem qualquer problema pelo tempo que precisávamos.

APARÊNCIAS ENGANAM

Este episódio me ensinou que não existe “cara de corrupto”, assim como nunca devemos confiar em alguém pela aparência. Dos deputados acusados de participar do esquema de superfaturamento das ambulâncias, ou de maracutaias na construção de hospitais com verbas da Funasa, alguns são respeitáveis senhores, a cima de qualquer suspeita, de quem compraíamos sem medo um carro usado e a quem entregaríamos, sem susto, a guarda de nossa carteira.

Mas, se a alma corrupta e venal não está aparente, se ninguém traz escrito na testa “vende-se”, como saber em quem votar? Cá entre nós, o fato de simplesmente aparecer nos jornais como suspeito, também não é uma grande ajuda, porque nós sabemos como são feitos os jornais. E pode ser que a suspeita não passe disso e que seja um sujeito honrado a quem foram feitas acusações falsas.

DÚVIDA CRUEL
A questão permanece e continua cada vez mais insolúvel: como saber em quem votar? Para presidente, senador e governador o problema não é tão grave, porque são poucos candidatos e se falou e fala muito a respeito deles, do que fizeram e do que farão. Basta um pouco de cuidado e tempo para conseguirmos levantar muitas informações sobre esses candidatos.

Para escolher os nossos candidatos a deputado estadual e a deputado federal é que a coisa fica realmente difícil. Como são muitos, centenas, os jornais falam pouco deles. Não tem como fazer debates. As informações são escassas.

Estou, neste momento, justamente nesta dúvida cruel: como escolher? como saber se aquele sujeito riquinho que se candidata pela primeira vez não vai usar o cargo para favorecer suas empresas, defender seus interesses particulares e ficar ainda mais rico?

Como saber se aquele deputado que quer se reeleger não conseguiu dinheiro para a campanha com alguma maracutaia? além disso, todos os deputados, estaduais e federais, já começam a campanha com grande vantagem sobre os demais concorrentes: têm verba de gabinete, franquia postal, ajuda de gasolina, muitos auxiliares pagos por nós e tantos outros benefícios que ajudam bastante.

Tem até uma campanha por aí que fala “eleja, não reeleja”. Não sei se é a solução. Capaz da gente apenas renovar os corruptos. Colocar ladrões novos e mais entusiasmados no parlamento.

CHEQUE EM BRANCO
O desfecho desta história sem fim é um enigma. E um paradoxo: por mais que a gente desconfie dos políticos, votar é sempre uma demonstração de confiança. Por mais que a gente tenha consciência que precisa duvidar das boas intenções dos candidatos, não tem como ter certeza.

Então, mesmo duvidando, acabamos dando a maior prova de apreço que uma pessoa pode receber: nosso voto. Uma procuração para nos representar. Com plenos poderes de falar em nosso nome. Assinar despesas, iniciar obras, mudar alíquotas de imposto, criar restrições à nossa lberdade ou tornar mais leves as penas dos criminosos.

Não é uma coisa angustiante, difícil e preocupante? ainda mais porque tem muito candidato que acha que com um sorriso, um tapinha nas costas e uma promessa vaga de que vai arranjar um emprego praquele nosso sobrinho malandro, ganha automaticamente a nossa confiança. Agem como vendedores de coisas lindas e caras que a gente sabe que não conseguirão entregar.

Um comentário:

Anônimo disse...

O Bruno Maranhão, esse, diz que vai participar da campanha para reeleição do Lula. Queira Deus! Abraços.