terça-feira, 25 de julho de 2006

TERÇA

Acima a capa da Ediçãozinha Extra do Diarinho Sports que circulou ontem, com a notícia da contratação do Dunga.
Esgotou nas bancas em menos de uma hora.
[Molecagem sobre fotos desapropriadas da Internet.
Dunga é marca registrada da Branca de Neve.]


AGORA VAI
O novo técnico da seleção brasileira de futebol, com contrato que vai até 2010 é Carlos Caetano Bledorn Verri, um gaúcho de Ijuí, com 42 anos que nunca foi técnico. Mas foi jogador. E jogou na seleção, o que parece ser suficiente para garantir que venha a ser um técnico compentente. Na seleção Carlos Caetano era facilmente reconhecido pelo corte de cabelo a escovinha. Nas horas vagas atuava no cinema, TV e teatro, como um dos sete anões que acompanhavam a Branca de Neve no seu show de variedades.

BRIGA DE GENTE GRANDE
Quando eu era pequeno (já entrei no espírito da era Dunga) ouvia uns disquinhos com historinhas infantis e tinha uma que me impressionava muito porque terminava mais ou menos assim: “vamo embora, porque em briga de grande quem sofre é sempre o pequeno”.

Senti-me da mesma forma quando li a extensa nota com que o Ministério da Integração Nacional jogava no governo do estado a culpa pela demora na liberação de recursos para aliviar os efeitos da seca em SC.

Alega o governo federal que o governo do estado não foi ágil, nem competente e nem teve pressa (usou até a velha desculpa de que o correio sumiu com a papelada). Certamente para poder, na campanha, dizer que o dinheiro não chegou a tempo.

Seja qual for o motivo, tenha ou não tenha componente de campanha eleitoral envolvido, o fato é que a grana de emergência demorou. O pequeno, portanto, já sofreu e continua sofrendo. Os grandes continuam a duelar, atirando pedras para lá e para cá, e o pobre do eleitor tem que correr pra sair de baixo.

SUPERSTAR DA CELESC
Vocês viram o noticiário, por muitas semanas, sobre a escolha do novo diretor comercial da Celesc? Teve mais notícia do que eleição de deputado. Teve campanha, voto, debates e agora uma festança para a “diplomação”, digo, posse.

Que moda é essa? Pra que tanta firula para escolher um executivo? Ah, mas aí o povo da Celesc enche a boca “é o primeiro diretor eleito pelo voto direto dos empregados”. Por que um executivo de empresa tem que ser escolhido pelos seus pares?

O Ximenes não vai gostar, mas alguém tem que dizer que transformar a escolha de ocupantes de cargos técnicos, mesmo que de escalão superior em ato pretensamente político deixa no ar um suave aroma de demagogia. E cria complicadores para o bom funcionamento da empresa.

Quer ver? Digamos que o novo diretor (a quem não conheço e que provavelmente deve ser capaz e merecedor de todos os elogios que lhe fizeram) pise na bola (acontece nas melhores famílias) e precise ser substituído. Naturalmente, o presidente da Celesc não poderá demití-lo assim, sem mais nem menos. Afinal, quem ascende nos braços do povo tem o povo a respaldá-lo e não será qualquer um que o retirará da função. Será preciso colocar em votação a substituição do diretor? Como ter agilidade nas decisões se os diretores são irremovíveis e, por serem eleitos, não respondem ao presidente?

ESQUERDA MILIONÁRIA
O site Congresso em Foco fez as contas dos bens dos candidatos da região Sul e chegou à conclusão que “a esquerda tem maior patrimônio que a direita”. E justifica essa classficação porque os candidatos mais ricos são de partidos que antigamente até seriam chamados de esquerda: PSB, PDT, PV, PPS e PT.

Santa Catarina tem o candidato a cargo majoritário mais rico dos três estados do Sul do País: o empresário Antônio Carlos Sontag, candidato a governador pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), que declarou bens no valor de R$ 11,4 milhões. Alguém aí tem a menor ilusão quanto ao fato do Sontag ser de esquerda? Ou o PSB ser de fato um partido socialista?

De qualquer maneira, ninguém, dentre os candidatos, chega nem perto da fortuna desse gaúcho de Três Passos, dono de uma empresa de vigilância onde, até onde sei, não se praticam os princípios da socialização dos lucros e da administração participativa. Pergunta pro Sontag se ele tem diretores comerciais eleitos pelos trabalhadores da EBV, que nem a Celesc anda fazendo?

Só os carrões declarados pelo Sontag (uma BMW de R$ 163 mil, um Chrysler de R$ 190 mil e uma Pajero de R$ 150 mil) valem mais do que todos os bens somados de todos os 12 candidatos majoritários de cinco pequenos partidos (PCO, PSL, PSTU, PRP e PRTB). E vai gastar R$ 3 milhões na campanha socialista.

PT BATE NA HELOÍSA
O presidente do PT mostrou que a pequenina Heloísa Helena está mesmo incomodando os lulistas. Ontem ele disse que a candidata do P-SOL faz gênero, “vende uma imagem diferente da que tem”.

Berzoíni não disse quais são as informações que ele tem que comprometem a Heloísa, mas deixou no ar a suspeita. E, é claro, acusou a imprensa de ser parcial ao dar corda para a senadora.

Disse também que a imprensa está sendo injusta com o ex-ministro da saúde Humberto Costa, “porque tudo começou na gestão do Serra”. Só que o chefe da máfia dos sanguessugas, nos seus depoimentos, não falou o nome do Serra, mas falou o do Costa.

Quanto à Heloísa, é claro que se ela continuar crescendo, teremos que olhar com mais atenção para o que ela diz que quer fazer e como diz que vai fazer. E se tiver que levar cacete, vai levar. O que não dá é pra ficar achando que tem um complô pra emporcalhar o PT. O PT já demonstrou que não precisa da ajuda da imprensa para isso.

DISTÂNCIA DO VERMELHO
Já que estamos falando do PT: no novo comitê de campanha do Lula e no site do candidato, o vermelho da bandeira do partido foi substituído pelas cores da bandeira brasileira. Ajuda a separar, aos olhos do eleitor, o Lula do PT. Lula é azulzim, verdim, amarelim e branquim. O partido continua vermelhim, mas mais longim.

Um comentário:

Anônimo disse...

A eleição na Celesc me lembrou uma frase do Millor Fernandes, mais ou menos assim: "Democracia é bom! Mas já pensou se tivéssemos que eleger o comandante do avião a cada vôo que fazemos?" Quanto ao Dunga, é esperar para a ver. A fotinha está impagável. Abraço.