segunda-feira, 31 de julho de 2006

SEGUNDA

SEM COMPARAÇÃO
O candidato do partido azul (se este jornal fosse a cores vocês veriam que na foto acima só tem vermelho na gravata do Fritsch. Se clicar na foto abre-se uma ampliação) disse ontem aqui em Florianópolis o seguinte:
“As falhas e os erros cometidos em governos anteriores são bem maiores. Eles não podem querer se comparar com o nosso governo na questão ética nem em nenhuma outra área”.
Aí eu não sei se escrevo apenas “então tá” e desligo o computador ou se continuo tentando entendender as coisas confusas que esta campanha está fazendo os candidatos dizerem. Primeiro Lula disse que o escândalo do mensalão só apareceu porque o governo dele apurou. E agora diz que nenhum governo anterior pode ser comparado ao governo atual.

Eu olho ao meu redor, converso com amigos, pergunto a quem encontro e não vejo sinais que a nossa vida tenha melhorado tanto assim. O fato do goveno não ter sido um desastre completo não autoriza a afirmação pedante e autoritária de que não tem comparação.

E mesmo que em muitas áreas o governo Lula tenha tido sucesso, na questão ética foi uma enorme decepção. Já disse aqui muitas vezes: nós, que votamos no Lula, estávamos preparados para muitas dificuldades e problemas. Governar o Brasil não é fácil. Mas nunca na vida imaginávamos que os Lulistas fossem do jeito que o poder mostrou que são.

Ou você esqueceram que o Delúbio viajava no aeroLula, dormina na Granja do Torto, freqüentava o gabinete do presidente e fumava charutos cubanos com ele? Tão íntimo quanto o Zé Dirceu. Os dois foram postos pra rua por que? Porque as acusações eram injustas e inventadas?

Toda a roubalheira que existia no governo FHC não só continuou como aumentou. Todo ladrão que se deu bem no governo FHC se deu ainda melhor no governo Lula. E aí Lulistas e petistas saem dizendo, com a maior cara de pau, que “todo mundo faz assim”, “todo partido usa caixa dois” e “quem nunca roubou que atire a primeira pedra”.

Lula chegou ao poder, em 2002, literalmente nos braços do povo. Com votos da classe média, da “elite”, de todo mundo. Devia ter respeitado esses votos e colocado na cadeia o Marcos Valério assim que ele apareceu propondo o esquema criminoso de financiamento partidário. Colocado na cadeia a máfia das ambulâncias no primeiro dia de governo. Mas não, quiseram embolsar algum, preferiram sujar as mãos, escolheram o código penal, em vez do código de ética.


O QUE DIZ O CÓDIGO BRASILEIRO DE TRÂNSITO?
“Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.”


DESISTA DE “ENTENDER” A GUERRA
Os jornais “modernos” costumam fazer uma bobagem “modernosa” que é criar gráficos do tipo “entenda isto”, “entenda aquilo”. Quando eu vi um “entenda a guerra”, me indignei: não tem como entender a guerra. Nenhuma guerra. Não existe nenhuma justificativa para a matança indiscriminada de gente. Não interessa quem atirou a primeira pedra (e ali naquela região a briga já dura uns milhares de anos). O fato é que está morrendo gente em Israel e no Líbano. O ataque israelense de ontem, que matou dezenas de crianças, não tem explicação. Assim como não têm explicação as bombas terroristas que matam tanta gente em tantos países. Santa Catarina, como todo o Brasil, tem uma população grande de descendentes de libaneses, que devem estar tão espantados quanto o resto do mundo. A guerra, definitivamente, é um atraso de vida.

sábado, 29 de julho de 2006

SÁBADO E DOMINGO

PROBLEMÃO
Na foto acima dá pra ter bem uma idéia da localização do novo Shopping do bairro Santa Mônica (para ver maior, é só clicar sobre a foto). Está próximo ao mangue, mas não foi o primeiro nem o único a usar aquela área. Em todo caso, quando a obra parou por decisão judicial, pararam as obras nas vias próximas (na foto abaixo, que mostra a rua Joe Collaço: tiraram o pavimento e estavam preparando para asfaltar) deixando a vizinhança comendo poeira e enfrentando a buraqueira. Calçadas foram arrebentadas e tá tudo uma bagunça. Parado. Como se a prefeitura tivesse vendido as ruas para o Shopping e não tivesse responsabilidade pelo inferno em que o pessoal, que paga os impostos, foi metido.


REPÚBLICA DE LADRÕES
Tem uma nuvem negra, ameaçadora, repleta de raios, trovões e granizo, pronta para se instalar sobre a cabeça dos próximos governantes, quaisquer que sejam eles. Lula ou Geraldo, Heloísa ou Eymael, não faz a menor diferença quem ganhar a eleição, aquela sombra ameaçadora estará lá, louca para desabar sobre nossas cabeças. É a nuvem da corrupção, essa praga que se instalou faz tempo e já tem raízes profundas, alimentada pela impunidade e pela abundante falta de vergonha na cara.

Se não for feita uma reforma política séria, profunda e rápida, será impossível governar este país. Estamos nos transformando numa república de ladrões onde a democracia perde sentido a cada dia. Tudo porque a corrupção rompe, estraçalha, esmigalha a confiança que o cidadão deveria ter nos políticos.

Como todos deveriam saber, a democracia vive e se renova na confiança: ou vocês acham que chegar na urna e assinar uma procuração ou um cheque em branco para que um sujeito nos represente não é um ato supremo de confiança?

Portanto, se não criarmos condições para que se restabeleça a confiança, melhor empacotar tudo, botar a mochila nas costas e ir embora. E o último a sair que apague a luz do aeroporto.

“SUPRAPARTIDÁRIO”
Lula passa o domingo em Florianópolis mas não faz comício. Participa de eventos “suprapartidários”, que é como a coordenação da campanha resolveu chamar os dois compromissos na cidade. De fato, é um nome apropriado para um candidato que, a cada dia, demonstra que está mais descolado de seu partido. Lula é o próprio candidato “suprapartidário”.

O HOSPITAL E OS RATOS
A Secretária da Saúde, Carmem Zanotto, afastou ontem o diretor do Hospital Celso Ramos, na esteira do escândalo dos ratos e do pouco caso.

O contribuinte cada vez entende menos por que hospitais e outras instituições públicas têm tantos gerentes, diretores e gente engomada: eles não vêem nada, não tomam nenhuma providência. E aí, quando os ratos aparecem em close na tela da TV tem que vir Secretária e Governador correndo pra apagar os incêndios e recolher o lixo e a lama.

As duas notícias acima saíram num jornal de Florianópolis, em 1957. Pra vocês verem que não é de hoje que o mundo tá cheio de ladrão e maluco.
(Os recortes foram coletados pela Vera Sayão, fotógrafa compentente que agora, pelo jeito, está estudando história).

Movimentação da Planam, empresa que
criou a máfia dos sanguessugas, segundo a PF

De ambulância em ambulância essa praga
vai embolsando o nosso rico dinheirinho...

sexta-feira, 28 de julho de 2006

SEXTA

NATUREZA ESTRESSADA
A foto acima foi tirada ontem de manhã aqui perto de casa. A coitada da árvore estava achando que já era primavera ou verão e se floriu toda. Mas aí olhou no calendário, viu que era julho e as flores começaram a cair. Provavelmente na semana que vem ela frutifica. Ou caem as folhas. Tem uma amendoeira que só esta semana ficou com as folhas vermelhas (como deveria ter ficado no outono) e agora vão começar a cair. Se a gente fosse capaz de conversar com as plantas e as árvores notaria que as pobres estão completamente estressadas com esse tempo maluco, sem saber direito o que devem fazer. E nós, que criamos essa situação com nossa gasolina, nossas queimadas e outras sandices, fazemos de conta que não temos nada com isso.

ATO IMPENSADO
Comentei, há alguns dias, sobre um repórter que, quando teve sua matéria vetada pelo editor, enviou e-mail para uma porção de gente acusando o jornal de censura comercial.

Eu disse, naquele dia: “A divulgação não autorizada de texto redigido por um funcionário ou funcionária, numa redação de jornal, configura grave quebra de confiança e dependendo do contrato de trabalho, justifica demissão imediata”.

Ontem me contaram que o autor do “protesto” foi demitido pelo jornal. Mas quem me deu a notícia estava achando que a pena foi muito severa. “Afinal ele é muito jovem, não pensou direito, não mediu as conseqüências”, argumentou minha amiga, morta de pena da criatura demitida. É claro, ficar sem emprego num país como o nosso não é pouca coisa.

No jornalismo, como em tantas outras profissões, é saudável que jovens inexperientes convivam com os veteranos. Mas a forma como as empresas têm se organizado faz com que as redações fiquem com excesso de jovens jornalistas inexperientes (são mais baratos) e muito poucos sujeitos mais vividos (são mais caros).

Se o jovem deste caso aí tivesse um colega de cabelos brancos com quem pudesse trocar uma idéia, talvez ouvisse as palavra mágicas (“vai dar merda!”) e até algumas histórias sobre como agiram em outras situações semelhantes. E o desfecho poderia ter sido outro.

ATO PENSADO
[E por falar em jornalismo peço licença para transcrever aqui o comentário que fiz ontem na rádio Som Maior Antena 1 de Criciúma e na Rádio Clube de Lages.]

Hoje não vou falar sobre política. Pelo menos não sobre política partidária. falarei sobre esta nossa nobre, incompreendida e sempre admirada profissão de jornalistas. Os jornalistas ocupam, na sociedade, lugar de destaque. Sempre foi assim, desde o tempo em que, nas pequenas vilas medievais, o arauto vinha de longe e reunia o povo para contar as novidades.

Todos nós gostamos de saber o que acontece à nossa volta. Informar-se é uma necessidade vital, tão importante como matar a sede e alimentar o corpo. O ser humano não consegue se isolar completamente. Sempre quer saber o que ocorre ao seu redor. E cabe aos jornalistas manter abertas as janelas por onde podemos todos espiar para fora. Por ali conseguimos ver o buraco das ruas, os engarrafamentos mais adiante, saber da guerra acolá e das últimas do Lula.

Pois a última do Lula foi o veto integral de um projeto, aprovado no Congresso, que complementava a regulamentação da profissão de jornalista. Não sei por que, ou sei mas prefiro fazer que não sei, as empresas jornalísticas, que vivem do que os jornalistas fazem, odeiam qualquer tentativa de organização dos jornalistas. É sacrilégio falar em dotar os jornalistas de uma carreira. É pecado mortal tentar estabelecer regras mínimas para o exercício profissional.

A artilharia contra quem quer que pretenda defender a qualificação da profissão e do profissional é tamanha, que muitos colegas têm até medo e vergonha de dizer que têm diploma de jornalista. Muitos ficam quietos e acuados em momentos como este, em que o presidente-candidato, atendendo a seus marqueteiros, toma uma decisão demagógica e eleitoreira. Tão demagógica quanto a redução da multa por excesso de velocidade.

Não que se tenha muito o que fazer ou dizer. Mas, pelo menos, não se deveria deixar de dizer: senhor presidente-candidato, sinto muito, mas na minha opinião esse veto foi uma enorme, monstruosa e agressiva idiotice.

NOSSOS COMERCIAIS
Na Som Maior Antena 1, a FM líder de audiência em Criciúma, faço comentários no programa do Adelor Lessa, de manhã cedo, por volta das 8h e no programa Última Edição, no final da tarde, por volta das 18:30. Na rádio Clube de Lages, a AM que é líder há 60 anos, o comentário é por volta das 12:30. E na Rede TV Sul (aquela que tem o Festival de Dança e o Pânico na TV) o comentário é dentro do jornal Notícias do Sul, que começa às 12:30.

Para ver e ouvir pela internet: www.antena1criciuma.com.br e www.tvip.tv.br (neste endereço dá pra ouvir a rádio Clube e ver a Rede TV Sul).

TEFLON NA CARECA
O primeiro pedido de resposta da atual campanha eleitoral foi do ex-secretário de segurança do governo LHS, Ronaldo Benedet, que se sentiu ofendido pelo que disse Esperidião Amin numa entrevista à rádio Som Maior Antena 1 de Criciúma no dia 21. Mas não colou, porque o TRE negou o pedido.

O juiz não viu ofensa no que o careca falou:
“O que desfavorece isso é a politicagem, é nomear deputado, suplente de deputado, para secretário de Segurança. É ter delegado da maior cidade de Santa Catarina, Joinville, delegados que têm mandato, e mandato de partido da base do governo, preso e condenado”.
ANOS EM FESTA
Com atraso uno-me a todos os leitores e leitoras do DIARINHO nos parabéns ao colega JC, aqui da página 2, que há dois anos cumpre a espinhosa tarefa de comentar a política local. E ainda nos ilustra com as fotos das ambulâncias superfaturadas. Parabéns, amigo, e sucesso crescente. Como disse, o JC merece todas as homenagens, porque é muito mais difícil falar do político municipal do que do estadual. Sempre se corre o risco de encontrar o cara na padaria.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

QUINTA

Nota do editor: para evitar problemas legais, vou adotar, aqui, a mesma providência que muitos blogs já adotaram (inclusive eu próprio, no meu antigo blog, o Carta Aberta), que é avisar aos comentaristas, em especial aos comentaristas anônimos, que nem tudo pode ser dito. Pela simples razão que, em princípio e para todos os efeitos, o responsável por tudo o que vocês escreverem nos comentários sou eu. Assim, o texto abaixo será depois colocado ali ao lado e ficará lá, como uma espécie de norma de convivência com os comentaristas. E uma garantia, ainda que débil, para o caso de alguém resolver me processar por algo que eu não tenha efetivamente escrito.

ADVERTÊNCIA

O sistema de comentários está à disposição dos leitores do “De Olho Na Capital” exclusivamente para a publicação de opiniões e comentários relacionados ao conteúdo deste blog. Todo e qualquer texto publicado na internet por intermédio do referido sistema não reflete, necessariamente,
a) a opinião deste blog ou de seu autor ou
b) a opinião do autor do sistema de comentários.

As opiniões e informações publicadas no sistema de comentários são de exclusiva e integral autoria e responsabilidade dos leitores que dele fizerem uso. O autor deste blog reserva-se, desde já, o direito de excluir comentários e textos que julgar ofensivos, difamatórios, caluniosos, preconceituosos ou de alguma forma prejudiciais a terceiros. Textos de caráter promocional ou inseridos no sistema sem a devida identificação do autor (nome completo e endereço válido de e-mail) também poderão ser excluídos.

=============================

CRISE DE IDENTIDADE
Amiga minha, leitora da coluna, que nem é loira, contou-me ontem que ficou uns minutos intrigada por que diabos, no estacionamento do Centro Administrativo do Governo, tinha tanto carro com adesivos de um tal de Geraldo. “Puxa, esse candidato a deputado deve ser forte mesmo...” pensou ela. Claro que logo depois caiu a ficha. Mas que sempre rola uma confusão básica, lá isso rola. Eu também acho muito estranho, quando entro no site do candidato e leio Geraldo pra cá, Geraldo pra lá, Geraldo isso e Geraldo aquilo. Nos jingles (as musiquinhas da campanha) é ainda pior, porque o Geraldo é cantado com um ô bem comprido no final: Geraldoooo.
Deve ser por isso que o Alckmin não decola nas pesquisas. Não tem nenhum cartaz com o nome dele...

OBRA EMBARGADA
Na coluna de ontem citei meu amigo Moacir Pereira e fiz alguns comentários sobre a obra embargada de um shopping na capital. Como somos leitores um da coluna do outro, ele me ligou para conversarmos sobre o assunto e ver se temos de fato alguma discordância ou se pensamos da mesma forma.

Acho que, no fundamental, estamos de acordo: se um empresário age de boa fé, vai atrás de todas as permissões, autorizações e alvarás, paga as taxas, emolumentos e impostos, começa sua obra e a alturas tantas alguém acha que tem irregularidades nos alvarás concedidos, é preciso ir devagar com o andor.

Não tem sentido privar a cidade de uma fonte de empregos importante porque alguma autoridade municipal ou estadual não fez seu trabalho direito. Quando a gente recebe uma autorização para construir, imagina que seja uma autorização mesmo. Não um “quem sabe, talvez, vai tocando que depois a gente vê”. Não dá pra trabalhar assim.

E se não vai demolir a obra, se não vai colocar tudo no chão, não adianta ficar criando empecilhos, protelamentos e embargos. Até porque, no ponto em que o shopping Iguatemi (ex-Santa Mônica) se encontra, parece mais útil para a cidade e para a cidadania de seus habitantes, colocar gente na cadeia (provavelmente quem autorizou o que não poderia ter autorizado) do que impedi-lo de funcionar.

SC, CAPITAL LAGUNA
O governo do estado será instalado provisóriamente em Laguna nesta sexta (28), como parte do aniversário (330 anos) da cidade. O Dr. Moreira vai aproveitar a data para homenagear a Associação Catarinense de Imprensa (presidida pelo Moacir Pereira), com a medalha Anita Garibaldi. A honraria comemora o bicentenário de Jerônimo Coelho e os 175 anos da imprensa catarinense.

O governador cumprirá agenda de inaugurações na cidade, que será capital do estado por um dia.

O POVO NO PODER
Como conseqüência natural, depois de tomar posse, o diretor comercial eleito pelos funcionários da Celesc vai debater como estruturar sua diretoria num seminário com 200 participantes, todos empregados da empresa. Se fosse o P-SOL ou o PSTU que estivesse à frente da estatal, a gente talvez nem se surpreendesse com esse romântico e saudoso “revival” socialista. Mas estamos falando de uma empresa que tem ações na bolsa de valores, o que a torna radicalmente capitalista. Vai ver estão tentando achar uma terceira via, nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

PDT TAMBÉM VAI
O TRE-SC tinha multado o Manoel Dias, candidato do PDT ao governo, por propaganda fora de época. Nos programas partidários foi apresentado o currículo do Maneca e ele foi mostrado como “um exemplo de luta e coerência” (praticamente todos os partidos fizeram o mesmo). Só que agora o procurador federal eleitoral quer estender a multa ao PDT. Acha que o partido também é responsável.

EMPERRAMENTO
Na segunda-feira o secretário que tem a chave do cofre vai se reunir com os secretários que tem concursos realizados nas suas áreas, pra ver se dá pra chamar alguém. Como a coisa está a conta-gotas, é bom os classificados nos concursos, que estão esperando há dois anos pelas vagas, não se animarem demais.

Cálculos mais otimistas estimam que serão chamados 300 na polícia civil e uns 90 na educação (assistentes de direção).

A GUERRA DA SECA
No bombardeio de ontem, o governo do estado anunciou que colocou cerca de R$ 100 mil em cada uma das 20 secretarias regionais que estão em áreas de emergência. A grana será repassada aos municípios “sem burocracia”. A alfinetada é no governo federal, que diz que não deu ainda pra mandar o dinheiro porque o estado não cumpriu os requisitos e nem preencheu os formulários. Daqui a um mês, o Dr. Moreira vai ordenhar o Fundo Social pra ver se saem mais outros R$ 2 milhões.

REMENDOS LOCALIZADOS
A língua é uma coisa elástica, que se presta aos mais diversos malabarismos. A meia-sola nas estradas da Ilha ganhou, de uns tempos para cá, a pomposa denominação de “revitalização de rodovias”.

Pois agora, a operação tapa-buracos está sendo chamada de “fase de remendos localizados”. Não é uma maravilha?

O governo anunciou exatamente desta maneira, sem tirar nem por, as novidades:
“Já estão em fase de remendos localizados as obras de revitalização do pavimento asfáltico das SCs 404, 405 e 406”.
LHS TEM PRESSA
Dizem os velhos sábios em ciência política que segundo turno é segundo turno e primeiro turno é primeiro turno. Ciente disso, ontem o LHS fez um apelo a seus militantes e companheiros de chapa que passem sebo nas canelas e ponham o pé na estrada: “só assim ganharemos a eleição ainda no primeiro turno”. Tem razão o candidato. Quem tem segundo turno, tem medo. Melhor resolver no primeiro.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

QUARTA

SUBSTITUIÇÃO AOS 44 MINUTOS...
Na foto acima, a partir da esquerda, a nova Secretária de Estado do Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda, professora Zuleika Mussi Lenzi, o Dr. Moreira, o Sussu (ou seria Suçu?) Pereira (também conhecido como Içuriti), que foi o secretário interino e o grande Fenelon Daminani, dono da voz de veludo que acaricia os ouvidos oficiais nas solenidades. Isso foi ontem à noite, no Centro Administrativo, na concorrida posse da secretária. Quando acabou aí, a Zuleika foi pra secretaria (na Av. Mauro Ramos, no centro da cidade), onde os servidores a receberam com um coquetel.

Estão todos muito animados com a nova secretária, mas uma servidora de carreira resumiu bem o espírito da coisa: “é muito bom ter uma pessoa que conhece a área, que sempre foi muito ativa e preocupada, mas o que a gente não entende é por que demorou tanto. Isso devia ter acontecido há três anos e meio.” Os servidores já estavam achando que só quando mudasse o governo eles teriam um pouco de atenção e chefes que não estivessem apenas preocupados em usar os recursos públicos para sua campanha política. E fora os fantasmas, que tinha em todo canto.

SOBE E DESCE
O Ibope divulgou ontem no Jornal Nacional uma nova pesquisa de intenções de voto para a presidência da república. Geraldo continua crescendo (chegou aos 27%), Lula não tem do que se queixar (44%). A dona Heloísa se mantém (8%). E no segundo turno (se tiver), Lula continua ganhando, mas por uma diferença menor: 48% a 39%, quando em junho era 53% a 31%.

A NOSSA GUERRA
Ontem aqui em Florianópolis continuou o tiroteio. Parece que a gente está no Líbano. De um lado, o governo federal, explicando que o dinheiro federal para aliviar os efeitos da seca ainda não chegou por causa do governo estadual. Do outro, o governo estadual, explicando que o dinheiro ainda não chegou por culpa do governo federal.

Um lado atira bombas, granadas, mísseis e pedras no outro. No meio, ou embaixo desse bombadeio, estão os produtores rurais, principalmente do oeste, amargando seu terceiro ano consecutivo de seca. Seca completa e total: na conta do banco, no bolso, na lavoura e na criação de animais. E os governos, sem se acertar, fazendo uma briga que tem todo o jeitão de ser uma guerra eleitoral.

O governo federal diz que não mandou o dinheiro porque o governo estadual não entregou os documentos necessários. E o governo do estado afirmou, ontem à tarde que não entregou os documentos porque não teve nenhum pedido por escrito, só em reuniões e por telefone.

Aí o governo federal diz que não mandou o dinheiro porque, no meio da história, o governo estadual pediu pra reduzir a verba. É que o estado tem que entrar com uma parte, a tal da contrapartida e como o caixa estava meio vazio, disse que era bom maneirar o tamanho da ajuda federal.

Bom, com isso o governo do estado ficou brabo resolveu acabar com a brincadeira: lança hoje e amanhã, no oeste, um plano de socorro por conta própria. Vai colocar alguns milhões na roda imediatamente (mas não deixou claro quanto). E aproveitar, naturalmente, para descer o cacete no governo Lula um pouco mais.

É como já dizia minha Tia Tinoca: meu filho, em briga de grande quem sofre é sempre o pequeno.

DERRUBAR OU NÃO?
Meu amigo jornalista Moacir Pereira, dia desses, se indignou com o embargo da obra do shopping Santa Mônica (que agora parece que é Iguatemi), meio que dando a entender que não tem cabimento mandar demolir o que já está quase pronto.

Pensei sobre o assunto e cheguei à conclusão que, ao contrário dele, acho que se a coisa tiver sido construída ao arrepio da lei, tem que ser demolida mesmo, não importa em que estágio esteja. Se metade do shopping está em terreno da União e outra metade em área de preservação e se as licenças foram obtidas fraudulentamente, põe na chon.

Mas se o construtor tocou a obra fiando-se em licenças dadas por autoridades incompetentes, então põe na cadeia as autoridades e larga o pé do construtor. Né não?

NOSSO REPRESENTANTE
Agora é oficial: Santa Catarina tem mesmo um deputado envolvido no escândalo dos sanguessugas. O deputado Adelor Vieira (PMDB) foi notificado ontem pela CPI e terá que apresentar defesa escrita até agosto (ele e mais 89 colegas). Ah, e o PT perdeu a virgindade: tem dois na roda.

O PP SE DIVERTE
Circula por aí um e-mail com um trecho de um discurso do senador Jorge Bornhausen (PFL) criticando o mensalão e a compra de apoio de partidos para formar a base do governo Lula. E um pessoal do PP escreveu que é só trocar as referências ao PT e a Lula por PMDB e LHS, para ficar direitinho a situação catarinense. Trata-se, é claro, de uma alfinetada no PFL, a quem acusam de ter casado com o PMDB por interesse.

CASA CHEIA – Ontem, para minha surpresa, encontrei o plenário da Assembléia Legislativa cheio de... deputados. Tá certo que a “convocação” do governo para que a sua base fosse até lá para aprovar o tal de “Revigorar” (uma espécie de fortificante de final de ano, que dá uma forcinha pros caloteiros) levou muita gente. Mas, de qualquer forma, até deputados que aparecem pouco no serviço estavam lá. Deve ser o efeito TVAL. Como quase todos são candidatos à reeleição, eles fazem qualquer negócio pra aparecer na TV. Até encarar uma sessão extraordinária. Acho que mesmo que fosse ordinária eles iriam. Ainda mais agora, que só tem sessão no começo de agosto, pra votar a LDO.


Update das 9:30: alguém fez um comentário ali no espaço de... comentários e como eu sei que nem todos abrem aquele troço, puxo para cá, juntamente com a minha réplica.
Anonymous said... Ora, Cesar! Se eles lá não estivessem, você estaria malhando. E estando presentes, também levam malho!
Assim fica difícil convencer o pobre eleitor que alguém possa merecer seu voto.
Cesar said... Caro anônimo: de fato, ao reler percebi que generalizei a crítica. Tem uma boa parte que trabalha normalmente, é assídua e realmente sabe o que faz. E tem uma pequena parte que só está lá por causa da TV. Na nota, essa distinção não aparece, o que é injusto para com aqueles que fazem por merecer os votos que receberam. E acaba diluindo a responsabildade daqueles que habitualmente matam o serviço.

terça-feira, 25 de julho de 2006

TERÇA

Acima a capa da Ediçãozinha Extra do Diarinho Sports que circulou ontem, com a notícia da contratação do Dunga.
Esgotou nas bancas em menos de uma hora.
[Molecagem sobre fotos desapropriadas da Internet.
Dunga é marca registrada da Branca de Neve.]


AGORA VAI
O novo técnico da seleção brasileira de futebol, com contrato que vai até 2010 é Carlos Caetano Bledorn Verri, um gaúcho de Ijuí, com 42 anos que nunca foi técnico. Mas foi jogador. E jogou na seleção, o que parece ser suficiente para garantir que venha a ser um técnico compentente. Na seleção Carlos Caetano era facilmente reconhecido pelo corte de cabelo a escovinha. Nas horas vagas atuava no cinema, TV e teatro, como um dos sete anões que acompanhavam a Branca de Neve no seu show de variedades.

BRIGA DE GENTE GRANDE
Quando eu era pequeno (já entrei no espírito da era Dunga) ouvia uns disquinhos com historinhas infantis e tinha uma que me impressionava muito porque terminava mais ou menos assim: “vamo embora, porque em briga de grande quem sofre é sempre o pequeno”.

Senti-me da mesma forma quando li a extensa nota com que o Ministério da Integração Nacional jogava no governo do estado a culpa pela demora na liberação de recursos para aliviar os efeitos da seca em SC.

Alega o governo federal que o governo do estado não foi ágil, nem competente e nem teve pressa (usou até a velha desculpa de que o correio sumiu com a papelada). Certamente para poder, na campanha, dizer que o dinheiro não chegou a tempo.

Seja qual for o motivo, tenha ou não tenha componente de campanha eleitoral envolvido, o fato é que a grana de emergência demorou. O pequeno, portanto, já sofreu e continua sofrendo. Os grandes continuam a duelar, atirando pedras para lá e para cá, e o pobre do eleitor tem que correr pra sair de baixo.

SUPERSTAR DA CELESC
Vocês viram o noticiário, por muitas semanas, sobre a escolha do novo diretor comercial da Celesc? Teve mais notícia do que eleição de deputado. Teve campanha, voto, debates e agora uma festança para a “diplomação”, digo, posse.

Que moda é essa? Pra que tanta firula para escolher um executivo? Ah, mas aí o povo da Celesc enche a boca “é o primeiro diretor eleito pelo voto direto dos empregados”. Por que um executivo de empresa tem que ser escolhido pelos seus pares?

O Ximenes não vai gostar, mas alguém tem que dizer que transformar a escolha de ocupantes de cargos técnicos, mesmo que de escalão superior em ato pretensamente político deixa no ar um suave aroma de demagogia. E cria complicadores para o bom funcionamento da empresa.

Quer ver? Digamos que o novo diretor (a quem não conheço e que provavelmente deve ser capaz e merecedor de todos os elogios que lhe fizeram) pise na bola (acontece nas melhores famílias) e precise ser substituído. Naturalmente, o presidente da Celesc não poderá demití-lo assim, sem mais nem menos. Afinal, quem ascende nos braços do povo tem o povo a respaldá-lo e não será qualquer um que o retirará da função. Será preciso colocar em votação a substituição do diretor? Como ter agilidade nas decisões se os diretores são irremovíveis e, por serem eleitos, não respondem ao presidente?

ESQUERDA MILIONÁRIA
O site Congresso em Foco fez as contas dos bens dos candidatos da região Sul e chegou à conclusão que “a esquerda tem maior patrimônio que a direita”. E justifica essa classficação porque os candidatos mais ricos são de partidos que antigamente até seriam chamados de esquerda: PSB, PDT, PV, PPS e PT.

Santa Catarina tem o candidato a cargo majoritário mais rico dos três estados do Sul do País: o empresário Antônio Carlos Sontag, candidato a governador pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), que declarou bens no valor de R$ 11,4 milhões. Alguém aí tem a menor ilusão quanto ao fato do Sontag ser de esquerda? Ou o PSB ser de fato um partido socialista?

De qualquer maneira, ninguém, dentre os candidatos, chega nem perto da fortuna desse gaúcho de Três Passos, dono de uma empresa de vigilância onde, até onde sei, não se praticam os princípios da socialização dos lucros e da administração participativa. Pergunta pro Sontag se ele tem diretores comerciais eleitos pelos trabalhadores da EBV, que nem a Celesc anda fazendo?

Só os carrões declarados pelo Sontag (uma BMW de R$ 163 mil, um Chrysler de R$ 190 mil e uma Pajero de R$ 150 mil) valem mais do que todos os bens somados de todos os 12 candidatos majoritários de cinco pequenos partidos (PCO, PSL, PSTU, PRP e PRTB). E vai gastar R$ 3 milhões na campanha socialista.

PT BATE NA HELOÍSA
O presidente do PT mostrou que a pequenina Heloísa Helena está mesmo incomodando os lulistas. Ontem ele disse que a candidata do P-SOL faz gênero, “vende uma imagem diferente da que tem”.

Berzoíni não disse quais são as informações que ele tem que comprometem a Heloísa, mas deixou no ar a suspeita. E, é claro, acusou a imprensa de ser parcial ao dar corda para a senadora.

Disse também que a imprensa está sendo injusta com o ex-ministro da saúde Humberto Costa, “porque tudo começou na gestão do Serra”. Só que o chefe da máfia dos sanguessugas, nos seus depoimentos, não falou o nome do Serra, mas falou o do Costa.

Quanto à Heloísa, é claro que se ela continuar crescendo, teremos que olhar com mais atenção para o que ela diz que quer fazer e como diz que vai fazer. E se tiver que levar cacete, vai levar. O que não dá é pra ficar achando que tem um complô pra emporcalhar o PT. O PT já demonstrou que não precisa da ajuda da imprensa para isso.

DISTÂNCIA DO VERMELHO
Já que estamos falando do PT: no novo comitê de campanha do Lula e no site do candidato, o vermelho da bandeira do partido foi substituído pelas cores da bandeira brasileira. Ajuda a separar, aos olhos do eleitor, o Lula do PT. Lula é azulzim, verdim, amarelim e branquim. O partido continua vermelhim, mas mais longim.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

SEGUNDA

O Geraldo esteve em Santa Catarina no final de semana mas pouca gente viu, porque um tal de Alckmin insistia em aparecer nas fotos ao lado do LHS. Não sei não, mas essa estratégia dos marqueteiros tucanos, de querer que a gente chame o candidato deles de Geraldo, achando que Alckmin é muito complicado pro povo, mais atrapalha que ajuda. Vai que o pessoal ache que são mesmo dois candidatos?

ORDEM NA CASA, AFINAL
As gestões do PDT na Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Trabalho e Renda (com os deputados Godinho e Cezar Cim) deixaram uma situação de terra arrasada. Servidores debandaram, os que ficaram perderam o ânimo, os programas sociais foram utilizados de forma equivocada, o Ministério Público foi acionado e a imagem de Santa Catarina junto aos órgãos do governo federal que cuidam da área social, nunca esteve tão por baixo.

Mas amanhã, às 18h, assume como secretária a professora Zuleika Mussi Lenzi, com a tarefa de cuidar dos problemas mais urgentes, para colocar, nos meses que restam, ordem na casa. “O secretário interino, o Içuriti, já começou a tratar dos casos mais graves, recolheu os carros e encaminhou várias providências”, disse a professora. No dia seguinte à posse ela vai a uma reunião do governo federal, em Palmas, TO, para começar a tomar pé da situação das verbas e programas que a secretaria gerencia aqui no estado, como o Sine.

Perguntei a ela se iria demitir os comissionados fantasmas que ainda assombram o prédio da secretaria e ela me disse que talvez nem seja preciso: “acho que eles já se demitiram”.

Zuleika Lenzi é peemedebista com uma vida partidária ativa e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher.

LULA CANDIDATO
Parece meio estranho, mas oficialmente o primeiro discurso de Lula como candidato à reeleição foi no sábado, num lugarejo chamado de Brasília Teimosa, em Pernambuco, seu estado natal. Os discursos anteriores não eram de candidato.

Lula usou o teleprompter (coisa que ajuda a ler o discurso sem precisar abaixar a cabeça), mas improvisou uma frase o outra e aí deu a entender que se sente agredido injustamente pelas acusações de falta de ética e vai dar o troco.

O PROBLEMA DO PT
Desde que começaram os escândalos na base do governo, o PT e seus dirigentes optaram por uma linha de defesa completamente torta (a meu ver): tipo assim “todo mundo faz, quem nunca roubou que atire a primeira pedra”. E se sentem ofendidos por causa dessas “acusações sem fundamento”, como se cada vez que a gente falasse nos desvios de conduta de Delúbio, Marcos Valério e tantos ourtos, estivesse mentindo para a população. Só porque outros partidos, quando estiveram no poder, fizeram igual ou pior, o PT e Lula não querem que a gente fale nisso. Pra não falar seria preciso que a roubalheira não tivesse acontecido. Mas aconteceu.

CANDIDATOS QUERIDOS
A história política recente do Brasil tem vários exemplos de polítcos que “todo mundo” acha ou achava o máximo. Honestos, decentes, trabalhadores, um exemplo para o País. Mário Covas era um deles, Ulysses Guimarães, outro, e, de certa forma, também Brizola. E todos esses, quando foram candidatos a presidente, receberam votações insuficientes.

Parece que é o que vai acontecer com a queridinha do momento, a senadora Heloísa Helena, que está recebendo tantos afagos. “Todo mundo” gosta dela (menos, é claro, os bancos e investidores internacionais), mas na hora de votar...

RESPONDA RÁPIDO
E se na hora do voto aparecesse só o nome da coligação, tu saberias em quem votar? Tá lá “A força do povo”, ou “Por uma nova Santa Catarina”, ou “Frente de esquerda”, ou “Salve Santa Catarina”, ou ”Todos por toda Santa Catarina” e agora?

Pois então, vou te ajudar: “Força” é Fritsch (PT); “Por uma nova” é Sontag (PSB); “Frente” é Fachini (PSOL); “Salve” é Amin (PP) e “Todos por toda” é Luiz Henrique (PMDB). Como é coligação tem outros partidos envolvidos na composição da chapa.


ADIVINHAS TURÍSTICAS
Atenção para o resultado do fantástico concurso turístico da coluna do final de semana. Mostrei três fotos e fiz três perguntas, esperando que todos corressem para responder. Mas acho que o prêmio (um abraço, um aperto de mão ou um beijo, conforme o caso) não entusiasmou, porque só recebi poucas respostas, todas completamente erradas.

Mas vamos ao resultado do teste (quem não viu o jornal do final de semana pode olhar a miniatura das fotos, aí em cima e aqui no blog é só rolar a tela pra ver mais embaixo as fotos grandes e as perguntas):

1. O nome da montanha atrás da bicicleta é Morro da Boa Vista, que tem uns 900 m de altura e orna o horizonte de Jaraguá do Sul.

2. O rio que aparece na foto é o Itajaí-Açu, na beira da BR 470, entre Blumenau e Rio do Sul, já na região conhecida como “alto vale do Itajaí”.

3. A igreja da foto é a catedral diocesana de Lages, construída entre 1912 e 1921. E por causa do Frei Rogério Neuhaus, lendário franciscano conhecido como “missionário do planalto catarinense” falecido em 1934, o nome masculino mais comum em Lages é... Rogério. Praticamente todo mundo tem Rogério no nome.

Conforme for, semana que vem eu faço mais um concurso turístico.

sábado, 22 de julho de 2006

SÁBADO E DOMINGO

O MENINO ARTEIRO QUER ATENÇÃO
Já notaram que o Lula agora deu pra fazer gracinhas no meio de chefes de estado estrangeiros, na hora da foto? Dá olhada nessas duas fotos e nota que os demais presidentes e primeiros-ministros estão posando normalmente e o Lula está aprontando alguma. A grande pergunta é: será que os colegas do Lula entendem a piada, que ele provavelmente faz em português? Razão tem o Fidel Castro, que não nasceu ontem, ao olhar para o Lula com a cara de quem está pensando: “esse Luliña não toma jeito...”


VIVA ITAJAÍ
Tenho que ficar de olho na capital, mas não resisto a dar uma olhada na terra deste nosso querido DIARINHO: Itajaí teve o melhor desempenho na arrecadação de impostos federais em 2005 entre as cinco maiores cidades catarinenses. Ninguém é bairrista, mas creio que vocês estejam comemorando o fato de Itajaí ter passado Blumenau (que tá meio caidinha, coitada) e agora é a terceira maior arrecadação federal do estado. Parabéns, pagadores de impostos peixeiros.

DEVAGAR COM O ANDOR

O governo do estado suspendeu ontem, à última hora, o lançamento de alguns produtos turísticos, como portais, mapas, roteiros, etc. Não quis arriscar que o material fosse considerado, pela Justiça Eleitoral (e pelos adversários), como propaganda.

MULTIDÃO CIENTÍFICA
A reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência que foi realizada na UFSC, teve 8 mil inscritos (mais uns 2 mil na SBPC jovem) e foi coberta por 54 veículos de comunicação, que credenciaram 230 repórteres, cinegrafistas, etc.

Só que no meio de toda essa enormidade e modernidade, alguém esqueceu dos jornais e revistas: as fotos colocadas à disposição da imprensa não tinham resolução para serem usadas em jornais e revistas. A menos que a gente quisesse utilizá-las pequenininhas como esta ao lado.

CONSPIRAÇÕES
O jornalista Paulo Henrique Amorim (na fotinha) esteve na SBPC, numa mesa redonda sobre “O poder da imprensa e os seus limites”. Meu amigo Orlando Tambosi conta que ele fez um surpreendente discurso chapa-branca. O colega Amorim enxerga nas notícias que a imprensa publica sobre Lula e o PT, uma conspiração para “abreviar o mandato do presidente Lula”. Mensalão, dinheiro na cueca e outras mazelas fazem parte da busca desenfreada de pretextos para o impeachment. Pode?

ADIVINHAS TURÍSTICAS
DE FINAL DE SEMANA

Este é mais um daqueles concursos em que o prêmio é apenas um abraço e um aperto de mão (ou até um beijo, se for o caso). Veja as fotos abaixo: saí de manhã do lugar onde está a bicicleta , passei por aquele rio ali e cheguei ao meio-dia na praça onde tem essa igreja, coitada, espremida por um prédio modernoso.

As perguntas são:
1. Como é o nome da montanha atrás da bicicleta?
2. Como é o nome do rio?
3. Qual é o nome masculino mais comum na cidade dessa igreja?

É tudo em SC. Respostas para o e-mail da coluna. Ah, como sempre, para abrir uma ampliação das fotos é só clicar sobre elas.

sexta-feira, 21 de julho de 2006

SEXTA

DE MÃOS DADAS – O candidato a governador da coligação “A turma toda contra o Amin”, Luiz Henrique, assistiu emocionado ao espetáculo de abertura do Festival de Dança de Joinville, de mãos dadas com a D. Ivete (d) e com o seu candidato a vice, Leonel Pavan (e). O Festival é uma espécie de filho do LHS.

PFL CONTRA-ATACA
O recado duro que o PFL estadual mandou aos vereadores que estavam ensaiando apoiar Amin já deu resultado. O vereador Jacinto Bet, de Lages, pediu sua desfiliação e vai mudar para um partido onde apoiar Esperidião não seja proibido.

E o vereador de Camboriú (Alcione teixeira) puxou o freio de mão e pediu pra conversar com a chefia do PFL.

DESCAMINHO
Faz tempo que falo, aqui, sobre a absurda impunidade daqueles vendedores de DVDs piratas no centro de Florianópolis. Agressivos e donos do campinho, acostumaram-se com a boa vida e anteontem, quando a fiscalização resolveu dar uma dura, eles não se intimidaram, reagiram agredindo os Guardas Municipais, ferindo um deles com um paralelepípedo.

PETISTA ILUSTRE

Transcrevo trecho de uma nota do blog do Noblat:
“Sabe o que é um sujeito folgado, espaçoso e que não está nem aí para nada que não lhe seja conveniente? Esse é o Bruno Maranhão, líder do MLST. Ainda no aeroporto de Brasília, ele furou a fila de passageiros para embarcar no vôo 1810 da GOL com destino ao Recife. (...)

A bordo do avião, atrapalhou mais de uma vez o trabalho das comissárias por se levantar com freqüência para conversar com amigos durante o vôo.
Nos últimos 20 minutos de viagem, plantou-se com um amigo perto da cabine do comandante de vôo e, só de meias, jogou conversa fora até a hora de voltar ao seu assento.”

E O MANUAL DO ELEITOR,
NÃO VAI TER?


Pois então, esta época é comum encontrar manuais para candidatos, manuais para partidos, manuais de propaganda eleitoral, etc e tal. Mas não é fácil, nunca foi, encontrar um mapa, um roteiro, um manual que nos ensine a ser os eleitores exemplares que todos gostaríamos de ser.

Votar todo mundo sabe: é só apertar uns botões, conferir se o que aparece na tela é mesmo o que a gente escolheu e pronto. Mas todo o processo anterior é muito complicado.

Nem sei se todos vocês têm as mesmas preocupações que eu, mas no momento o que me aflige é o fato que tem tanto deputado envolvido com tanta coisa que acho que não posso ter certeza se o meu candidato também não tem, no seu passado e no seu currículo secreto, uma corrupçãozinha qualquer. Ou se planeja, nos próximos anos, enfiar o pé na jaca.

SEM FRONTEIRAS

Embora eu seja brasileiro e tenha vivido praticamente toda a minha vida no Brasil, meu primeiro contato direto e pessoal com a corrupção aconteceu no México, no final da década de 70.

Amigos mexicanos foram me levar ao centro da cidade do México, de carro e explicaram que sempre levavam, separado, algum dinheiro para a propina do guarda de trânsito. Um suborno básico e tabelado que permitia estacionar em fila dupla ou em locais proibidos.

Quando o guarda se aproximou, imponente com seus óculos rayban e jaqueta de couro com gola de pele, imaginei que meus amigos se dariam mal, porque ele tinha toda pinta de ser incorruptível. Pois ele nem conversou: passou a mão na mão estendida do meu amigo e ficou com a graninha. E ficamos em fila dupla, em frente à loja da Varig, em pleno centro da cidade, sem qualquer problema pelo tempo que precisávamos.

APARÊNCIAS ENGANAM

Este episódio me ensinou que não existe “cara de corrupto”, assim como nunca devemos confiar em alguém pela aparência. Dos deputados acusados de participar do esquema de superfaturamento das ambulâncias, ou de maracutaias na construção de hospitais com verbas da Funasa, alguns são respeitáveis senhores, a cima de qualquer suspeita, de quem compraíamos sem medo um carro usado e a quem entregaríamos, sem susto, a guarda de nossa carteira.

Mas, se a alma corrupta e venal não está aparente, se ninguém traz escrito na testa “vende-se”, como saber em quem votar? Cá entre nós, o fato de simplesmente aparecer nos jornais como suspeito, também não é uma grande ajuda, porque nós sabemos como são feitos os jornais. E pode ser que a suspeita não passe disso e que seja um sujeito honrado a quem foram feitas acusações falsas.

DÚVIDA CRUEL
A questão permanece e continua cada vez mais insolúvel: como saber em quem votar? Para presidente, senador e governador o problema não é tão grave, porque são poucos candidatos e se falou e fala muito a respeito deles, do que fizeram e do que farão. Basta um pouco de cuidado e tempo para conseguirmos levantar muitas informações sobre esses candidatos.

Para escolher os nossos candidatos a deputado estadual e a deputado federal é que a coisa fica realmente difícil. Como são muitos, centenas, os jornais falam pouco deles. Não tem como fazer debates. As informações são escassas.

Estou, neste momento, justamente nesta dúvida cruel: como escolher? como saber se aquele sujeito riquinho que se candidata pela primeira vez não vai usar o cargo para favorecer suas empresas, defender seus interesses particulares e ficar ainda mais rico?

Como saber se aquele deputado que quer se reeleger não conseguiu dinheiro para a campanha com alguma maracutaia? além disso, todos os deputados, estaduais e federais, já começam a campanha com grande vantagem sobre os demais concorrentes: têm verba de gabinete, franquia postal, ajuda de gasolina, muitos auxiliares pagos por nós e tantos outros benefícios que ajudam bastante.

Tem até uma campanha por aí que fala “eleja, não reeleja”. Não sei se é a solução. Capaz da gente apenas renovar os corruptos. Colocar ladrões novos e mais entusiasmados no parlamento.

CHEQUE EM BRANCO
O desfecho desta história sem fim é um enigma. E um paradoxo: por mais que a gente desconfie dos políticos, votar é sempre uma demonstração de confiança. Por mais que a gente tenha consciência que precisa duvidar das boas intenções dos candidatos, não tem como ter certeza.

Então, mesmo duvidando, acabamos dando a maior prova de apreço que uma pessoa pode receber: nosso voto. Uma procuração para nos representar. Com plenos poderes de falar em nosso nome. Assinar despesas, iniciar obras, mudar alíquotas de imposto, criar restrições à nossa lberdade ou tornar mais leves as penas dos criminosos.

Não é uma coisa angustiante, difícil e preocupante? ainda mais porque tem muito candidato que acha que com um sorriso, um tapinha nas costas e uma promessa vaga de que vai arranjar um emprego praquele nosso sobrinho malandro, ganha automaticamente a nossa confiança. Agem como vendedores de coisas lindas e caras que a gente sabe que não conseguirão entregar.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

QUINTA

CALOTE COMEMORADO
Vocês, que são pessoas mais experientes já devem ter se acostumado, mas eu ainda me espanto com coisas como essas aí da foto: o prefeito Dário, de mangas de camisa, segura um enorme cheque de R$ 3 milhões, que a Unimed estava entregando. Estão todos felizes e contentes como se a cooperativa médica fosse boa pagadora. Que nada, a Unimed deu calote na Prefeitura desde 1997 e só pagou agora porque ganhou um bom desconto (20%) e um cálculo de pai pra filho do total da dívida.

Em vez dos devedores estarem constrangidos, cabisbaixos, estão festejando o bom negócio, feito às nossas custas e com o nosso dinheiro.

PREJUÍZO NO SÍTIO
O Tribunal Superior Eleitoral mandou suspender a distribuição das cartilhas “Emília e a Turma do Sítio” porque tinham na capa o logotipo do Fome Zero, um slogan e a marca oficial do governo federal, coisas proibidas pela legislação eleitoral. São “só” 40 milhões de cartilhas. Faz as contas aí do tamanho do prejuízo que nós vamos pagar porque alguém “esqueceu” que este é um ano eleitoral.

PFL CONTRA-ATACA
O PFL de Santa Catarina mandou ontem avisar aos vereadores e prefeitos que quiserem mijar fora da pichorra, que podem ir arrumando as malas. Quem inventar de apoiar o PP será convidado a cantar noutra freguesia. O PFL-SC já iniciou o processo de expulsão de um vereador de Camboriú e prepara o de um vereador de Lages.

E o kaiser Jorge Bornhausen disse que não tem medo da queixa que o PT fez ao TSE, “ela traduz o desespero ante a derrota eleitoral que, a cada dia, se aproxima mais”.

AMBULÂNCIAS FATAIS
Nessa história de sanguessugas tá faltando o pessoal do ministério. Pro deputado lucrar, alguém no governo tem que concordar. Ou não?

O mapa do gabinete do Lula já reflete as últimas pesquisas
[Se clicar sobre a foto abre-se uma ampliação]


ESSES JORNALISTAS...
Caiu na minha caixa de e-mail, ontem, uma reportagem que, segundo quem a enviou, tinha sido “censurada no jornal A Notícia”. Diz o texto que acompanha a reportagem que “A matéria não traz revelações bombásticas ou colocará alguém na cadeia, mas, como estava escrita e foi proibida de ser veiculada, é repassada para que todos a saibam”. E explica que “trata-se apenas de uma vingança moral em nome da classe jornalística”.

Quem cometeu este ato impensado certamente não tinha noção do que estava fazendo. E talvez até tivesse a melhor das intenções, mas de boas intenções o inferno está cheio.

A coisa é simples: um erro não justifica outro. Não podemos, só porque achamos que alguém errou, sair por aí fazendo coisa errada. Os jornalistas, embora às vezes se achem acima do bem e do mal, mas devem se submeter, como todos os mortais, às leis, normas e regulamentos.

DESSERVIÇO
A divulgação não autorizada de texto redigido por um funcionário ou funcionária, numa redação de jornal, configura grave quebra de confiança e dependendo do contrato de trabalho, justifica demissão imediata.

Antes de me apedrejar, deixem-me explicar que nem entrei na discussão sobre se o editor de A Notícia que vetou a matéria estava certo ou não, porque o repórter ou a repórter que pretendeu, com seu gesto tresloucado, prestar um serviço à categoria, na verdade estava demonstrando apenas despreparo e amadorismo.

Uma história bem contada sobre o suposto deslize do jornal, informações bem apuradas sobre o que aconteceu e a freqüência com que isso acontece, eventuais danos que a omissão da informação poderia causar, etc, seria muito mais importante para a discussão sobre a imprensa e suas formas de agir, do que a molecagem pura e simples de mandar o texto “censurado” por e-mail para todo mundo.

AVISO AOS LEIGOS
Quem não é jornalista ou não trabalha em jornal não deve ter entendido as duas notas anteriores. E quem é jornalista talvez não tenha entendido minha posição a respeito. Então tomo um pouco mais do tempo e do espaço de vocês para explicar um pouco mais (e, se possível, melhor).

Numa redação que se preze, a coisa que um editor mais faz é jogar texto no lixo. Jornalismo é depuração, ensinam os velhos mestres. Então, vetar textos, suspender reportagens, modificar textos, são coisas corriqueiras e comuns. Nem sempre fica claro, para o repórter, o motivo ou motivos da “derrubada” da sua matéria. Há editores que conseguem trabalhar mais facilmente em equipe, outros menos.

E em algumas situações, como parece ter sido a da tal “denúncia”, o jornal resolveu não entrar em alguma briga ou achou que a reportagem criaria problemas que o jornal não queria ter. E não cometeu, com isso, nenhum crime. Todos os jornais tomam, todos os dias, dezenas de decisões semelhantes. Mesmo este aqui, que entra em muitas brigas, não entra em todas as brigas. E vez por outra reportagens são canceladas, adiadas, refeitas.

Faz parte do jogo, de um jogo profissional que, a partir da assinatura do contrato de trabalho, não pode ser jogado ingenua ou aeticamente. As empresas de comunicação sofrem pressões de inúmeros lados. Todos se acham no direito de puxar a brasa para sua sardinha.

Cabe aos jornalistas entender essa geopolítica empresarial e escolher a melhor forma de agir para defender a informação correta, socialmente relevante e equilibrada.

E nem sempre chutar o balde é a melhor saída.

O TEMPO PASSA...
Esta aí é a capa da revista Placar de 11 de novembro de 1983 (roubei, a foto e a nota, do blog do Juca Kfouri). Parreira tinha assumido a seleção no lugar de Telê Santana e estava indo mal. Ele acabou saindo, foi campeão brasileiro pelo Fluminense em 84 e reassumiu a seleção em 1994.

quarta-feira, 19 de julho de 2006

QUARTA

O “CASO NORTON” AINDA INCOMODA
No último dia 13 escrevi uma longa nota sob o título “O calo de cada um”, onde citava vários assuntos que a imprensa sempre se enche de dedos para tratar. Este era o primeiro deles:
“CASO NORTON – Agora no dia 15 de julho, sábado, o assassinato do colunista social Norton Batista da Silva completa 17 anos sem uma solução. Norton foi “morto com seis tiros exatamente no momento em que Maguila nocauteava Evander Hollyfield”, como relatam, aqui e ali, os jornais. O Ministério Público denunciou seis homens como envolvidos no crime. Mas foram absolvidos por falta de provas.”
Existem vários relatos e algumas lendas envolvendo as matérias feitas a respeito do Caso Norton, como passou a ser conhecido. E no dia do aniversário de 17 anos do assassinato, o caso ganhou mais uma história que tem tudo para, daqui a algum tempo, virar lenda.

O jornal Notícias do Dia, de Florianópolis, publicou uma matéria lembrando o caso na sua edição de final de semana. Não cita o nome dos suspeitos e dos envolvidos, apenas faz um histórico do crime e suas circunstâncias. Mesmo assim, a certa altura do sábado, a direção do jornal teria tomado uma decisão, no mínimo, curiosa: recolher das bancas os exemplares que ainda restavam.

O dono de banca que falou nisso não soube explicar os motivos, apenas que a empresa mandou recolher os jornais depois do meio-dia. E além disso, jornaleiros relatam vendas de até 20 jornais para uma mesma pessoa. Eles achavam que a movimentação teria a ver com os cupons para ganhar um faqueiro ou algum anúncio que teria sido publicado errado.

Na segunda-feira comentava-se, em rodas de jornalistas, que o motivo do estresse era mesmo a matéria sobre o Caso Norton. A direção do jornal teria atendido aos apelos do pai de um dos envolvidos, que ficou incomodado com a exposição, mais uma vez, do caso.

CRIMINOSO(S) IMPUNE(S)
Enquanto o crime continuar sem solução, será inevitável que o assunto volte às páginas dos jornais de tempos em tempos.

Faço um resumo, para quem não conhece o caso: um colunista social famoso, Norton, foi assassinado numa das principais avenidas do centro de Florianópolis, na noite de 15 de julho de 1989. As investigações levaram a um grupo de rapazes, alguns de famílias conhecidas na cidade. Um deles foi defendido pelo atual Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos (que era criminalista de reputação nacional) e teve seu nome retirado do inquérito. Outros chegaram a ser presos por algum tempo. Mas a Justiça considerou que faltavam provas e não aceitou a tese levantada pela polícia no inquérito. Ou seja, o crime continua sem autoria definida.

Mesmo assim, sempre que se fala no crime, algum ou alguns dos citados na primeira denúncia ficam muito incomodados, ainda que, para todos os efeitos, não sejam mais objeto de investigação ou processo. Foi o que provavelmente ocorreu agora e que teria levado o jornal a tomar essa providência inusitada de se “auto-recolher”.

Quando o caso fez 15 anos, em julho de 2004, o colunista Cacau Menezes publicou uma nota, no Diário Catarinense do dia 13/7, em que rememorava, de forma sintética, o caso. Um trecho:
“O crime rendeu amplos espaços na mídia, chegando a ser tema do programa Linha Direta, exibido pela Rede Globo. (...) Na época, após intensas investigações, seis pessoas foram presas e indiciadas em inquérito policial. A investigação, conduzida pelo delegado Renato Hendges, apontou que tráfico de cocaína, roubo de automóveis, seqüestros, estupros, invasões de domicílio, agressões e sessões de picadas em carros e apartamentos estavam por trás de um crime que abalou a opinião pública de Santa Catarina.”
Um crime, portanto, que tem todos os ingredientes para manter o interesse permanente dos leitores e telespectadores, pelo menos enquanto continuar misterioso, impune e gerando fatos pitorescos a cada vez que é relembrado.

NORTON NA LISTA DA SIP
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP na sigla em espanhol) faz o registro sistemático dos assassinatos de jornalistas. O objetivo é acompanhar eventuais pressões contra a liberdade de imprensa.

O curioso, no caso específico do Norton, é que embora ele esteja na lista, muito provavelmente não foi sido morto por causa de sua profissão (os colunistas sociais dedicam-se mais a fazer amigos e elogiar personalidades do que a denunciar e investigar), mas os jornalistas que escrevem sobre o seu assassinato não raro se incomodam.

Norton é citado como um dos 299 jornalistas assassinados na América Latina, entre novembro de 1987 e abril de 2006 (está entre os 29 mortos no Brasil neste período) e consta do site da Unidade de Resposta Rápida do projeto Crimes Sem Castigo Contra Jornalistas, da SIP. O objetivo é exercer pressão para que os crimes sejam esclarecidos e em conseqüência, inibir a violência contra jornalistas.

PROBLEMA ADICIONAL
Ontem o fotógrafo Marco Cezar, autor da foto do Norton que o Notícias do Dia publicou (ao lado) estava irritado com o uso do seu material sem autorização. Ele era fotógrafo do jornal O Estado na época do crime e segundo ele a foto utilizada agora estava no arquivo do jornal e ninguém o procurou para negociar a publicação em outro veículo. Isto só mostra que mexer com o Caso Norton é mesmo uma coisa muito complicada e com enorme potencial de confusão.

============================

BOLSHOI NA RODA
A denúncia do Ministério Público Federal contra a escola Bolshoi brasileira, de Joinville, foi aceita pela Justiça Federal e ontem foram expedidos os mandados de citação dos onze denunciados. Esta aceitação não significa qualquer tipo de juízo de valor, mas informa que a denúncia tem condições de se transformar em ação penal.

Claro que a abertura desse processo em plena campanha eleitoral terá conseqüências políticas. Principalmente porque mexe com a menina dos olhos do LHS, na cidade do seu coração e a denúncia fala em desvio de dinheiro público e formação de quadrilha (fatos que teriam ocorrido entre 2000 e 2003).

O interrogatório dos acusados residentes em Joinville está previsto para 25 de outubro (bem entre o primeiro e o segundo turno da eleição).

O PT DESCE E LULA SOBE
Os candidatos petistas vão mal das pernas em muitos estados, segundo mostra reportagem de Ronaldo Brasiliense publicada no site Congresso em Foco. Ele fez as contas a partir das pesquisas divulgadas neste final de semana Brasil afora. E chega à conclusão que Lula descolou-se definitivamente do partido que ajudou a fundar. Enquanto Lula vai bem, o PT vai mal.

VISITAS ILUSTRES
A vantagem do período eleitoral é que os políticos aparecem para tomar cafezinho, apertar mãos e tirar fotos. Alckmin vem a Santa Catarina no sábado, 22 e desce direto em Chapecó. Depois vai a Criciúma. E Lula, preocupado com o desempenho marromeno que teve por aqui, vem no dia 30, domingo, depois de passar pelo Rio Grande do Sul. Vai vistoriar obras federais.

A possibilidade, cada vez mais concreta, de segundo turno, está enchendo de gás os tucanos e de preocupações os lulistas.

PAU NO BORNHAUSEN
O PT entrou ontem no TSE com uma notícia-crime contra o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen e o senador José Jorge (vice de Alckmin): pede que os dois sejam investigados por terem dito que o PT teria algo a ver com os ataques do PCC em São Paulo.

BANCADA SANGUESSUGA
Saiu ontem a lista de 57 parlamentares investigados por participação no esquema sanguessuga (compra de ambulâncias superfaturadas). Deles, 36 são dos partidos ligados ao esquema do mensalão: PP, PTB e PL. Mas tem também deputados do PMDB, PSDB, PSB, PRB, PSC e um do PPS. Só tem um Senador: o líder do PMDB, Ney Suassuna (PB).

Treze dos envolvidos são da bancada do Rio de Janeiro, dez de São Paulo e 18 são da chamada “bancada evangélica” (dez da Igreja Universal).

Uma ex-funcionária do Ministério da Saúde ligada ao esquema, Maria da Penha Lino, chegou a dizer que um terço do total de deputados federais, cerca de 170, levou grana da Planam para apresentar emendas ao Orçamento da União, mas até agora só existem provas contra uns 70. E a gente respira aliviado porque (por enquanto?) não tem ninguém de Santa Catarina.

As continhas foram feitas pelo blog do Noblat (www.noblat.com.br).

terça-feira, 18 de julho de 2006

TERÇA

NERVOS DE AÇO
Anteontem a Heloísa Helena deu o beijo da foto acima no Pedro Simon em Porto Alegre. Compreendi o gesto da senadora, afinal eu também acho o Pedro Simon um dos poucos políticos brasileiros que merece um abraço, um beijo, um aperto de mão. Mas é claro que fiquei com ciúmes. Ontem, quando a candidata da Frente de Esquerda à presidência esteve em Florianópolis, tentou me acalmar carregando uma faixa enorme onde se lia “cesar valente é o cara” (foto abaixo).Fiquei à distância. Senti que a senadora me procurava no meio da multidão, mas não estava preparado para uma reaproximação. Não depois dessa cena com o Simon. Tinha que ser forte, mostrar que também tenho o coração, além do cesar, valente.

A caminhada da Catedral até o terminal de ônibus foi feita a uma velocidade impressionante. Parecia que a senadora estava atrasada para pegar o Ponta das Canas. Miúda, no meio daquela homarada, mulherada, cinema, mil jornais, fotógrafos, confusão, ela desapareceu. O povo queria ver a candidata, mas estava difícil.

“ME LEVA PRA JOAQUINA”
Mais sorte tiveram os surfistas da Praia da Joaquina. A caminho do aeroporto a senadora fez questão de conhecer a famosa praia que tem nome de mulher. Foi lá molhar os pezinhos e, cercada pelos surfistas, aproveitou para fazer campanha. Não chegou a pegar uma onda, porque está acostumada a águas mais quentes, mas falou sobre suas idéias sobre como combater o narcotráfico, criar opções para que a juventude não seja recutada pelo crime e disse que não terá pena da bandidagem. Ela não perde tempo.

CONSELHOS TUTELARES
A foto acima mostra o momento em que a Assembléia Legislativa, representada pela deputada Odete de Jesus, entregava ao presidente da Associação dos Conselhos Tutelares, Paulo Vendelino Kons, uma placa de reconhecimento pelos dez anos de funcionamento da entidade.

E é claro que a foto não está aí por causa da bem cuidada franja da deputada, nem pelo deputado Paulo Eccel ou pela secretária Rose Berger, que estão lá em cima, mas sim pelos Conselhos Tutelares, que cuidam das crianças e dos adolescentes que a nossa sociedade perversa e hipócrita abandona, maltrata e quer empurrar para debaixo do tapete.

E também para homenagear o Paulo, que além de dirigir essa entidade que reúne abnegados, é leitor da coluna, o que muito me honra.

SENADORES EM APUROS
Raimundo Colombo e Luci Choinacki não são propriamente novatos na política catarinense. Luci já foi até candidata a senadora e por pouco não se elege.

Mas ao que parece a população catarinense não sabe que eles são candidatos ao senado. Para que 85% dos entrevistados pelo Ibope digam que não sabem em quem votar para senador, é preciso que alguma coisa esteja muito errada, na campanha ou na pesquisa.

Para evitar de mexer em vespeiro, prefiro acreditar que a campanha está mesmo muito no começo e que mal e mal o eleitor começa a saber quem são os candidatos ao governo e ainda não deu tempo para conhecer os candidatos ao senado. Deputados, então, ainda levam mais um mês para começarem a ser mencionados nas rodinhas de conversas de amigos e familiares, que é onde o voto se decide de fato.

Na reunião do G-8, em São Petersburgo, na Rússia, Lula teve uma conversa com seu grande amigo George Bush, a quem, entre sorrisos e gracinhas, pediu apoio para o programa de energia renovável. Bush não deu a menor bola para a proposta.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

SEGUNDA

Começou a temporada de pesquisas eleitorais feitas depois da definição das coligações e das candidaturas. Eu recomendaria algum cuidado antes de comemorar ou se desesperar: é preciso esperar algumas pesquisas para se poder ter uma idéia da tendência do eleitorado, principalmente com o início do horário gratuito eleitoral.

Em todo caso parece claro que temos, neste início de campanha, uma polarização parecida à da última eleição para governador, entre o ex-governador Luiz Henrique da Silveira (o que continua de bigode) e o ex-governador Esperidião Amin (que tirou o bigode). E sem “já ganhou”, porque pelo jeito teremos dois turnos (o Fritsch, do PT, poderá, tal como em 2002, fazer diferença).

Vai ser uma eleição histórica, pela sua característica especial de revanche, com os mesmos competidores principais.

VAI COM CALMA
A pesquisa Ibope/RBS tem alguns dados interessantes, mas não pode ser tomada como indicador absoluto por vários motivos. Primeiro porque uma pesquisa, qualquer pesquisa, é sempre relativa e não subsitutui a eleição propriamente dita. Segundo porque esta, em especial, foi feita com uma amostra relativamente pequena (1.008 entrevistas em 50 municípios). Isto não sinifica automaticamente que numa amostra maior e com um número maior de entrevistas o resultado seja diferente. Mas em todo caso, enquanto não tivermos uma série de pesquisas para poder identificar uma tendência, é bom ficar calmo.

Naturalmente, os dois primeiros colocados, LHS e Amin, gostaram do resultado. Luiz Henrique, especialmente, gostou de ter saído na frente, com vantagem pequena, “uma distância menor mantém a militância alerta e dá responsabilidade ao pessoal”. Ele lembra que em 2002 o Esperidião Amin saiu na frente, com larga margem e aí a militância relaxou, ficou de salto alto e perdeu a eleição.

GUERRA CIVIL
Décadas de discursos sobre Segurança Pública sem as correspondentes ações estão escorrendo pelo ralo, lavadas pelo sangue derramado por terroristas que sabem extamente o tipo de “autoridades” que temos nos principais cargos ligados à Segurança.

Má preparação, baixa escolaridade, visão de curto prazo e sobretudo ausência de lideranças profissionais competentes tornam os oficiais das polícias militares e os delegados das polícias civis vítimas fáceis do terror.

Os governos, conduzidos por políticos fisiológicos com DNA de avestruzes, oferecem pouca ou nenhuma alternativa de combate e enfrentamento.

Sem dinheiro, sem coragem e sem inteligência (e, portanto, sem criatividade), as “forças da lei” estão esmagadas sob duas pressões antagônicas: de um lado o Estado, que precisa apresentar resultados urgentes sem ter se preparado para isso e do outro os terroristas, que conhecem as fragilidades e sabem que o que está em jogo é bem mais que o controle de uma penitenciária.

UM NOME A MENOS
Aquela lista de agentes públicos que têm problemas com o Tribunal de Contas, encaminhada ao TRE para definir a inelegibilidade, tem um nome a menos: o TCE limpou a ficha de Aristorides Vieira Stadler, ex-presidente da Casan.

SECRETARIA ÀS TRAÇAS
A Secretaria do Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda só é importante na campanha política. Todo mundo promete desenvolvimento, trabalho e renda. Na prática, tem sido a Secretaria mais abandonada e jogada às traças do governo LHS. Entregue ao PDT teve secretários de baixíssimo nível, como os deputados Godinho e Cezar Cim, que demonstraram à saciedade como não devem agir os agentes políticos.

Depois, a Secretaria ficou à deriva, entregue ao Içuriti, interino bem intencionado, mas com outras prioridades. Os comissionados fantasmas e os terceirizados fantasmas da época do PDT continuam mamando nas tetas que LHS estendeu-lhes. A farra dos carros alugados (o MEB 7639 está trabalhando na campanha do Cezar Cim e o MEB 7609 virou carro particular do diretor geral) continua a mil. Um escândalo que revela o que a política tem de pior.

sábado, 15 de julho de 2006

SÁBADO E DOMINGO

DIARINHO ENTRA NA CAMPANHA ELEITORAL
Este jornal se preocupa com o eleitor indignado, que agora começa a ser bombardeado por folhetos, adesivos e santinhos, fora os carros de som e os comícios.

Por isso preparamos uma campanha publicitária de contra-ofensiva, de utilidade pública e beneficente. Todas estas sugestões de cartazetes, adesivos e diabinho (esta folhinha aqui ao lado pra entregar a quem lhe der um santinho) podem ser reproduzidas livremente desde que mantenham a linha que faz referência ao DIARINHO e não alterem seu conteúdo.

Ao contrário do que possa parecer, esta não é uma campanha contra os políticos ou contra as eleições: é justamente uma campanha em defesa do voto consciente e dos bons políticos (que devem existir, embora sejam escassos). Somos contra a vulgarização do voto, a corrupção, o caixa 2 e a impunidade.

Então, não deixem de ter sempre no bolso vários diabinhos, para entregar cada vez que alguém lhe entregar um santinho. Aposto que em pouco tempo nenhum candidato vai querer conversa com vocês.

Ah, a campanha não é colorida porque a gente não aceita dinheiro não contabilizado de fonte suspeita.

(Se clicar nos cartazetes abre-se uma ampliação)

sexta-feira, 14 de julho de 2006

SEXTA

EFEITOS ESPECIAIS
Li em algum lugar alguém reclamando que a foto do LHS nos cartazes de propaganda tinha sido alterada no computador ou então estavam usando uma foto muuuito antiga.

Pois ontem, no próprio site da campanha do LHS, o pessoal tratou de esclarecer o caso. Colocaram uma foto (essa aí, acima), onde aparecem os dois LHS, um na frente do outro. E a gente pode ver que não são assim tão diferentes.

Foram feitos pequenos retoques (vejam que daria para eliminar, por exemplo, todas as rugas ao redor dos olhos, mas elas só foram suavizadas) cosméticos que em nada comprometem o candidato. E se este jornal fosse a cores (uêba, o blog é a cores!), vocês veriam que no cartaz o governador está mais rosado do que “pessoalmente” e que seus dentes estão mais brancos. E essa recauchutada básica, cá entre nós, todos fazem.

ESSA HELOÍSA...
Bem que o deputado Afrânio Boppré andou me procurando, ligando várias vezes por dia. Mas como ultimamente só atendo telefones de candidados a governador ou a presidente, nem retornei. Só ontem fiquei sabendo que ele precisava falar comigo para passar um recado da senadora Heloísa Helena, candidata do P-Sol a presidente.

Ela, só para me agradar (decerto porque é leitora da coluna e sonha um dia aparecer numa das molecagens fotográficas) usou meu sobrenome no seu slogan de campanha: “Coração Valente: Heloísa Helena para Presidente”. E as iniciais são as mesmas de Cesar Valente: “CV”.

Muito gentil da parte dela, mas infelizmente devo dizer de público que não vou tomar parte na campanha e embora honrado com a homenagem, devo manter-me equidistante dos competidores, para poder servir melhor aos leitores e leitoras.

Na segunda-feira ela vem a Florianópolis, para uma caminhada no centro da cidade, pra dar uma força pro Fachini (candidato a governador), pro Salgado (candidato a senador) e pros demais candidatos da Frente de Esquerda. Acho que vou até lá agradecer a lembrança e, quem sabe, dar-lhe um beijo de boa sorte, coisa que não farei com nenhum outro candidato, porque não sou argentino, pra sair por aí beijando homem.

ESSAS PESQUISAS...
Hoje a Rede Bandeirantes e a revista Carta Capital divulgam a pesquisa de intenções de voto realizada pelo Instituto Vox Populi. Ontem à noite os tucanos já cantavam e dançavam em torno da fogueira.

Segundo o vazamento dos dados da pesquisa publicado no blog do Noblat, se a eleição fosse hoje haveria segundo turno. Lula caiu três pontos (45% para 42%), Alckmin subiu um (31% para 32%) e a Heloísa Helena subiu três (está com 7%). Os demais somam 3%.

Na simulação do segundo turno Lula tem 45% e Alckmin 40%.

Numa outra pesquisa, publicada na edição de hoje do Diário do Grande ABC, Alckmin bate Lula em seis das sete cidades da região do Grande ABC, em São Paulo, inclusive em São Bernardo do Campo.

ESSE TEMPO DE TV...
O TSE divulgou ontem a divisão do tempo da propaganda eleitoral no rádio e na TV (que começa dia 15 de agosto). Alckmin terá o maior tempo: 10 minutos e 22 segundos; Lula: 7 minutos e 21 segundos; Cristovam Buarque: 2 minutos e 23 segundos; Heloísa Helena: 1 minutos e 11 segundos (mal vai dar tempo de dizer “meu nome é Heloísa Helena!”).

Os candidatos a presidente aparecerão às terças, quintas e sábados em dois blocos diários de 25 minutos: às 13h e às 20h30min.

Além do programa maior, os presidenciáveis vão dispor de 540 inserções curtas no rádio e na TV durante 45 dias. Serão 12 inserções diárias de 30 segundos cada. Neste rateio Alckmin ficou com 2 minutos e 29 segundos por dia; Lula, 1 minuto e 45 segundos; Cristovam, 34 segundos; e Heloisa, 17 segundos (chii, aí só vai dar mesmo pra dizer “meu nome é Heloísa!”).

Vamos ver o que os marqueteiros prepararam para esta temporada.

DÁRIO EM CAMPANHA
Já falei aqui dia desses que o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, estava em campanha no oeste. Pois agora foi para o sul. O pretexto é acompanhar o irmão, que é candidato a deputado federal. Mas o objetivo nada oculto é estadualizar o nome e iniciar, desde já, a campanha para governador em 2010.

O senador Pavan e o Dr. Moreira, que também estão em campanha para o mesmo cargo, já devem ter percebido a movimentação dos irmãos Berger.

JORNAIS “POPULARES”
Agora virou mania as empresas caretas de comunicação lançarem jornais “populares”. O Globo do Rio tem o Extra, a Folha de SP tem o Agora, a Zero Hora de Porto Alegre tem o Diário Gaúcho, a rede dos Petrelli tem o Notícias do Dia em Florianópolis e o Diário Catarinense prepara o lançamento, para agosto, de outro jornal em Florianópolis, cujo nome será Folha Catarinense ou coisa parecida.

Como os jornais ditos “sérios” perdem leitores todos os dias (são mesmo muito chatos e alguns bem mal feitos), a turma do marketing descolou um “nicho de mercado” que poderia render uns trocados a mais. E assim eles lançam jornais “populares” às carradas.

Nenhum chega aos pés do DIARINHO no essencial: compromisso verdadeiro com o leitor, mesmo o mais humilde, distanciamento dos poderosos, linguagem solta, irreverente e bem humorada. Isso porque o DIARINHO não é um jornal inventado pra parecer popular, ele é popular sem aspas.

Ontem o Carlos Damião, jornalista de Florianópolis, informou no seu blog que os Petrelli (Notícias do Dia) e os Thomazi (A Notícia) têm se reunido para criar uma rede de jornais “populares” em Joinville, Blumenau e Florianópolis.

Achei muito estranho: Thomazi e Petrelli não se acertaram no canal de televisão de Joinville, que era um negócio mais interessante para A Notícia, por que iriam se acertar nessa verdadeira aventura mercadológica?