quinta-feira, 28 de junho de 2007

Quinta

SOCORRO, LULA!
A senadora Ideli Salvatti está envolvida até o pescoço com a operação de salvamento do Renanzinho das Alagoas. Segundo se lê nos jornais, foi ela que levou a Lula o apelo/ameaça do presidente do Senado: o PMDB abandonaria o governo no Senado se o governo o abandonasse.

Ontem, num encontro de 40 minutos, no Palácio do Planalto, Lula e Renan colocaram as conversas em dia, naturalmente sem o tom de chantagem contido no recado mandado pela senadora Ideli. E ficou acertado que o governo e o PT irão se empenhar ainda mais para ajeitar as coisas.

Lula pode se dar ao luxo de dar uma mãozinha para aliados enrolados porque, como as pesquisas mostram, nada o atinge. É uma espécie de super-homem da política, com uma roupa de teflon anti-aderente.

ESSE PSDB...

Depois de se acertar com Lula, o travesso Renan fechou um esqueminha maneiro com os tucanos. Ou pelo menos com a parte do PSDB que responde pelos nomes de Arthur Virgílio, José Serra e Aécio Neves. Se o leitor ou a leitora imaginava que caberia ao PSDB um papel de oposição, pare de imaginar coisas. Eles estão fechadíssimos com o Renanzinho.

Os senadores, de uma maneira geral, estão solidários com o drama de Renan. Muitos deles têm cachos, teúdas, manteúdas, que passaram a exigir correção da tabela de pensões e auxílios em geral, levando em conta o índice Mônica.

E muitos têm, com empresas dos vários setores que acompanham o Congresso (não são só empreiteiras que mantém lobistas em Brasília e se preocupam com alterações na legislação), relações igualmente complicadas. Por isso é tão fácil para eles entender as justificativas do imprudente Renan. Pra nós, aqui na planície, é um pouco mais difícil.

ESSE PAVANELLO...

Se tem um sujeito, no governo catarinense, que parece que gosta de levar cascudos do LHS, é o tal de Cacá Pavanello (DEM), da Fesporte. Depois de levar um puxão de orelhas por dizer que não recebe petista, mandou convocar (sim, convocar) servidores das 36 Secretarias Regionais para uma reunião, no início de junho, em Florianópolis, poucos dias antes do LHS conseguir reunir suas dezenas de secretários.

A tal convocação está no Diário Oficial do Estado de 22 de maio. Achei estranho não só o tom imperial, mas o fato de um diretor, de um órgão subordinado a uma secretaria, ter poder para mandar em funcionários de outras secretarias. Ao que tudo indica, o secretário Gilmar Knaesel (PSDB) foi atropelado.

BLOQUEIO DIGITAL
A implantação da TV digital no Brasil é uma briga de foice no escuro e se recomenda às famílias tirarem as crianças da sala quando forem se informar sobre o que anda acontecendo.

Tal como na época do estabelecimento da legislação para a TV a cabo, os grandes interessados estão pressionando o ministério das Comunicações (que não por acaso está nas mãos do Hélio Costa, ele próprio dono de emissora de TV) e até a presidência da República.

O lance mais recente é a discussão se as emissoras poderão ou não impedir que o telespectador grave o programa que quiser. Obedecendo às pressões dos grandes estúdios, as emissoras estão pressionando o restante do governo (Hélio Costa apóia a pretensão das emissoras), para que a gente tenha, em casa, um decodificador que impeça a cópia dos programas. Pode assistir, mas se quiser gravar pra ver depois ou pra mostrar pra alguém, não pode. Acham que, desta forma, impedirão a pirataria.

TÁ CARO!
O Congresso é um dos fundamentos da democracia. Ruim com ele, muito pior sem ele (só depois de ter escrito isto vi que o Fernando Rodrigues tinha usado a mesma frase ao falar sobre este assunto, aqui). Mas o levantamento que a ONG Transparência Brasil fez deveria levar os deputados e senadores a pensar um pouco melhor sobre o que estão fazendo.

A pesquisa comparou o orçamento do Congresso brasileiro com os da Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, México e Portugal. E dividiu pelo número de habitantes, para descobrir o quanto custa pra cada brasileiro: R$ 32,49.

Em valores absolutos, o Brasil está em terceiro lugar (atrás de Estados Unidos, Itália e França). Mas se levar em conta o peso no bolso (afinal, o salário mínimo e a renda per capita são diferentes), o Brasil é campeão: tem o Congresso mais caro. Coitados de nós.

A CELESC E O VERDE
A Celesc está contratando, por dispensa de licitação (lógico!), a Fundação Parques e Jardins do Município do Rio de Janeiro, para transferência de tecnologia em “gestão do verde urbano”.

Se Santa Catarina não tivesse paisagistas, especialistas justamente no tal “verde urbano”, reconhecidos nacionalmente, talvez fosse justificável ir aprender com os cariocas. Mas aqui tem até profissionais com teses de mestrado em paisagismo (na UFSC) que a Celesc poderia permitir que a ajudassem (caso, naturalmente, tivesse interesse em abrir uma concorrência).

Bom, decerto a Celesc quer aprender o jeito carioca de podar as árvores para que elas não atrapalhem seus postes e fios. Ou como tirar as árvores do caminho sem levar uma bala perdida.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mas os brincos da Galega estão meio pálidos, não parece? Estou na terrinha e não descarto a possibilidade de uma visita a O Diarinho. Só falta comprar uma fatiota adequada. Abração.

Anônimo disse...

Muita coisa e fica difícil comentar. O Renan sabe trafegar nessa lama com conhecimento.Ele e Sarney são graduados , pós graduados e mestres em sobrevivência na selva das maracutaias.O VELHACO? Este sabe que o povo não tá nem aí nem mesmo com a seleção de estrangeiros perdendo de 2x0 do México.Ovelhas..