segunda-feira, 4 de setembro de 2006

SEGUNDA

URUCUBACA NA FAZENDA
O secretário da Fazenda, Felipe da Luz (foto acima), que assumiu há menos de um mês, baixou hospital. Depois de ficar dois dias num pronto-socorro cardíaco em Florianópolis, foi transferido ontem para São Paulo, em busca de atendimento especializado. Ele é diabético e isso sempre pode complicar tratamentos que são relativamente rotineiros, como o cateterismo.

Não consegui saber se já chamaram alguém pra benzer o Centro Administrativo. Depois da prisão de um figurão, da demissão do secretário preferido do LHS e do piripaque de saúde do novo secretário, alguma providência tem que ser tomada, que envolva sal grosso, arruda e muita reza.

Quem assumiu interinamente a secretaria foi Marco Aurélio Dutra, o novo Diretor Geral. O Diretor Geral anterior, Lindolfo Weber, por falar nisso, continua na secretaria, mas em outra função, como consultor de alguma coisa.

PREFEITO EM CAMPANHA
O prefeito de Florianópolis, Dário Berger, todos sabem, pediu licença de um mês sem remuneração para matar dois coelhos com uma só cacetada.

O primeiro é ajudar na campanha do irmão, porque afinal se o Djalma já fez tanto na Assembléia, imaginem o que poderá fazer na Câmara. A federalização da família é, com certeza, uma das prioridades.

O segundo coelho é a campanha do próprio Dário ao governo, em 2010. Para isso, terá que estadualizar o nome. E nada melhor que percorrer o estado, na campanha do irmão, para também ir fazendo sua própria caminha.

Só ingênuos acham que um prefeito de capital tem que se preocupar com a administração municipal. Nós somos apenas um trampolim, uma pedra no meio do riacho, uma pinguela baloiçante por onde os políticos têm que passar para vôos mais altos.

E nem dá pra xingar muito os irmãos Berger, porque em outros lugares também se faz coisa parecida: ou o que Serra fez com a prefeitura de São Paulo (pedindo demissão pra concorrer ao governo, depois de se eleger jurando que não faria isso) não foi também um grande desaforo?

OS PROFISSIONAIS
Os irmãos Berger (Dário, Djalma e Dilmo) não brincam em serviço. Dividiram bem as tarefas: Dário concorre a cargos executivos, Djalma, que normalmente atua como tesoureiro das campanhas, concorre ao legislativo e Dilmo cuida das empresas da família, cuja rentabilidade dá suporte às ações do grupo. O fato de parte das empresas do grupo ter, como cliente, o governo do estado, não tem criado qualquer problema, ao contrário, gera uma sinergia que, aparentemente, tem sido muito positiva e, principalmente, rentável.

Tudo indica, portanto, que os movimentos do grupo e de seus componentes seguem uma linha estratégica previamente estudada e acertada.

Por isso, se algum candidato ou grupo de candidatos pretende se opor, combater ou só ficar no caminho da máquina Berger de política de resutados, é bom se preparar. O jeitão tradicional de fazer política não parece ser páreo para eles, que têm desafiado mito após mito. Esperidião, o alvo mais recente da fúria Berger, que o diga.

MONOPÓLIO
O site Acontecendo Aqui, que trata basicamente de temas relacionados com publicidade e comunicação, ouviu o Procurador da República Celso Três, sobre a anexação do jornal A Notícia ao grupo RBS.

Três disse que “o monopólio da comunicação é como se fosse o partido único. É a voz única. Qualquer pessoa medianamente informada deveria se preocupar com isso. Mas lutar contra essa concentração não é fácil. Ainda mais que não foi regulamentado a artigo que veda a verticalização. Mas a Constituição proíbe o monopólio, e a Carta Magna está na base de toda legislação”.

O procurador está esperando que a transação se complete para poder “questionar a monopolização do mercado provocada pela aquisição”. Celso Três está interessado em ouvir opiniões e sugestões sobre este assunto, pelo e-mail tres@prsc.mpf.gov.br.

AMB E O VOTO NULO
A Associação dos Magistrados Brasileiros lançou uma campanha contra o voto nulo. Só que... Não sei se será muito eficaz dizer a quem está pensando em anular o voto, que deve votar “no bom candidato”. Até onde sei, quem pretende protestar anulando o voto é porque não encontrou o tal “bom candidato”. E os procedimentos que a AMB sugere que o cidadão siga para encontrar o melhor candidato são, na prática, quase impossíveis de realizar: “pesquise o passado da pessoa, para saber se ela cumpre as regras eleitorais, se é adepto do troca-troca de partido” são algumas delas.

Ora, se nem a polícia e os tribunais conseguem provar, em muitos casos, a vinculação do candidato com o dinheiro que foi encontrado na cueca de alguém, como é que o cidadão comum vai “investigar” coisas passadas?

Sou contra o voto nulo porque não resolve nada. Mas que dá vontade, dá.

O presidente da Celesc, Miguel Ximenes, dias desses foi inaugurar uma subestação de energia elétrica em Joinville, cidade que tem indústrias e muitas empresas e sabe o valor da eletricidade.

Aproveitou pra contar (na boa, como se vê na foto acima) que em uma certa capital, vereadores e mais não sei quem criam todo tipo de problemas para evitar a construção de uma subestação cujo principal crime seria assegurar o fornecimento estável de energia elétrica.

Cá entre nós, não tem como ter os confortos da luz elétrica sem toda a parafernália necessária para fazer com que ela chegue até as casas. Mas o pessoal quer luz sem subestação, quer segurança sem presídios e delegacias, quer que recolham o lixo sem permitir aterros sanitários e assim por diante.

5 comentários:

Anônimo disse...

Não tenho dúvida de que vários suspiros de alívio no Centro Administrativo se seguiram ao afastamento temporário de Felipe Luz da Secretaria da Fazenda. Agora o "pepino" passou para o novo comandante Marco Aurélio e vao depender da perspicácia deste saber o que é lobo e o que é cordeiro.

Anônimo disse...

César, recomendo que leias as matérias sobre a construção da subestação da Celesc na região da rua Angelo Laporta, principalmente as que saíram no ANCapital. Não quero fazer defesa daquela comunidade, mas acredito que estás equivocado ao dizer que "pessoal quer luz sem subestação, quer segurança sem presídios e delegacias, quer que recolham o lixo sem permitir aterros sanitários e assim por diante". Somente o barulho produzido pelo local já seria acima da medida permitida, inviabilizando a obra. Isso, sem contar que a região teve seu zoneamento alterado anteriormente de maneira estranha (vereadores ludibriados ou subornados?) para que a estação fosse construída.

Abraço e parabéns pela coluna.

Anônimo disse...

Cesar, todo mundo sabe que o Dilmo Berger cuida de mais coisas... nao soh das empresas da familia.

Anônimo disse...

O perigo da concentração leia:

http://www2.uol.com.br/penultimas/


A cara de pau da RBS

Anônimo disse...

Hora de Santa Catarina vende 34.000 exemplares na estréia.

Entrevista do "almofadinha mentiroso" Marcos Barbosa da RBS, está no site www.acontecendoaqui.com.br