O governador, Dr. Moreira, tem de vez em quando umas recaídas e reassume o papel e a pose de prefeito de Criciúma. Como na fotinho acima, tirada na festa de dez anos do sistema integrado de transportes que ele criou quando era prefeito... de Criciúma.
Claro que, pra cidade, é muito importante que um de seus ex-prefeitos seja governador. Joinville sabe disso muito bem. Florianópolis também. E agora é a vez de Criciúma. E não há mal nenhum em cultivar e paparicar sua base eleitoral. Há limites legais para isso, mas, em princípio, nada contra.
Só que eu não poderia deixar passar, nesta sexta-feira enforcada, feriadão de araque (pelo menos para quem teve que trabalhar) o fato do prefeito honorário de Criciúma ter permitido que o sistema de comunicação do governo distribuísse também a foto em que a primeira-dama aparece oferecendo bolinho para a população criciumense.
Dirão os amigos do Dr. Moreira que isso é implicância minha e que esse fato não contraria a lei. E eu respondo que sou, sim, implicante e chato. A Dra. Moreira não é agente político estadual, não é servidora pública e não estava em missão oficial. Logo, as fotos podem dar a impressão que a primeira família está apenas divulgando sua campanha para a prefeitura, usando o site oficial.
O PAPEL DESAPARECIDO
Fui dar uma conferida na história das milhares de resmas de papel desaparecidas, pra ver se não era só fofoca do PP. Achei fantástico que cerca de 4 milhões de folhas tivessem “sumido” como por encanto. O PP falou em 9 mil resmas, o registro na Secretaria da Administração fala em 8 mil e tantas: isso quase enche um caminhão.
O episódio está para ser esclarecido, mas há quem aposte que o papel desaparecido será reposto. Um servidor de carreira que conhece bem o almoxarifado central me contou que acha que “quem desviou o papel não tinha conhecimento integral do sistema de controle do almoxarifado”.
Como todo material que sai do almoxarifado central para as secretarias, sai acompanhado de nota fiscal, existe um rigor muito grande em todo o processo. “Não teria como fazer sumir nem uma resma de papel, o que dirá 8 mil”, garante ele. De qualquer forma, todos os funcionários do almoxarifado foram removidos, assumiram outros servidores e as fechaduras das portas foram trocadas. Como se houvesse alguma suspeita sobre eles.
A palavra agora está com o motorista do caminhão que teria dito, candidamente, que, por ordens superiores, deu uma passadinha numa gráfica e deixou parte da carga por lá.
A CAMPANHA DIFÍCIL
Um dos grandes problemas do nosso sistema eleitoral é a dificuldade que têm os candidatos a cargos proporcionais (deputados estaduais e federais) de chegar ao eleitor, de fazerem-se conhecer e serem ouvidos.
Alguns deles com quem conversei explicam que mesmo para quem já tem mandato está sendo difícil. Acordam cedo e colocam o pé na estrada, visitando um por um os eleitores.
Vânio dos Santos (PT) contou que esta é uma campanha silenciosa. Carreatas e comícios foram substituídos pelo corpo-a-corpo: “e o eleitor quer conversar, está ávido por informação, mais racional e menos emocional, a gente tem que ter argumentos para convencê-los”.
Paulo Eccel (PT), lembra que tem muito eleitor mal acostumado, que já chega dizendo “tenho dez votos lá em casa e estou precisando de uma carrada de brita”. “Fazem negócio até por e-mail, oferecendo votos sempre em troca de alguma coisa”, queixa-se ele.
Dado Cherem (PSDB), também não vê outra forma de fazer a campanha deste ano que não seja caminhando o dia inteiro, da manhã á noite. “É uma campanha diferente das anteriores”, avalia. No meio das dificuldades, eles têm que fazer das tripas, coração, para cativar os milhares de votos que são necessários para serem eleitos.
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A REVOLTA DO ASSESSOR
Finalmente conversei, na quarta-feira, com o jornalista Paulo Kastrup, que foi assessor de imprensa da Secretaria da Fazenda e que, ao ser exonerado, saiu atirando. Eu tinha contado e comentado o ocorrido valendo-me de outras fontes e só falei com ele agora.
Na verdade, o que o deixou irritado foi a forma como foi tratado. Não pretendia ficar na secretaria depois da saída de Max Bornholdt (o novo secretário trouxe sua própria assessora), mas, como foi convidado para assessorar a Diretoria de Administração Tributária, aceitou. E, vários dias depois de estar na nova função, foi chamado pelo novo Diretor Geral, Marco Aurélio Dutra (que no começo do governo LHS tinha sido retirado de uma diretoria pelo então secretário Max Bornholdt), que o demitiu depois de dizer que “o governo está precisando de sangue”.
O motivo alegado foi que ele tinha levado, para o Aldo Hey Neto, preso na Polícia Federal, colchonete e cobertores: “me ligaram da PF pedindo se eu não podia levar, porque o cara estava mal e na sala em que ele estava não tinha cama e eu fiz esse favor”.
Kastrup assegura que não teve qualquer envolvimento com o esquema de Aldo: “nunca fui à casa dele, só era conhecido de trabalho”. Ele avalia que foi vítima de uma espécie de expurgo que fez com que os profissionais ligados a Max Bornholdt fossem demitidos como se tivessem alguma coisa a ver com o Aldo.
AMIGO DO RODRIGO
Eu disse aqui que Kastrup foi instrutor de tênis de Rodrigo Bornholdt (vice-prefeito de Joinville e seu amigo pessoal): “imagina, o Rodrigo foi campeão brasileiro de tênis, não tem nada para aprender comigo”.
E também falei numa colaboração dos dois em negócios com jogadores de futebol. Kastrup explica que, como tem formação em Educação Física, como técnico de futebol, tentou ajudar Rodrigo quando ele assumiu a presidência do Joinville. E foi ao Rio de Janeiro escolher alguns jogadores que pudessem reforçar o time catarinense. Mas suas sugestões acabaram não sendo aceitas pela diretoria do clube e o episódio encerrou por ali.
A REVANCHE
O dossiê contra Felipe Luz, que ele disse a alguns jornalistas, logo que foi despedido, que possuía, não existe: “fiquei com medo, porque não sei do que esses caras são capazes e quis me defender”, justifica-se. Em todo caso, deve deixar Florianópolis nos próximos dias. “Estou desempregado, não tenho como pagar o aluguel”, afirma. E diz que tem apenas um fusca no nome dele, que vive do salário e não tinha a menor idéia do que o Aldo andava fazendo.
Da conversa com o Kastrup restou-me uma certeza: o pessoal do Paulo Afonso está voltando ao Centro Administrativo disposto a mostrar ao Max Bornholdt (e ao LHS também?) que nada como um dia após o outro: vítimas de uma “limpeza étnica” na secretaria no começo do governo, eles agora voltam dando o troco, com igual apetite por sangue “inimigo”. E, favorecidos pela prisão do Aldinho, ocupam todos os espaços.
Tá feia, a coisa. Não gostaria de estar na pele do LHS no momento em que, se reeleito, tiver que acomodar os apetites de todas essas feras.
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5 comentários:
Enquanto isso na Câmara dos Deputados um funcionário terceirizado (com salário de mais ou menos 600 reais que trabalha carregando peso) foi preso por tentar levar duas resmas de papel pra casa (ou pra igreja, como ele alegava). Sem camaradagem dos seguranças nem conversa pra que devolvesse, esperaram até que ele estivesse fora do prédio da Câmara pra levar pra PM e prender em flagrante.
Quem disse que não se faz justiça na Câmara dos Deputados?
Nossa, essa história do assessor tá rendendo, tô ficando com inveja...Quando eu for demitida vou querer sair na capa do jornal.
; )
beijo!
Sempre que vejo uma matéria do Dr. Moreira me lembro da história do empréstimo do Besc. Afinal ele pagou ou não pagou?
Por favor, alguém pode me responder?
Na verdade os membros do PMDB nao gostam do Besc. O Dr Moreira deixou espetado em papagaio (Trirradial). O Secretario da Fazenda Max Bornholdt nao ia as reunioes do Conselho de Administracao do Banco (mas recebia o pagamento do salario) e o Luiz Henrique tirou as contas do Besc quando era Prefeito de Joinville. Nem vou falar das letras (Paulo Afonso) e a moeda de troca entre o mesmo Paulo Afonso e o Dep Jorginho Mello. Para quem nao se lembra o Paulo Afonso entregou o Besc ao Jorginho Mello para que ele votasse ao favor do Paulo Afonso no processo de impedimento. Vao gostar do Besc assim na conchichina....
Há alguns anos atrás financiei um carro (usado) no Besc, como fiquei desempregado e não pude pagá-lo, tive meu carro tomado pelo banco.
Pelas circunstâncias da época (desemprego) fiquei revoltado.
Agora vejo que o banco agíl corretamente, pena que não age assim com todos. Ou seja, eu fiquei sem meu carro, no entanto, outros devedores continuam aí belos e formosos. Afinal que diferença tem para o banco, um devedor pobre e desempregado, de um devedor afortunado.
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