quarta-feira, 6 de setembro de 2006

QUARTA

O NOSSO PARLAMENTO
Ontem teve sessão na Assembléia e a casa do povo estava bem movimentada. Claro que, em alguns momentos, como quando tirei a foto acima, o plenário estava mais ou menos vazio, mas a maioria dos deputados andava por lá e muitos apareceram ao longo da tarde. Na foto panorâmica de minha própria autoria, no lado de cá, mais vazio, estão os lugares reservados aos partidos do governo, da base de apoio (ou quase, porque a deputada Odete e o deputado Parisoto não estão fazendo campanha para LHS). Do lado de lá, com uma lupa, dá pra ver alguns deputados do PT e outros do PP (se clicar na foto abre-se uma ampliação).

Mas a foto não está aí para fazer qualquer crítica à ausência ou à presença dos deputados. Apenas para lembrar que esta sala é uma das mais importantes do estado. Lugar privilegiado onde só entram aqueles que recebem, de alguns milhares de eleitores, uma procuração exclusiva e plenipotenciária. Um cheque em branco.

VIGILÂNCIA CÍVICA
E aí nesta sala, nossos representantes deveriam fazer de tudo para que a gente não se sentisse envergonhado por ter-lhes dado a tal procuração. Deveriam agir como se tivessem, o tempo todo, uma câmera de TV acompanhando seus passos e a gente, em casa, tivesse um monitor para acompanhar o que eles estão fazendo.

Pera aí, isso já existe. É a TVAL, o canal que transmite as sessões e as comissões. Não acompanha todos os passos dos deputados, mas pelo menos mostra boa parte do desempenho deles. Se prestar atenção na TVAL durante um tempo, a gente pelo menos consegue separar as toupeiras, os oportunistas, dos esforçados.

ALFACE DE DOIS LEGUMES
O problema é que ao mesmo tempo que permite que a gente acompanhe nossos representantes e veja como eles se comportam, a TVAL e os outros canais que os deputados dispõem dão-lhes uma vantagem enorme em relação àqueles que concorrem pela primeira vez a um cargo eletivo.

O deputado, ao se candidatar à reeleição, sai quilômetros à frente. Não só porque dispõe de uma estrutura de gabinete e de pessoal, o que sempre ajuda, mas principalmente porque, se foi um deputado atuante, teve sua exposição para todo o estado.

E o candidato novo tem enormes dificuldades para concorrer com esses macacos velhos. Problemão para conseguir votos adicionais em outras regiões (poucos municípios ou regiões têm votos suficientes para eleger um deputado). O que torna as campanhas caríssimas e muito perigosas.

AS BOMBAS DO PP
A bancada do PP (Partido Progressista), chamou os jornalistas para uma entrevista coletiva (foto acima), para falar sobre as denúncias mais recentes. Claro que as orelhas do Luiz Henrique e do pessoal do PMDB e do PSDB devem ter ficado ardendo a tarde toda.

São cinco bombas de tamanhos variados e de poder de fogo ainda incerto. Tanto podem resultar num traque, num estalinho de salão, quanto num estouro de efeito moral e eleitoral, daqueles de arrebentar as vidraças. Tudo vai depender de como a Justiça se pronunciar.

Primeiro caso: a justiça eleitoral está investigando um mega-evento político realizado em abril em Joinville, que reuniu milhares de pessoas em apoio à candidatura Luiz Henrique. Para comprovar a aquisição das camisetas que foram distribuídas, o PMDB apresentou notas fiscais de cerca de R$ 65 mil, de uma empresa de fachada. E não apresentou nenhum comprovante de contratação dos 77 ônibus que conduziram militantes de praticamente todo o estado. Por coincidência, segundo o PP, todas as empresas têm contratos com as secretarias do desenvolvimento regional.

Segundo caso: a justiça eleitoral também investiga um encarte promocional do governo que foi publicado em 143 jornais associados à Adjori (Associação dos Jornais do Interior) e outras ações de publicidade, dissimulada ou não, em outros veículos, como revistas e out-doors.

Terceiro caso: o irmão do ex-senador Casildo Maldaner, Celso Maldaner, deu uma entrevista a um jornal do oeste onde diz, com todas as letras, que “em cada secretaria regional tem um líder que está monitorando nossa campanha”. Isso comprovaria o uso da máquina administrativa.

Quarto caso: a bancada do PP trouxe um exemplar do jornal Gazeta de Joinville, com matéria que afirma que Max Bornholdt também está sendo investigado pela Polícia Federal. E aproveitou o gancho para informar que seis partidos (PP, PT, PSB, p-SOL, PL e PTB), assinaram ontem o pedido de abertura da CPI da Fazenda. Ou CPI do Compadre. Ou CPI do Aldinho. Parece que a única dúvida é sobre o nome da CPI.

E o quinto caso: o PP vai pedir que o Ministério Público e o Tribunal de Contas investiguem o sumiço, da Secretaria de Estado da Administração (área do PSDB), de 9 mil resmas de papel A4. A secretaria comprou 140 mil resmas em dezembro de 2005 e quando o papel chegou almoxarifado central faltavam as 9 mil que, segundo o PP, teriam sido entregues numa gráfica da cidade. O encarregado do almoxarifado que teria se recusado a assinar o recebimento, acabou exonerado e daí registrou sua queixa na Polícia Federal.

Como vocês devem ter percebido, é bastante munição. Mas só depois do dia 11 de setembro, quando o TRE começa a julgar alguns desses casos, é que poderemos ter idéia do poder de fogo de cada um. A data, garante o TRE, não foi escolhida propositalmente.

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Meu velho amigo Paulo Brito, na foto ao lado, coça o cavanhaque durante a entrevista coletiva do Guga (que disse que ainda não vai se aposentar e que a vida começa aos 30). O Brito era um dos doze (12!) funcionários da RBS presentes. Oops, é melhor eu apagar este comentário, porque senão algum executivo da RBS pode ter idéias e resolver “racionalizar” a cobertura, despedindo mais alguns.

2 comentários:

Anônimo disse...

Resmas de PapeL.
Quem era mesmo o Secretário de Administração naquela época?
Conhecidência, dias atrás recebi em minha casa, via correio, um prospecto de um certo candidato, ressaltando sua vida pública, tudo à cores e bem diagramada...Assim sendo...

Anônimo disse...

Será que as RESMAS DE PAPEL serviram para a confecção de algum material promocional de algum CANDIDATO A DEPUTADO?