A foto acima não tem nenhuma razão especial para estar aí. Talvez, quem sabe, a inauguração dos novos jardins desse Palácio, hoje museu, que abrigou o governo do estado durante muitas décadas. Perto dele está uma catedral fechada, em interminável trabalho de recuperação, aparentemente esperando que o dinheiro caia do céu.
E em frente, uma praça que já foi melhor cuidada. Ao redor, uma cidade que parece triste, ainda que as ruas estejam sendo cobertas de asfalto.
Nesta foto a Igreja de São Francisco parece estar próxima do Palácio Rosado, mas é só ilusão. Está a algumas quadras, lá perto do mercado.
Uma cidade, principalmente uma cidade viva e rica em histórias como Florianópolis, não pode ser tratada com frieza, como se fosse um ser inanimado, cobiçada unicamente porque ali residem eleitores que podem ajudar em algum projeto político pessoal.
Florianópolis anda meio jururu. A alma da capital parece meio desanimada. Seus vereadores e seu prefeito parecem que não entendem que estão perdendo uma oportunidade histórica de portarem-se como estadistas. Preferem brincar de Banco Imobiliário. Apostam na memória fraca do contribuinte, no desinteresse do cidadão e acham que aqueles que amam a cidade estão cada vez menos influentes e mais velhos.
COLUNISTA INDELICADO
Não sei se vocês perceberam, mas esta coluna não pode ser classificada como “politicamente correta” por vários motivos. O primeiro deles é que não sei direito o que isso quer dizer. E o segundo é que a liberdade leva a algumas incorreções e indelicadezas. Quem pretende agradar a todo mundo e não se expressa com sinceridade, acaba desagradando a todos.
Assim, de vez em quando os leitores poderão deparar-se, aqui, com opiniões, frases ou vocábulos com maior ou menor poder ofensivo. Esta coluna não pretende açucarar a pílula e tal e qual político em véspera de eleição fazer de conta que agrada a todos.
Ontem publiquei um “lembrete” para o eleitor, com algumas orações criadas a partir de minha experiência católica. Alguns evangélicos, é claro, não gostaram da citação dos santos, cuja santidade eles não reconhecem. E reclamaram, como se aquelas jaculatórias católicas fossem ofensivas não pelo que dizem, mas pelo fato de estarem ali.
Também na coluna de ontem, para caracterizar a lentidão do governo em apontar a origem do dinheiro sujíssimo apreendido com petistas, classifiquei o Coaf de “tartaruga paraplégica”. Um amigo lembrou que o Bóris Casoy chegou a ser processado, a sério, por causa da mesma expressão. Alguém viu nela uma ofensa aos que não têm movimentos nas pernas.
Definitivamente, não se pode agradar a todos. Quem tenta fazer isso acaba ficando tão chato e sem sal que perde a graça e o interesse.
E muitas vezes aqueles que tomam excessivo cuidado com as palavras, procurando suavizar cosmeticamente seus significados, só fazem isso porque, no fundo de seus corações são intolerantes e preconceituosos. Coisa que, apesar da incorreção política do meu texto, procuro não ser.
PIZZA NO FORNO
Ontem alguém na Polícia Federal disse, com todas as letras, que só saberemos quem forneceu o dinheiro sujíssimo para as trapalhadas petistas, depois da eleição. Eu arriscaria dizer que isso poderá acontecer se a eleição se resolver no primeiro turno. Se for para segundo turno, periga só sair em novembro. Depois, é claro, da nova eleição.
Mesmo assim, o juiz Marcos Alves Tavares, da 3ª Vara Federal de Cuiabá, determinou ontem à Polícia Federal que remeta o quanto antes para o Tribunal Superior Eleitoral documentos e informações que tenha apurado até aqui a respeito do escândalo do dossiê que supostamente ligaria o ex-ministro da Saúde José Serra à Máfia dos Sanguessugas.
E segundo o jornal Valor, o dinheiro seria legal. Isso mesmo: a PF teria descoberto e está para anunciar as empresas que doaram dinheiro limpo para a campanha. Houve, depois, um desvio da finalidade. Essas empresas, se é que existem, deram o dinheiro só para “se aproximar do PT”. Pode?
É HOJE!
Às 19h (com um atraso regulamentar de alguns minutos), será aberta, no hall da Prefeitura de Itajaí, a exposição comemorativa de um ano da coluna De Olho na Capital. Será uma solenidade simples, com poucos discursos (o meu será basicamente de agradecimento a este bravo jornal, que resolveu pagar pra ver se uma coluna deste tipo teria sucesso). E até sexta o público poderá ver cerca de 40 paínéis coloridos, com algumas das notas da coluna, selecionadas para dar uma idéia do tipo de coisa que é publicada por aqui. Entrada grátis.
LINHA DE DEFESA
A cada novo escândalo fica mais clara a linha de defesa do PT e do governo: “não é que a gente não tenha feito, até pode ser, mas outros já fizeram antes da gente”. Ou então: “ah, isso aí todo mundo faz”.
Não tem coisa mais frustrante. Afinal, todos esperávamos poder publicar um desmentido indignado. Nos palanques, Lula mantém a lenga-lenga, quando fala que “podem fazer a denúncia que quiserem”. Como se as “denúncias” fossem apenas uma ficção de campanha. Uma invenção.
E mesmo alguns militantes lulistas mais entusiasmados (e cegos?) ficam insistindo que o mais importante é “saber o que diz o dossiê”, como se o fato de existir alguma acusação contra Serra ou Alckmin automaticamente absolvesse Lorenzetti, Berzoini e demais trapalhões dos crimes e irregularidades de que são suspeitos.
Aí, um dos trapalhões diz que o dossiê tem coisas que envolvem vários partidos, “inclusive o PT”. Sem pestanejar, o militante escolhe outra linha de defesa: “isso é mentira da mídia das elites, que não pode suportar o sucesso do homem do povo”.
ELITE? QUE ELITE?
Por mais que a gente procure definições de elite, não se consegue nenhuma onde os dirigentes do PT e ocupantes dos principais cargos da República não se enquadrem. Ao movimentar milhões, definir licitações, contratar e demitir, dirigir empresas públicas e privadas, fumar, beber e comer do bom e do melhor, esse pessoal (putz, quase que escrevo “essa raça”) se qualifica e se comporta como elite.
Seria mais honesto dizer que essa elite tem adversários, como toda elite dirigente. E que a oposição quer lhe tomar o lugar, como em todo regime democrático. Isso faz parte do jogo. Derrotar o adversário nas urnas porque ele se enredou em negócios mal explicados não é “melar a eleição”.
“Melar a eleição” é fazer com que o resultado de investigações incômodas só apareçam quando for conveniente para a elite dirigente. É esconder a mala de dinheiro para que o povo, tolo e iludido, não pense mal dessa elite, coitada, acuada e ameaçada de perder a boquinha.
ESSE DELÚBIO...
O Ministério Público descobriu, na investigação sobre a Máfia dos Vampiros (safadezas com o comércio de derivados no sangue no Ministério da Saúde) que parte do dinheiro “arrecadado” pelo esquema era entregue ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Pela participação em mais esta “ação entre amigos” o MPF o denunciou por corrupção ativa, licitação fraudulenta e formação de quadrilha. Lula ficou estarrecido com mais esta revelação.
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3 comentários:
Os governantes de Florianópolis nem para brincar de SimCity servem. Se tivessem experimentado o joguinho de computador, veriam que só asfalto não segura uma cidade. Realmente, talvez em Banco Imobiliário, cujo objetivo é quebrar com os adversários, eles se dêem bem.
Muitos dos empresarios nativos tb nao gostam de Floripa. Soh pode! Eleger/apoiar um vereador que recebeu uma multa da receita federal por movimentacao finaceira e patrimonial incompativel com sua renda eh uma demonstracao inequivoca que o responsavel pelo Grupo Amauri nao gosta da cidade.
A campanha esta acabando e o eleitor nao ficou sabendo se o Eduardo Pinho Moreira pagou a sua divida com o Besc. Uma pena! Acho que nao deve ter pago senao ja estariamos sabendo.
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