sexta-feira, 29 de setembro de 2006

SEXTA

[De novo, não consegui atualizar a tempo. Perdão, leitores.
Mas, como dizia o velho deitado, antes tarde do que nunca.]


SANTA CATARINA É O MÁXIMO II
Só pra continuar a série iniciada ontem. Esta simpática porta com letreiro de boas vindas fica em Pomerode. Infelizmente não fotografei o lanchinho que fiz ontem, com algumas comidinhas típicas e chopinhos ainda mais típicos, mas vocês, que não nasceram ontem e que também conhecem este nosso estado, podem imaginar.

QUEM TEM, TEM MEDO
Durou poucas horas o arroubo de coragem do candidato-presidente, que resolveu ir ao debate, mas na última hora amarelou. Deve ter pesado a avaliação que o estrago de um mau desempenho poderia ser maior que o estrago da ausência. Os indecisos que talvez se decidam por um dos candidatos presentes são com certeza bem menos numerosos que aqueles eleitores de Lula com alguma coisa na cachola que poderiam desistir de votar nele ao vê-lo desabar em público.

Como escrevi isto antes do debate iniciar, não tenho como fazer qualquer avaliação, apenas quis registrar o fato e lamentar que a ausência de Lula, como aconteceu com os escândalos que envolveram seus auxiliares mais próximos, não cause o efeito que parcela da população gostaria.

E já que estamos falando no Luliña fujón, ouvi o último programa de rádio dele na propaganda obrigatória e achei muita graça quando ele disse que faria um novo governo melhor porque “tenho equipe”. Que equipe, companheiro? Sobrou alguém depois de tantos afastamentos?

GREVE DOS BANCÁRIOS
Os bancos e seus lucros estratosféricos estão morrendo de medo da greve dos bancários. Os banqueiros nem conseguem mais dormir de tanta preocupação. É capaz até de nem abrirem champanhe para comemorar a vitória do grande companheiro Lula, a quem devem tanto.

Já os pobres dos contribuintes que têm que ir ao banco pagar contas e deixar dinheiro para os banqueiros, são, como sempre, os principais prejudicados com esses “movimentos”.

Ninguém em sã consciência acha decentes os lucros dos bancos ou justa a remuneração dos funcionários. Mas há conrovérsias sobre a eficácia dessas paralisações que fecham agências. Quantos clientes realmente ricos, daqueles que fazem os olhos dos banqueiros brilharem, freqüentam as agências como os mortais comuns? Quantos dos grandes negócios deixam de ser feitos porque tem um piquete na frente da agência?

Sofre só o assalariado, o cliente comum, o endividado, aquele que já está sendo esfolado pelo banco e agora passa a ser esfolado também pelos bancários “em luta”.

Na Palhoça os servidores municipais também ensaiam uma greve. O Rei Nério, prefeito e príncipe do PMDB, merece, segundo os grevistas, uma lição. Mas desconfio que a esta altura, envolvido até o pescoço na campanha, ele esteja pouco ligando.

O HOMEM DA MALA
Pois não é que o coordenador da campanha do Mercadante (candidato do PT ao governo de SP) foi filmado carregando a mala de dinheiro que depois a PF apreendeu com outros petistas? A informação faz parte da dose diária que a Polícia Federal tem fornecido aos brasileiros. Povo assustadiço e impressionável, os brasileiros não podem receber toda a informação de uma vez só, completa.

Cada dia tem uma coisinha nova. daqui a um ano ou dois, saberemos afinal a história toda. Tal e qual numa novela ou num seriado daqueles antigos, a gente sempre fica com a impressão de estar sendo enrolado, de estarem enchendo lingüiça.

Ontem, o Banco Central informou que a Polícia Federal ainda não perguntou nada sobre o dinheiro usado para comprar o dossiê. O que só comprova a suspeita que as “investigações” estão andando muito devagar. Se até hoje não perguntaram nada para o Banco Central, então é porque já sabem de tudo. Ou porque não têm pressa em saber.

De qualquer forma, Jorge Lorenzetti pediu pra sair do BESC (ninguém pensou em demiti-lo?) e o Conselho de Administração, prontamente, deixou que ele saísse. Desempregado, Lorenzetti espera que os amigos o convidem para assar churrascos em reuniões e aniversários.

O ESTADO DA JOGATINA
Eu continuo me espantando com coisas que, ao que parece, são completamente previsíveis. O estado de Santa Catarina está profundamente engajado na insana tarefa de contrariar a legislação federal e arranjar um jeito de legalizar o jogo.

A Procuradoria Geral do Estado chegou a sugerir que a reabertura dos bingos e a autorização das máquinas caça-níqueis se desse por Medida Provisória. O Ministério Público Federal ficou de cabelos em pé quando soube dessa “idéia”.

Não sei não, mas acho que é caso de chamar, com urgência, o VDM. Porque é claro que esse troço vai dar merda. O procurador da República André Stefani Bertuol considera a sugestão da procuradoria “totalmente incabível e juridicamente nula”.

Que os donos de bingo e os chefes das organizações que controlam o jogo tenham ficado injuriados com a decisão do Supremo Tribunal Federal que considerou inconstitucional a lei estadual que autorizava a atividade, a gente compreende. Mas o governo de Santa Catarina se arrisca a ser responsabilizado e denunciado, numa batalha jurídica que certamente terá repercussão nacional, porque se trata de peitar uma decisão do STF.

Será que o risco vale a pena? Ou melhor: será que os beneficiados saberão recompensar tanto esforço?


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