terça-feira, 12 de setembro de 2006

TERÇA


O CONTRATO DO AMIN
Ontem, dia 11, foi o dia que a coligação Salve Santa Catarina, que apoia Esperidião Amin ao governo, escolheu para lançar seu programa de governo. Não por causa da memória dos atentados, é claro, mas porque onze é o número deles. Chamaram o programa de Contrato com Santa Catarina.

E tem mesmo a forma de um contrato entre PP, PV, Prona, PMN e o povo de Santa Catarina. Com cláusulas onde estão expressas as prioridades e os compromissos. Um dos pontos principais é a criação de centros de excelência em várias áreas. O objetivo é que, com isso, o estado todo se torne um centro de excelência.

O “contrato” é uma espécie de obra aberta. Terá nova versão daqui a uns dias e, se forem ao segundo turno, uma última versão contemplando pontos de interesse de eventuais novos aliados, lá pelo meio de outubro.

PERTINHO DO BESC
Ao final do seu discurso, Esperidião Amin deu uma informação: o presidente do BESC pediu-lhe uma audiência. Amin disse que vai até o BESC. Faz questão não só de aceitar o convite para conversar, mas principalmente de ir até lá. E disse que vai levar uma proposta para ajudar a manter o BESC público: transformar as 147 agências pioneiras do banco em portas do governo nos municípios. E o governo, naturalmente, pagaria ao Banco pela cessão do espaço físico e esta seria a ajuda, na prática.

Não é bem oportuna essa aproximação entre PP e PT, digo, BESC?

TIRO N’ÁGUA
O Tribunal Regional Eleitoral (e o próprio Ministério Público Eleitoral) acharam que as duas representações da coligação do Amin, examinadas ontem, não deveriam ir adiante. Os próprios advogados do PP já estavam achando que não iria rolar.

Uma é a queixa que o Luiz Henrique usou “Descentralização” como slogan da campanha de 2002, usou como slogan de governo e agora usou novamente como slogan de campanha. Outra é sobre aquele “mega-evento” em Joinville, de “lançamento” da candidatura de Luiz Henrique, onde estavam 70 ônibus que o PMDB não pagou e onde foram distribuídos brindes e mais brindes. Daqui a alguns dias mais umas duas representações serão julgadas.

PODER DE FOGO
E por falar em ações na justiça eleitoral, a coligação Todos por Toda Santa Catarina mantém uma estratégia de entrar com representações aos montes. Não perdoa nada. São três escritórios de advocacia: um, do ex-secretário Max Bornholdt, cuida só das questões relativas a Luiz Henrique, outro cuida só do candidato a senador e o terceiro cuida do restante da coligação.

São tantas as representações que uma delas, contra José Fritsch, acabou sendo considerada, pelo tribunal, como “litigância de má fé”, que é uma forma do juiz dizer que o advogado tentou dar uma de malandro.

Apesar do grande número de ações, o sucesso tem sido relativamente pequeno. Tiraram um minuto do Fritsch e mais uma coisinha aqui, outra ali. Só.

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PÍLULAS DE MAU HUMOR
Não tem aqueles dias em que a gente acorda de mal com o mundo? Pois então. Segunda-feira já é um dia antipático por natureza, mas ontem, com aquele calorão despropositado, fui ficando azedo e o resultado taí:

Impeachment atrasado – Os líderes incompetentes do PSDB, de uns dias pra cá, resolveram falar em impeachment de Lula. Idiotas: quando era preciso tomar uma atitude e chutar o balde, ficaram com peninha do Azeredo Tadinho (o senador ex-presidente do PSDB que apareceu na contabilidade do Marcos Valério) e resolveram baixar a bola. Perderam a eleição lá. Agora não tem muito o que fazer, a não ser rezar para Santo Expedito.

Palocci tá safo – Alguém tem alguma dúvida que o ex-ministro Palocci será eleito deputado federal e que o processo de quebra de sigilo do caseiro irá mofar nas gavetas? Falam em “até 15 anos de prisão”. Só se for de ventre.

Farsa condenatória – E tem gente sem noção que ainda fala em aumentar as penas para crimes graves. Não adianta, minha senhora. Enquanto vigorarem as facilidades que fazem com que o sujeito nunca, mas nunquinha mesmo, cumpra mais de 1/6 da pena, é bobagem aumentar a pena. Ou a senhora tinha a ilusão que alguém condenado a 30 anos fica 30 anos na cadeia? Nem 10! Quando o cara é pobre e o advogado é ruim, talvez fique um pouco mais, mas cinco anos é praticamente o limite máximo.

Escândalos desmoralizados – Alguém aí ainda acompanha a investigação dos sanguessugas? Vocês sabem que hoje tem depoimento do senador Ney Suassuna na Comissão de Ética? É verdade: e nós com isso? Eles fazem de conta que investigam e a gente faz de conta que acredita. E todos sabemos que boa parte dos candidatos a deputado federal está louquinho mesmo é pra entrar num esquema desses e se arrumar. E o eleitor que se exploda!

Ambulâncias do Lula – Agora em julho o candidato preferido pelas multidões, Lula da Silva, liberou mais R$ 8,4 milhões para a compra de... ambulâncias e R$ 2,4 milhões para comprar tratores. O Tribunal de Contas da União meteu a colher torta e suspendeu os dois repasses. Pela simples razão que a lei eleitoral proíbe que esse tipo de gentileza com dinheiro público seja feita depois de 1° de julho. Agora o Ministério Público vai investigar para ver se foi cometido crime eleitoral. Mais uma calúnia da imprensa contra o coitadinho do presidente pai dos pobres.

O sonho acabou – As pacatas comunidades do interior da Ilha, sonho de tantos que vêm morar aqui e mesmo dos nativos, estão contaminadas pelo terror que a droga espalha. O vizinho é o inimigo, o caroneiro é o bandido, o conhecido é a ameaça e a qualquer momento pode-se levar um tiro na cabeça. Por mil reais, por duzentos tostões, por um rádio de carro, por um anel, por um carro velho, por nada. O charme dos hippies maconheirinhos da década de 70 foi aos poucos sendo substituído por essa gente sem alma. E o que um dia foi um barato transformou-se num pesadelo onde a vida não vale nada.

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