sábado, 16 de setembro de 2006

SÁBADO E DOMINGO

EXCLUSIVO
LULA E ALCKMIN
NA GINCANA ELEITORAL

Os dois candidatos a presidente têm se submetido a várias provas, para mostrar que são capazes de governar o Brasil. Acima estão três delas, gentilmente patrocinadas por grandes empresas internacionais. O resultado da disputa sai dia 2 de outubro.

SEGREDOS DO CETRAN
Alguém, no Conselho Estadual de Trânsito, teme muito a imprensa. Provavelmente porque tem muita coisa a esconder. E acha que pode, por causa desses segredos, tolher o trabalho da imprensa. O repórter do DIARINHO que foi fotografar (do lado de fora!) a fachada do tal conselho para uma reportagem, teve a placa do seu carro anotada e depois recebeu um telefonema educadamente ameaçador no seu celular, localizado graças ao acesso ao cadastro do Detran.

Diga aí, Dr. Moreira, nos expliquem, secretários Ricardo Fabris e Dejair Pinto: é pra isso então que o cadastro do Detran serve? Pra turma do Cetran intimidar jornalistas? De quem partiu a ordem de proibir fotos de prédios públicos? Por quê? Pra quê?

O VENTILADOR TÁ CHEIO
A Polícia Federal pegou gente do PT pagando R$ 2 milhões para aquela flor de pessoa que é o Vedoin (da máfia dos sanguessugas), por fotos e vídeos do Serra e do Alckmin perto de ambulâncias superfaturadas. Antes, Vedoin tinha enchido páginas e páginas da IstoÉ com uma entrevista onde tenta envolver Serra (quanto a revista terá pago?). Tratou-se de uma operação mercantil que por pouco não foi bem sucedida: a entrevista aguça a curiosidade e aí o preço do material sobe. Os documentos iam ser levados do Mato Grosso para SP, onde seriam recebidos por um sujeito que, ao ser preso, tinha R$ 1,7 milhão em dinheiro e um outro, que se dizia advogado do PT. Algo me diz que vai acabar faltando ventilador para tanta m...

CHEGOU A HORA
No dia 21, próxima quinta-feira, a RBS assume a operação do jornal A Notícia, de Joinville. Até lá, terá terminado a auditoria que realiza nas contas e ativos do tradicional jornal catarinense e assinado o contrato de compra.

Mais ou menos como seria de se esperar, nenhum dos funcionários de A Notícia foi informado sobre o que acontecerá após o dia 21. Até porque, teoricamente, enquanto o contrato não estiver assinado, o negócio poderá ser desfeito. Mas não percam tempo alimentando qualquer expectativa quanto a isso.

Não consigo imaginar como se sentem os colegas jornalistas e demais profissionais que têm que fechar as edições diárias do seu jornal como se nada estivesse acontecendo. E, em respeito ao leitor, não podem simplesmente fazer de qualquer jeito. Precisam manter a qualidade do jornal, navegando no escuro. Sem saber se no dia 21 ou nos dias seguintes ou nos meses seguintes, terão emprego.

A julgar pelo que aconteceu com o Jornal de Santa Catarina, o encolhimento de A Notícia será gradual e lento. Para evitar traumas, para não chamar muita atenção.

A COMPRA EM DEBATE
Não há muito o que fazer, diante da compra de A Notícia pela RBS. O negócio ocorre numa área não regulada da economia. Em muitos aspectos, é como se o Carrefour comprasse o Angeloni. Poderia haver alguma discussão sobre concentração, monopólio, talvez um recurso ao Cade (que examina o efeito no mercado dessas fusões e aquisições), mas não iria muito longe.

Só que os jornais, como os demais meios de comunicação que têm fé pública, são um pouco mais que empresas comuns. Seus produtos são bem mais complexos que sardinhas em lata. E em Santa Catarina, a partir do dia 21, existirá apenas um jornal de circulação estadual. Acabou-se a concorrência.

Nesse dia, para marcar a data do encerramento de atividades do A Notícia tal como o conhecemos, o Sindicato dos Jornalistas fará um debate, em Joinvile, sobre Concentração da Mídia em Santa Catarina.

Será quinta às 19h, no anfiteatro do Bom Jesus/ Ielusc (R. Princesa Isabel 438) e terá as presenças do Coordenador Geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Celso Schröder, do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murillo de Andrade e de um representante do Ministério Público Federal. O presidente em exercício do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Josemar Sehnem, mediará o debate.

MÍDIA LOCAL
A propósito, o candidato Luiz Henrique da Silveira, que foi prefeito de Joinville e tem lá sua base eleitoral, respondeu a uma pergunta, no entrevistão de hoje (está ali no meio do jornal, são várias páginas) sobre esta compra. E diz lá o LHS:
“Nós vamos prosseguir na nossa política de governo de fortalecer a imprensa do interior, que se revela cada vez mais forte. Até porque eu vejo na imprensa do interior a força de localização, (...), que se opõe à globalização.”

3 comentários:

Anônimo disse...

LHS defende a descentralização (regionalização, fortificação) dos meios de comunicação.

Seria forma de democratizar e pluralizar a informação ou de comprar a opinião de jornalecos e espalhar boa fama do governo "por toda Santa Catarina"?

É óbvio que a pergunta é uma ironia e, quem entende minimamente de jornalismo e política, já sabe a resposta.

Anônimo disse...

Êpa Sr. Valente.
Quer dizer então que o importante é um suposto cara do PT tentar dar dinheiro para ter o video do envolvimento do Serra e do Alkimin
com a máfia dos Sanguessugas.
O PT não precisa disso meu caro .
Nosso governo já tem a sua disposição a Polícia Federal. O fato que deve sim ser explorado é que o Vampiro e o Picolé de Chuchu são chegados numa ambulancioterapia.

Cesar Valente disse...

Ôpa, Sr. Alexandre: os caras que foram presos com a grana disseram que eram do PT. Um deles, ex-policial federal, disse que era advogado do PT. Podem não ser, as investigações devem resolver essa dúvida. Quanto ao envolvimento de Serra e Alckmin no esquema Vedoin, está empate: na CPI e no depoimento ao Juiz, Vedoin disse que não tinha nada, na entrevista à IstoÉ, disse o contrário. Neste caso também temos que aguardar investigações.
E quanto ao PT não precisar, também não precisava ter "comprado" o apoio do PL, do PTB, do... né não?