quinta-feira, 22 de junho de 2006

QUINTA

A FANTÁSTICA HISTÓRIA
DO HOTEL ITAPIRUBÁ

Em 1978 foi inaugurado o primeiro hotel de grande porte do litoral de Santa Catarina. Ainda hoje é o maior hotel de praia do estado, com 213 apartamentos, 15 mil m2 em terreno de 49 mil m2, só que está vazio, inativo e completamente depredado. Parece um hotel fantasma. A história que o fez chegar ao ponto em que está é sensacional.

Nas fotos, tiradas em março pelo ex-proprietário Orlando Becker, as marcas do abandono e da depredação do maior hotel de praia do litoral catarinense.

O DELÍRIO GLOBAL
Construído pelo Grupo Battistela, o hotel acabou tomado pelo Banco Sudameris como pagamento de uma dívida não paga. Mais tarde, em 2002, o ex-proprietário do Hotel Fazenda Jomar, Orlando Becker, adquiriu-o e reformou-o. O hotel vinha tendo vida normal até que, em janeiro de 2004, foi vendido para um ex-funcionário da Rede Globo, Eid Walesko Araújo. Aí começou a parte verdadeiramente espetacular da história.

Sem experiência em hotelaria, o novo dono tratou de turbinar o hotel, contratou executivos, empregados e inchou a folha de tal maneira que em sete meses foi à falência.

Falido e aparentemente fora de si, Eid Walesko trancou-se no hotel e, para sobreviver, começou a vender tudo o que tinha dentro do hotel. Televisores, móveis, portas, janelas, tudo.

GOLPE DENTRO DO GOLPE
Chegou uma época em que todas as lojinhas de móveis usados do sul do estado tinham alguma coisa vinda do Hotel Itapirubá. Só que o ex-global estava vendendo coisas que pertenciam, na verdade, ao banco, porque o hotel estava financiado.

Quando acabou de vender tudo o que tinha algum valor e podia ser carregado, no final de 2004 o Eid Walesko sumiu do mapa. E em 2005 uma turma de “amigos” dele assumiu o comando: formaram uma empresa que passou a vender títulos de um parque aquático que seria construído ali, na área do hotel. Claro que estavam vendendo uma coisa que não iriam entregar, pela simples razão que não eram donos do terreno.

Até que agora em maio, o banco conseguiu reaver a posse do imóvel, trancou tudo e a turma toda deverá ser chamada a se explicar.

TRISTE OCASO
Mesmo depredado, como mostram as fotos acima, o hotel continua imponente, dominando a paisagem à beira-mar. Sua situação, causada por uma administração delirante, causa prejuízos à atividade turística da região. Quem vê aquele esqueleto imagina que ficou assim por falta de hóspedes ou porque a praia é ruim.

O imóvel irá a leilão por estes dias e não se sabe se os investidores vão mantê-lo como hotel ou dar outra finalidade. De qualquer forma, será outro capítulo desta novela que, até agora, tem tido mais jeito de dramalhão mexicano.

Ah, e o tal Eid está no Rio de Janeiro, em local incerto e não sabido.

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A PEGADINHA DA CIDE
O DIARINHO tem os melhores leitores do mundo e eu acabei herdando alguns deles, que, espertos e gentis, me ajudam a preencher este espaço todos os dias. Alguns mandam as colaborações tão prontas e bem feitas, que basta copiar e colar. Vejam só:
“Eduardo Moreira imita Garotinho e faz pegadinha com prefeitos. Lembram da pegadinha do Garotinho com o Lula no debate eleitoral da última campanha? Perguntou o menino: o que senhor fará com a CIDE? (e o Lula não sabia o que era CIDE).

Pois não é que o Eduardo Moreira pegou os recursos da CIDE, recolhidos pelo Governo Federal e repassados em parte aos municípios e foi distribuir como sendo do Estado? Esse recursos vão direto pra conta do município... Ele é dos municípios, por lei federal, não pela vontade do governador. E os prefeitos caíram, rindo felizes e contentes... Eduardo superou Garotinho!”
PEFELISTAS INDÓCEIS
O ex-prefeito de Lages e virtual candidato a senador pela super-coligação, Raimundo Colombo, tem sofrido duras crtíticas do setor mais radical (!?) do PFL catarinense.

Esses pefelistas estavam animados com os primeiros filmes da campanha de Colombo, onde ele batia no LHS e na descentralização. E agora se sentem traídos e estão mandando o Colombo cachimbar formigas: “vamos votar na Luci pra senadora e tomara que o PP se junte ao PT!”

O PFL gosta de fazer de conta que é oposição ao LHS e ao PMDB, mas seus deputados faziam e fazem parte da base governista. Sacanagem escantear o Colombo apenas porque ele cedeu à maioria e resolveu oficializar a adesão (e o casamento) que já acontecia na prática.

BLUMENAU, MEU AMOR
O candidato LHS não sai mais de Blumenau. Foi anteontem, foi ontem, vai amanhã. LHS está naquela fase de ser blumenauense desde criancinha (e a campanha ainda nem começou pra valer).

E por falar nisso, candidato sempre tem dezenas de cidades natais. Nasce em Brusque, cria-se em Florianópolis, estuda em Joinville, namora em Blumenau, joga futebol em Jaraguá, tem o primeiro emprego em Rio do Sul, o primeiro filho é de Lages, a tia preferida mora em Chapecó e assim por diante.

Pode perguntar pro Esperidião ou pro LHS, que são profissionais, quais as cidades com as quais eles têm algum laço: a lista vai englobar quase o estado inteiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caramba! Cesar.

Já faz tempo que não pego a BR-101 para o Sul e não sabia do estdo desse hotel. Certa vez almocei no restaurante e achei o hotel fantástico. Há algo similar como famoso Hotel Nacional, no Rio, onde certa vez me hospedei a trabalho num congresso empresarial. Há algum tempo que passei por lá indo à Barra, pude constatar. Não sei como está hoje.
Coisas do Brasil. A propósito, o Grande Hotel Blumenau correu risco semelhante, mas acabou sendo adquirido por um empresário de lá e parece que deu certo.
Seu blog está muito bom mesmo.
Cordial abraço do
Aluízio Amorim