segunda-feira, 24 de outubro de 2005

SEGUNDA

QUE ALÍVIO!
Ainda bem que terminou a agonia do referendo fajuto. Agora podemos voltar a falar sério sobre nossa (in) segurança. E continuar a afastar as armas. Imagino que muitos dos que votaram não, preferem um País sem armas. Aprovam o Estatuto do Desarmamento.
Só não concordam com essa pergunta esquisita para que a gente assuma uma decisão que o Congresso não teve peito de bancar sozinho. Não queremos apenas acabar com o comércio das armas. Gostaríamos que a cultura da violência fosse sendo modificada até não precisarmos mais de armas.

Com o não, o comércio de armas de fogo e munição continuará submetido às mesmas restrições impostas pelo Estatuto do Desarmamento aprovado pelo Congresso há quase dois anos. Continua não existindo porte de arma no País (mesmo quem tem autorização para ter arma, só pode tê-la em casa ou no trabalho). Ou seja, zerou o jogo.

BOAS LEMBRANÇAS
A jornalista Bea Porto foi à missa de 7º dia da morte da Lourdes Tancredo, na sexta-feira. Ela conta: “foi emocionante, a família projetou uma série de fotos que retrataram momentos de toda a vida – em especial aqueles onde ela distribuía alegria. Foi tão bonito que as pessoas aplaudiram”.

A família, diz a Bea, recebeu a todos com carinho e as provas de amizade foram muitas. “Fez bem ao espírito de todos”.

A Pat, filha da Lourdes, disse que tem certeza que sua mãe e o Beto (Stodieck) já estão no céu "tricotando"...

AO TRABALHO!
O Secretário da Administração, Marcos Vieira, deu uma descansada boa no passeio à Alemanha e à China e volta, espera-se, com todo o gás. Pode ser até que encontre forças para acelerar a montagem do plano de cargos do Deinfra (antigo DER).

Uma espécie de patinho feio da administração pública estadual, o Deinfra, que tem arrecadação própria, técnicos competentes e saco de filó, está esperando há alguns meses que o governo tome alguma decisão.

O plano inicial foi rejeitado porque aumentava a folha. Um novo plano, sem aumento, está sendo elaborado. Marcos Vieira disse ontem que o plano não está na gaveta e sai “até o final do ano”. Deste ano.

SEMANA DOS SERVIDORES

Por falar em Administração, hoje começa, com banda de música e sorteio de carro, a Semana do Servidor. Uma ocasião em que os servidores recebem algum reconhecimento e se divertem um pouco.

Mesmo que os mais ranzinzas insistam em dizer que os servidores públicos trabalham pouco ou não trabalham direito, basta uma olhada um pouco mais cuidadosa em qualquer repartição pública para ver que a maioria é esforçada, caprichosa e até faz muito, com os recursos escassos que são colocados à sua disposição.

Outra coisa importante é separar o servidor de carreira daqueles chefes e chefetes que ocupam cargos de confiança, por indicação política: alguns são completamente incompetentes. A má fama que muitos setores têm deve-se a essas criaturas, que não chegam a 1% dos servidores ativos.

DE OLHO NA LAGOA
“O leito da Lagoa da Conceição e o seu entorno é área de preservação permanente, bem da União Federal e de uso comum do povo”, por isso, qualquer modificação ou edificação requer licenças junto aos órgãos competentes. Segundo a procuradora da República Analúcia Hartmann, muitos parecem desconhecer esse fato básico e insistem em agredir aquele patrimônico natural e cultural.

Várias ações estão em curso, pedindo a demolição de grandes e pequenas obras, que em maior ou menor nível demonstram a capacidade que temos de destruir, degradar e enfeiar.

A procuradora, em algumas ocasiões, tem sido citada por empresários como uma pessoa interesada em “engessar” os empreendedores. Simplesmente porque pede o óbvio: o respeito às leis e ao bom senso. E a manutenção das nossas belezas naturais. Coisa inaceitável para alguns que se acham donos do mundo e vivem acima da lei.

E O PSDB?
O PSDB tentou jogar o Azeredo pra baixo do tapete, fazer-se de morto e torcer pra ninguém falasse mais no uso que o ex-candidato a governador de Minas fez do esquema Marcos Valério.

A IstoÉ desta semana (naturalmente alimentada por petistas, mas isso faz parte do jogo político), mostra que a conexão existiu, que não foi coisa pouca e que o Azeredo sabia de tudo. Embora diga, como o Lula e o Zé Dirceu, que não sabia de nada.

E o Estadão conta que as relações do governador tucano de Goiás, Marcondes Perillo, com o Delúbio do PT, eram mais que amistosas. Dezenas de ligações foram feitas, de vários órgãos do governo goiano, para o ex-tesoureiro do PT, desde antes da posse de Lula.

Bom, para um partido que quer disputar a Presidência da República, o PSDB tem dormido no ponto. A demora em afastar Azeredo da presidência do partido deixa mal todos os tucanos. E abre brechas desnecessárias nos debates que o ano eleitoral vai levantar.

BADERNA “POLÍTICA”
A Polícia Federal deve abrir inquérito para apurar o que aconteceu na UFSC, quando um grupo de baderneiros aprisionou ilegalmente, por cerca de cinco horas, o Conselho Universitário, Reitor inclusive. Depois de aberto o inquérito, o delegado responsável terá 30 dias para concluí-lo.

O Sindicato dos Servidores da UFSC já se ofereceu para pagar a defesa dos baderneiros e um dos membros de seu conselho fiscal se apressa a qualificar a ação como “ato político”, que faria parte da “luta por uma universidade melhor”.

Se, numa ditadura, a gente até pode entender que alguns atos políticos tenham que ir contra as leis de um governo ilegítimo, num governo legítimo, democraticamente eleito, com todas as instituições funcionando sem restrições, crime é crime. Ato político é outra coisa.

Mas, ao que parece, esse pessoal, grevistas profissionais e quetais, vivem em outro século e agem como se a violência, nos Estados democráticos, fosse aceitável apenas por causa do rótulo (discutível) de “ato político”.

TETAS MUNICIPAIS

Antes de devolver o cargo ao Alemão, o prefeito em exercício da capital, Marcílio Ávila, ainda teve tempo para dar mais alguns litros de maternal leite morno para as queridíssimas empresas de transporte coletivo: reduziu a alíquota do ISS de 2% para zero vírgula alguma coisa. Com isso, a mãe-prefeitura deixa com as empresas R$ 159,2 mil por mês. Quase R$ 2 milhões por ano.

Volto a perguntar: os demais empresários do município, que lutam com dificuldades de todo tipo, não vão exigir que o benefício seja estendido a todos?

ABRA O OLHO COM OS CONSÓRCIOS
Anúncios com ofertas tentadoras sobre consórcios contemplados, cotas garantidas ou com outras "vantagens" são comuns e acabam enganando muita gente boa. No Salão do Imóvel de Florianópolis (que terminou ontem), o diretor da Randon Consórcios, Cesar Pissetti deu algumas orientações sobre o assunto.

Como o Banco Central é que é responsável pela fiscalização das Administradoras de consórcio e pela normatização e autorização para funcionamento, a primeira providência é perguntar pra eles se a empresa existe e é legal, no site do BC (www.bc.gov.br), na página de Serviços ao Cidadão.

Sempre é bom ver também nos órgãos de defesa do consumidor se têm muitas reclamações registradas contra a Administradora.

E a Associação Brasileira de Consórcios (ABAC) tem uma cartilha pra quem não quer entrar em fria, no site www.abac.org.br.

“SAI O HAMBURGUER DO DOUTOR!”
Os advogados que precisam utilizar o protocolo do Tribunal de Justiça devem ter gostado da idéia: um “drive-thru” onde o sujeito, sem descer do carro, entrega e recebe documentos. Nas épocas de vacas magras (em que faltarem verbas para o Judiciário) ou de pouco movimento, o PJExpress, com pequenas adaptações, poderá servir lanches rápidos aos distintos causídicos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Com a Lei do Desarmamento, foram entregues quase 500 mil armas, registradas ou não, à polícia. A idéia de proibir o comércio seria evitar, ou dificultar, que esse arsenal voltasse a crescer. Caso contrário, a Lei do Desarmamento nada mais faria - ou fará - senão trocar armas meio enferrujadas por outras novinhas e calibradas. Conseguiste visualizar a lógica? Não adiante muito tomar de um lado e entregar do outro. Mas como lógica não é matéria curricular no Brasil, pessoas que não têm armas acabaram defendendo o direito daqueles que as têm de atirar neles. A lógica do masoquista. Coisa de gaúcho!