Emocionante foto distribuída pela Prefeitura de Palhoça, ontem, mostra o “primeiro casal” de Palhoça, Ronério e Dirce, no Vaticano. Ronério é o da esquerda. O da direita é o Padre Rogério, que foi pároco num dos bairros de Palhoça e agora está em Roma. O amor é lindo e a vida de prefeito é uma beleza, né não?
PALHOÇA E SANTO AMARO EM ÁGUAS MULTINACIONAIS
Vocês estão pensando que Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz iam ficar atrás nessa debandada estadual de governadores e prefeitos rumo ao estrangeiro?
Que nada! Ronério Heiderscheidt e José Turnes também deixaram suas cidades com os vices e acabam de chegar de uns bons dez dias na Europa.
E embora a assessoria do Ronério só tenha distribuído fotos do bucólico passeio que ele e a patroa fizeram em Roma (onde passou o final de semana), o jogo pesado foi jogado mesmo na França.
Os dois prefeitos foram levados à Europa pela Proactiva Meio Ambiente Brasil, que já tem contrato com a prefeitura de Florianópolis e deve estar querendo arrumar-se com Palhoça e Santo Amaro.
Essa Proactiva é propriedade, meio a meio, da gigante espanhola FCC (Fomento de Construcciones y Contratas S.A.), líder do mercado espanhol de saneamento urbano e da Veolia Environnement, líder mundial de tratamento de água e serviços relacionados ao meio ambiente.
ENORME INTERESSE
Acompanharam Ronério e Turnes, dois diretores da Proactiva, o Octavio Speranzini (que foi secretário de Habitação e Desenvolvimento de São Paulo na gestão do prefeito Reynaldo de Barros) e o Regis Hahn, que em 2003 representava a Vivendi (outra empresa francesa de saneamento), quando o governador do Paraná tentou mexer na composição acionária da Sanepar.
Gente de peso, o que indica o nível do interesse do grupo multinacional na Grande Florianópolis. E pelo relato distribuído pelo Ronério, conseguiram impressioná-lo. O prefeito voltou falando até em intermediar parcerias entre o centro de treinamento da Veolia, que ele visitou, e as universidades catarinenses.
Já que a gente acompanhou o começo do namoro dos prefeitos com a Proactiva, não custa acompanhar como será o noivado e o casamento. Azar da Casan, que em 2006 vira ex, sem choro nem vela.
O POBREMA DO TÍQUE
Os restaurantes populares estão tiriricas da vida com as empresas que monopolizam os tíquetes refeição e impõem taxas e outras despesas que somam mais de dez por cento de cada refeição.
Hoje fazem um dia de protesto, que esperam que seja entendido pelos usuários: não aceitarão os tíquetes.
De fato, a despesa do tíquete ter ficado mais alta do que, por exemplo o cartão de crédito, é uma distorção inaceitável (alguém deve estar levando alguma coisa nisso, não?) e os pequenos restaurantes têm mesmo que se mexer, para que as poderosas donas do pedaço não passem por cima.
Na Assembléia Legislativa, tentando pegar carona no movimento, o deputado Godinho leu (mal) uma carta do sindicato sobre o assunto. E todas as vezes que se referia ao caso, falava em “tíque”. No final eu já estava tendo um tique nervoso, de tanto que ele repetia a pronúncia errada dessa palavra estrangeira que nós macaqueamos.
PARCERIA ESQUISITA
Moradores de Florianópolis receberam ontem telefonemas, no mínimo, esquisitos, do setor de assinaturas do jornal Diário Catarinense. Fui um dos “agraciados” com a conversa de marciano.
O sujeito, do outro lado da linha, começava dizendo que estava ligando “por causa da parceria do Governo do Estado e da Prefeitura de Florianópolis com o Diário Catarinense”. Perguntei “como é que é?”
Segundo ele, é simples: “o governo do estado apoia o programa do DC de distribuir jornais em 1.298 escolas para aumentar a leitura e a cultura”.
Cada vez mais espantado, informei que não pertenço a escola nenhuma. Aí ele disse que graças à parceria, estavam oferecendo assinaturas nas regiões próximas às escolas beneficiadas.
“Mas é o governo que vai pagar essa assinatura?” perguntei. Aí acho que a ficha começou a cair e ele tentou explicar que o governo não tinha nada com isso, que não pagava nada, apenas apoiava o programa aquele, etc e tal.
Tá, mas fica muito bonito pra cara do contribuinte (e pro jornal, que teoricamente deveria parecer independente) que os chatíssimos telefonemas para vender assinaturas agora venham “patrocinados” pelo governo e pela prefeitura.
Não é muuuito estranho?
VEXAME FEDERAL
Quase chorei ao ver e ouvir, ontem, o relato feito, na tribuna da Assembléia Legislativa, pelo honrado deputado Blasi, do vexame a que foram submetidos em Brasília.
Se as vítimas dos maus tratos tivéssemos sido a Carla e eu, membros da “viadagem capitalina” deste jornal, tudo bem. Somos apenas jornalistas, zeros à esquerda.
Mas os ofendidos, como se fossem zé ninguéns, foram algumas das principais autoridades catarinenses: o governador, o presidente do Tribunal de Justiça, o prefeito, deputados estaduais de vários partidos, o presidente da OAB-SC e uma senadora da república.
Não receberam apenas um bolo do Ministro, coisa que já é suficientemente grave. Foram também ofendidos em suas inteligências e dignidade pelos subalternos que estavam fazendo-lhes sala.
Nenhum deles merecia passar o que passaram. Foram a Brasília movidos pelas melhores intenções e munidos de mandatos legítimos. O governo federal, com esse gesto mesquinho e incompetente, sem respeitar sequer os parlamentares do PT, que ficaram em péssima situação, pode ter aberto feridas profundas que, com certeza, não estarão cicatrizadas em 2006.
O MUNDO É UMA BOLA
O João Matos não agüentou a solidão do Centro Administrativo, que está povoado apenas por vices e também viajou. Está na Itália, de férias. Mas acho que não se encontrou com os prefeitos que também passaram por lá.
Já a comitiva do governador LHS, que está em Pequim, fez como todo turista brasileiro de primeira viagem: em vez de aproveitar para conhecer um pouco mais a culinária local e educar o paladar para a diversidade de sabores, foi almoçar na churrascaria que a Sadia mantém na capital chinesa.
É nisso que dá ficar fora de casa tanto tempo sem estar habituado: tem que achar uma comidinha com jeito de comida brasileira pra matar a saudade.
BI-OCEÂNICA, DE NOVO!
O LHS é, acima de tudo, um sujeito coerente, que bate sempre na mesma tecla. Pois não é que ele, mesmo na China, deu um jeito de incluir o tema da ligação bi-oceânica na conversa?
Lembram que ele foi ao Chile pra falar dessa ligação terrestre que vai de Santa Catarina ao Chile? E que depois na Argentina voltou a falar do assunto?
Pois agora, na China, tratou de mostrar aos chinenses que a rota mais rápida para que os produtos do Brasil cheguem lá e os de lá cheguem aqui é a tal estrada bi-oceânica. E tentou convencê-los a participar da construção da parte que falta (que fica, é claro, em Santa Catarina).
PMF BANK
O mais novo banco do mercado foi lançado ontem, sem autorizaçãodo Banco Central, como seria o correto, mas com a bênção da Câmara de Vereadores de Florianópolis. O PMF Bank, como está sendo provisoriamente chamado, atua principalmente no financiamento de folhas de pagamento para empresas de transporte coletivo.
O presidente em exercício do banco, Marcílio Ávila, disse que, coma criação do banco, “estamos devolvendo a tranqüilidade e a paz à nossa cidade”. Parece que os clientes em potencial do dinheiro barato e farto da prefeitura, estavam indóceis e, com a abertura da primeira agência ficaram mais calmos.
O logotipo do PMF Bank é um par de tetas maternais, vertendo leite e mel, sobre um tapete formado de pequenos ônibus com as boquinhas bem abertas.
CLIPES NA BATATA
Um dos fregueses do restaurante do Centro Administrativo, achou ontem um clipe de papel numa batata cozida. Como o restaurante é a quilo, deve ter sido colocado só pra aumentar o peso da comida.
Um comentário:
1. Também quero um cartão do PMF Bank! 2. O deputado Blasi, meu "vizinho" nas caminhadas de fim de tarde na Beira Mar Norte (o apelido da avenida parece antecipada homenagem ao seu mais atual hóspede ilustre) é uma cara legal e não merecia, como os demais - nem vc e a Carla mereceriam - o vexame federal. 3. Tão linda, e meiga, e familiar, a foto distribuída por assessoria de imprensa. Mas e "okeko"?
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