sexta-feira, 21 de outubro de 2005

SEXTA

Florianópolis em dia de céu azul e sol é outra coisa. Nesta semana tivemos uma folguinha sem chuva e eu aproveitei pra dar uma volta no centro, de onde trouxe essa foto da Igreja de São Francisco. E coloco aí, bem grandona (pra ver maior, clique sobre a foto), só pra ver se São Pedro se compadece da gente e fecha um pouco mais as torneiras.

LHS 2006... NA CHINA!
LHS não perde tempo: já avisou que em março de 2006 volta à China para a inauguração da nova fábrica da Embraco. O governador está tentando acumular mais milhas aéreas que o presidente Lula. Claro que leva uma desvantagem básica: não tem o AeroLula, o que torna as coisas um pouco mais lentas. Mesmo assim, LHS tem se esforçado. Essa de marcar nova viagem antes mesmo de voltar ao Brasil demonstra que o Lula tem pela frente um adversário obstinado.

A FILA TÁ GRANDE

Os demais membros da comitiva já se assanharam com a possibilidade de novo passeio ao Oriente. Mal sabem eles que a fila do passeio está do tamanho das filas nos brinquedos do Beto Carrero nas férias de verão. Todo mundo quer dar uma voltinha e participar da verdadeira descentralização.

O governador ainda não disse para onde pretende ir no enorme espaço que tem entre outubro de 2005 e março de 2006. Claro que não ficará em casa. Se mantiver a média, poderá fazer, com folga, umas seis ou sete viagens internacionais antes de voltar à China.

LAGOA EM OBRAS
A prefeitura anunciou esta semana o início da pavimentação de ruas e um troço que eles chamam de “revitalização do centrinho” da Lagoa. Tirante o risco das obras ainda não terem terminado quando a temporada começar, teve uma coisa que o Djalma Berger (o primeiro-irmão) falou, que me deixou preocupado:

“A duplicação da Avenida das Rendeiras está prevista no orçamento de 2006”.

Pra quem não conhece, essa avenida é aquela que passa entre as dunas e a Lagoa, em direção à Joaquina. Fico imaginando como é que vão duplicar sem agredir as dunas ou sem aterrar a Lagoa. Vai ver que pretendem fazer as duas coisas. Afinal, mais vale um lindo tapete preto do que um pouco de areia e água (suja).

DESERTO MESMO
Pra vocês verem que não estou brincando quando falo que o Centro Administrativo está um deserto, ontem faltou água o dia todo. Os banheiros estavam uma “maravilha” e o pessoal que não viajou (a maioria) estava adorando. Quando o LHS voltar, decerto a água volta.

DOUTOR LUÍS MIR, O POLIVALENTE
A maioria dos jornalistas cinqüentões ou quarentões de Florianópolis conheceu ou já ouviu falar no Luís Mir (irmão do Antônio Mir, artista plástico), que trabalhou por aqui na década de 80 e depois foi para Brasília, onde também atuou um tempo como jornalista. E de vez em quando se envolvia em alguma polêmica.

Em 1994, Mir publicou “A Revolução Impossível” sobre a esquerda e a luta armada. No início de 2005 publicou “Guerra Civil - Estado e Trauma”, sobre as raízes da violência urbana no Brasil. Era, até onde se sabia, jornalista, historiador e pesquisador.

Daí, a Secretaria de Comunicação do governo do Rio de Janeiro, no começo do mês, informou aos jornais que a governadora Garotinha participaria de um evento, na Lagoa Rodrigo de Freitas, organizado pelo Projeto Trauma. E que o coordenador nacional desse projeto, que convidou a governadora, era “o médico-cirurgião Luís Mir”.

Depois, quando noticiou o evento, que colocou 36 mil cruzes de isopor na Lagoa, o governo do Rio continuou chamando o Luís Mir de médico.

Anteontem, o jornalista Ricardo Noblat publicou no seu blog, que é um dos mais lidos do País, uma declaração sobre o referendo assinada pelo Luís Mir: “médico, pesquisador e historiador”.

Pra completar, o jornal The Washington Times publicou matéria de um freelancer, do Rio, sobre violência na cidade, onde cita o último livro do Luís Mir e o identifica como “an emergency-room physician in Sao Paulo” (um médico de pronto-socorro em SP).

Ué... o Mir agora é médico?

Quando perguntei a ele que novidade era essa, ficou assustado. Disse que não tinha visto os jornais e não sabia que estava sendo identificado como médico.

“Sou pesquisador, historiador, tenho orgulho disso e me apresento dessa forma”, afirmou. Ele acha que o pessoal pode ter feito confusão porque o tal Projeto Trauma reúne entidades médicas, porque nos últimos tempos tem feito pesquisas na área médica, porque ganhou um prêmio normalmente atribuído a médicos. Mas que nunca se apresentou como médico: “não preciso disso”.

Disse que vai entrar em contato com quem o está apresentando dessa forma, para corrigir o equívoco. Só que basta colocar o nome dele no Google para ver que a missão será praticamente impossível. Tem muita gente “equivocada”. E como muitas matérias são feitas com base nas já publicadas, o erro tende a se multiplicar.

PAU NO JORNALISTA
A organização “Repórteres sem Fronteiras” divulgou o “ranking” da liberdade de imprensa no mundo, classificando os países segundo o respeito ao trabalho dos jornalistas.

O nosso Brasil varonil está na 63ª posição (são 167 países), atrás, por exemplo, de El Salvador (28), Costa Rica (41), Bolívia (45), Uruguai (46), Moçambique (49) e Chile (50). O país com maior liberdade é a Dinamarca e o último colocado é a Coréia do Norte.

INTOLERÂNCIA
O Brasil tem uma liberdade formal de imprensa, mas as ameaças ao exercício do jornalismo são constantes, reais e graves. Seja por pressão econômica, medidas judiciais ou agressões, a liberdade de imprensa sofre com a visão estreita daqueles que não compreendem que o amadurecimento da democracia só se dará com o respeito a essa liberdade fundamental.

Não raro, os governantes locais tentam amordaçar os jornais independentes ou de postura mais crítica, usando para isso todo tipo de ferramenta. Acham que podem comprar a opinião, colocar jornalistas no bolso e fazer com que os jornais dancem conforme sua música.

JOINVILLE SEM SDR
A Reforma Administrativa do LHS criou 30 SDRs: Secretarias do Desenvolvimento Regional. É assim que está na Lei Complementar e é assim que devia ser.

Só que Joinville gosta de ser diferente e resolveu mudar, a seu bel prazer, o nome da Secretaria. Lá não tem mais SDR, tem só Secretaria de Estado do Desenvolvimento - Joinville. O regional do LHS foi pro pau.

Bom, num lugar onde prefeitura gosta de ser chamada de “Governo de Joinville” não é de estranhar que tenham se rebelado contra o nome que o LHS arranjou para as secretarias regionais.

XÔ FERNANDINHO!
A prefeitura de Florianópolis pede hoje uma liminar, na Justiça Comum, para interditar as celas do prédio da Polícia Federal.

Argumenta que o habite-se autoriza o uso das celas “apenas para detentos que não estejam cumprindo pena”. Presos condenados, como é o caso do Fernandinho, não podem ficar ali. E a PF não atendeu à intimação que dava 48 horas para retirar o sujeito.
Parece meio fraco, mas é o que o pessoal tem, por enquanto.

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