segunda-feira, 13 de novembro de 2006

SEGUNDA

Catarinense tem que ter mesmo muito feriado, pra poder aproveitar todas as maravilhas que tem à disposição

OUTRA SEMANA CURTINHA... UÊBA!
O governador eleito retoma seu costume de aproveitar os feriados para visitar a Argentina. Claro que nem pensa em trazer vinhos, energéticos, uísque e champanhe para as festas de final de ano, porque já sentiu que a polícia anda de olho na turma que vai só se abastecer.

O vereador Juarez Silveira pagou fiança (R$ 14 mil, o que na certa acabou com a economia que esperava fazer ao trazer as bebidas do Uruguai) e hoje deve se explicar, ou pelo menos tentar se justificar.

Hoje também o PSDB faz uma reunião para lamber as feridas e contabilizar o prejuízo das primeiras nomeações de LHS para o colegiado. Os irmãos Berger posam sorrindo para as fotos, mas acima das cabeças dá pra ver a fumacinha de raiva.

Pra quem pode (como o LHS), essas semanas curtinhas são ótimas. Dá para parar no feriado propriamente dito e ainda enforcar o dia antes ou depois. Maravilha. O problema é quando a gente tá no meio de algum projeto ou mesmo embalado em algum serviço. Aí o feriado mais atrapalha que ajuda, porque picota a semana.

SOBROU O GENESC
Ah, então tá. O governador, Dr. Moreira, explicou que o vice-governador eleito, Dr. Pavan, terá coisas pra fazer. Ele dirigirá o Genesc (Grupo Executivo de Energia de Santa Catarina). Nesse grupo, que tem a participação também de empresários do setor, Pavan poderá, se quiser, cobrar a lição de casa do novo tri-presidente Moreira (Celesc, SC-Gás e Ciasc).

APAGÃO ANUNCIADO
E por falar em energia e Celesc, uma das primeiras encrencas que o Dr. Moreira terá que resolver (ou não) é o problema da capital, cujas subestações de eletricidade estão saturadas e atuando no limite.

Um rolo envolvendo moradores, vereadores, interesses pouco claros e muita confusão levou a um impasse na construção da subestação da Ângelo Laporta. Sem esse equipamento, a Celesc ameaça parar de autorizar ligações de novos empreendimento.

O problema é sério e exige que o poder público use tato e habilidade para resolver. Porque todo mundo quer ter luz, mas ninguém quer uma subestação por perto. Nem cadeia, nem estação de esgoto, nem lixão...

APERTO DE FINAL DE ANO
O governo do estado quer encerrar o ano (e a gestão) sem atrasar um único dia os salários e o 13°, mesmo que para isso tenha que apertar o cinto em todo o resto. Na Secretaria da Comunicação até as assinaturas de jornais sumiram. Os carros alugados e telefones celulares também estão escasseando. Essa quase paralisia não tem causado grandes problemas, porque, de fato, é final de festa. O governador Eduardo Moreira está mais ocupado e preocupado com a montagem do próximo governo.

E os demais chefes estão também preocupados com seus cargos. Cada declaração do LHS dizendo que precisa “esvaziar o ônibus” pra nova turma entrar, deixa um monte de gente com pressão alta e paralisada de medo.

O GRANDE NEGÓCIO
A Rede Bandeirantes tem um canal em UHF em São Paulo que era chamado Canal 21. No começo do ano o canal passou a se chamar Play e foi vendido, arrendado ou cedido para a Gamecorp, que, como todos devem saber, é aquela empresa dos filhos do Lula e do Jacó Bittar que tem crescido de forma espetacular.

O toque de Midas do Lulinha é tão poderoso que contagia também quem se aproxima dele e da empresa dele. Desde que fechou o negócio, a rede Bandeirantes viu o volume de publicidade do governo subir geometricamente. Cresceu algo como uns 60% no período de maio a setembro, segundo conta Diogo Mainardi na Veja.

Isso sem ter aumentado a audiëncia, sem que o mercado publicitário esteja em crescimento semelhante. Apenas porque deixou-se tocar pelas mãos mágicas do maior fenômeno empresarial das últimas décadas.

AINDA A D. MARISA...
O leitor que defendeu o “dolce far niente” da D. Marisa escreve de novo, para reclamar que eu disse que ele xingou a Danuza Leão. Tá certo, ele apenas tentou desqualificá-la, tipo dizer “quem é essa aí pra falar da D. Marisa?” Pra mim, soou como xingamento, até porque, independentemente de quem seja ou deixe de ser, qualquer cidadão brasileiro, pagador de impostos, tem o direito (e o dever) de cobrar, daqueles que são sustentados com dinheiro público, que ajam de acordo.

E o desafio era justamente esse: defender sem desqualificar o comentarista ou, vá lá, “acusador”. É mais difícil, mas exercita os neurônios e oxigena a inteligência.


ASSALTO AO TESOURO
A Folha de S. Paulo mostra, valendo-se de números do próprio Tribunal de Contas da União, uma situação que a gente desconfiava que existisse, mas eu, pelo menos, não imaginava tão grave:
“Organizações não-governamentais sem condições ou sem capacidade para executar convênios com a União receberam mais da metade (54,5%) das verbas federais destinadas a atividades para as quais faltam braços ao Estado, estima relatório de auditoria recém-aprovado do TCU (Tribunal de Contas da União), com base em amostra que para o órgão representa o padrão de comportamento dessas entidades.”
O nosso suado dinheinrinho, extorquido em impostos pra lá de injustos, é distribuído como se fosse água da chuva, para ongs que não tem como realizar o serviço para o qual estão sendo pagas com dinheiro público.

Não é à toa que nasceram tantas ongs. Parecem gafanhotos, praga bíblica, que se nutrem do tesouro, sem oferecer em troca nada além desse sentimento amargo que todos nós carregamos na alma, otários que somos.

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