A REPÚBLICA (IM) POSSÍVEL Hoje comemoramos 117 anos da proclamação da República neste nosso Brasil. A participação do presidente da... República, em atos de campanha política num país vizinho às vésperas desta data acabou sendo até metafórica, uma espécie de ilustração da fase atual da nossa relativamente tumultuada história republicana.
Lula empolgou-se com aquele mar de camisas vermelhas, sentiu-se novamente presidente de sindicato, esqueceu até que visitava a Venezuela e, tal qual Reagan fez com o Brasil, saudou o povo da Bolívia. E queixou-se da perseguição implacável que lhe move a Zelite e a imprensa. Os eleitores de Chavez ficaram morrendo de pena do pobre presidente brasileiro, vítima de tantas injustiças.
Esse Lula tipo exportação, o Lula sindicalista enquanto presidente e a nível de revolução popular, que aflora quando ele se abraça com o Chavez ou com o Evo Morales, não tem muita coisa a ver com o Lula que beija a mão do Jader Barbalho, dá cheque em branco para o Roberto Jefferson, socorre a filha do Sarney e agasalha o Orestes Quércia.
A menos que ele tenha encontrado um atalho, pela direita, para a revolução. De tanto ir pela esquerda e esbarrar com a cara na porta da cadeia, resolveu ir pela direita. E está tendo sucesso, porque conseguiu se reeleger mesmo depois de ser quase-quase envolvido em vários casos de corrupção. E isso (ter corruptos por perto, driblar as denúncias e ainda sair como vítima) era uma espécie de marca registrada da direita.
PT SAUDAÇÕESO governo tem uma empresa de comunicação chamada Radiobrás. Administra emissoras de rádio e TV e produz noticiário, que é distribuído por uma agência de notícias chamada
Agência Brasil. Dirigida pelo jornalista Eugênio Bucci, a Radiobrás tem sido, no governo Lula, um exemplo de profissionalismo, dentro dos limites do jornalismo oficial.
Mesmo durante a campanha eleitoral, divulgava noticiário sobre Alckmin e os demais candidatos, com tratamento igual ao do presidente-candidato. Sem brigar com o fato, encontrei ali, mais de uma vez, notícias que petistas e lulistas certamente não gostariam que ali estivessem. Para um certo tipo de militante político, que existia na época do PSDB e existe agora também, os órgãos de comunicação estatais devem elogiar o governo, fazer propaganda. Nada de informar com alguma isenção.
Pois o presidente da Radiobras acaba de encaminhar carta ao presidente Lula colocando seu cargo à disposição, para evitar constrangimentos, caso as pressões do PT para que a Radiobrás se transforme numa enorme máquina publicitária dos atos governamentais vençam. Uma pena, porque no meio de tanta incompetência e partidarismo cego, a Radiobrás era uma repartição pública que cumpria com correção suas funções.
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